sexta-feira, 19 de abril de 2013

Voluntariado vale 1,7 milhões de euros

Em 2012, mais de 1,4 milhões de portugueses participaram em acções de voluntariado. Portugal é dos países da Europa com as taxas mais baixas

São sobretudo mulheres, têm entre 25 e 44 anos e estudos superiores. Em 2012, de acordo com o primeiro Inquérito ao Trabalho Voluntário do Instituto Português de Estatística (INE), um em cada dez portugueses esteve envolvido em acções de voluntariado.
No total, 1,4 milhões de pessoas fizeram trabalho voluntário o ano passado - o que representa 11,5% da população com mais de 15 anos -, tendo despendido 368 milhões de horas. Segundo o inquérito, do total de horas trabalhadas em Portugal em 2012, 4% foram em regime voluntário. Considerando o salário médio praticado no sector privado, o INE concluiu que estas acções de voluntariado representaram 1,7 milhões de euros (1,09% do PIB nacional).
O perfil dos voluntários Há mais mulheres (57,3%) que homens (42,7%) a fazer voluntariado em Portugal. E a faixa etária mais empenhada, segundo o INE, começa nos 25 anos e termina nos 44. Já os portugueses com mais de 65 anos foram os que menos voluntariado fizeram, representando apenas 7,3% do total. Por outro lado, cerca de 13% dos voluntários estavam desempregados - valor muito próximo da taxa de voluntariado da população empregada (12,8%). Um terço dos voluntários (34,6%) vive na Região Norte, seguindo-se a zona de Lisboa (27,4%) e o Centro (24,1%). A Madeira e os Açores registaram a taxa mais baixa de acções de voluntariado, com 2% e 1,7%.
Cerca de 30% dos voluntários escolheram trabalhar nas áreas do auxílio a idosos, a crianças, a doentes, a pessoas acamadas ou em serviços de bombeiros. Perto de 26% estiveram envolvidos na limpeza de espaços, na recolha de alimentos, de roupa ou donativos e 19% prestaram apoio técnico social ou religioso ou participaram na organização de eventos.

Na cauda da Europa
O INE comparou os dados recolhidos em Portugal no ano passado com as estatísticas de um inquérito especial feito pelo Eurobarómetro em 2011, quando se assinalou o Ano Internacional do Voluntariado. Portugal surge no antepenúltimo lugar da lista de países com mais voluntariado, com uma taxa de 11,5%, muito abaixo da média europeia, fixada nos 24%. Os países do Norte ocupam os primeiros lugares, com destaque para a Holanda - onde 57% da população faz voluntariado.
Os países do Leste são os que registaram os números mais baixos. O INE sublinha que existe uma relação entre “o grau de desenvolvimento económico de cada país e a respectiva taxa de voluntariado”, uma vez que é nos países mais desenvolvidos que os valores são mais altos.

Rosa Ramos, publicado em 19 Abr 2013, in jornal i

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Descansa em paz, minha querida amiga...

Saudade

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!

Vinícius de Moraes

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2013

18 Abril
Património+Educação=Identidade
Vários locais em Portugal
Informações: dims2013@dgpc.pt / T. 213614329/28 (DDCI/DGPC)

Programa completo: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/dims2013


Cerca de 490 atividades vão marcar, por todo o Território Continental e Regiões Autónomas, a 18 de abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2013.
Distribuídas por 170 concelhos, 298 entidades públicas e privadas associam-se à Direcção Geral do Património Cultural ao ICOMOS Portugal nas comemorações deste ano, subordinadas ao tema Património+Educação=Identidade
Participe, divulgue e proteja o património que é de todos.

Para assinalar o Dia internacional dos Monumentos e Sítios, o ICOMOS Internacional (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) elegeu como tema de celebração, para 2013, o Património da Educação, tendo em atenção o vastíssimo legado relacionado com a aprendizagem e o conhecimento, que encontra a sua materialização em inúmeros conjuntos e elementos de património arquitetónico, património móvel e património imaterial, de diferentes escalas e valor, e em diversos contextos, espalhados por todo o país.
Tendo por base esta proposta, a Direção-Geral do Património Cultural, à semelhança das edições anteriores, apresenta uma programação geral que inclui um conjunto de atividades atrativas para o público, subordinadas ao tema PATRIMÓNIO + EDUCAÇÃO = IDENTIDADE, dentro do espírito de que o futuro depende muito do reforço das identidades e de que a educação, e os diferentes patrimónios que plasmam o conhecimento, são contributos insubstituíveis para esse fim.

in IGESPAR

terça-feira, 16 de abril de 2013

Podas drásticas e problemas fitossanitários revelam que não sabemos gerir a árvore em meio urbano

http://vimeo.com/62881685

Podas drásticas e problemas fitossanitários revelam que não sabemos gerir a árvore em meio urbano.
Projetam-se jardins sem escolher as espécies mais indicadas e pavimenta-se sem pensar nas raízes das plantas. Nos planos de urbanização quem perde é a natureza que acaba por ser derrubada num abrir e fechar de olhos.
Reveja o Biosfera sobre gestão de árvores em meio urbano.

Razões Para Não Rolar as Árvores

Aquando das denúncias que temos feito das cíclicas podas radicais praticadas na maioria dos nossos municípios, temos sido questionados acerca da possibilidade de ser redigida uma carta modelo que sintetizasse os motivos pelos quais estas práticas são desaconselhadas.
Deste modo, deixamos o nosso contributo na forma da transcrição do texto constante de um folheto da Sociedade Portuguesa de Arboricultura. Apesar do dito folheto ter alguns anos, o seu conteúdo continua atual e pode servir de base para que qualquer cidadão manifeste o seu repúdio perante as juntas de freguesia e câmaras municipais deste país.

RAZÕES PARA NÃO ROLAR AS ÁRVORES

CHOQUE INICIAL – A copa das árvores funciona como um todo. Embora, no estado adulto, os seus ramos se autonomizem, eles contribuem para que a árvores rentabilize ao máximo todas as suas capacidades. Assim, os ramos exteriores funcionam como um escudo aos mais internos, evitando queimaduras solares. Por outro lado, os mais internos mantêm a árvore a funcionar quando os externos estão afetados. Se, subitamente, se alterar este equilíbrio, e todos os ramos ficarem expostos às condições climatéricas de forma igual, a árvore fica sem defesas.
ASPETO DEFORMADO – Uma árvore rolada é uma árvore desfigurada. Mesmo que volte a repor o volume de copa inicial, ela nunca mais voltará a ter a mesma beleza e naturalidade características da espécie. As árvores ficarão desvalorizadas, perdendo o seu valor patrimonial.
FALTA DE ALIMENTO – Uma poda bem-feita, não remove mais do que um terço a metade da copa da árvore, o que não interfere muito com a capacidade da árvores continuar a alimentar-se a si própria. A rolagem remove a copa na totalidade, reduzindo o equilíbrio copa/sistema radicular, levando a que a árvore, temporariamente, perca a capacidade de se autoalimentar.
NOVO CRESCIMENTO MUITO RÁPIDO – Após uma operação como é a rolagem, as árvores têm tendência a repor a copa inicial, pelo que a sua rebentação será intensa e aos poucos anos retomará o volume que tinha e de uma forma desorganizada e muito densa, não resolvendo, assim, o motivo por que geralmente se recorre a esta supressão da copa.
PRAGAS E DOENÇAS – As pernadas de uma árvore rolada têm dificuldade em formar calo de cicatrização, não só pelo seu grande diâmetro, como também por não se localizarem na zona onde a árvore desenvolve os seus postos de defesa naturais. Os cortes nestas condições são vulneráveis a ataques de insetos e fungos que podem causar podridões.
CUSTOS – Aparentemente parece ser mais económico recorrer-se a uma rolagem do que utilizar os princípios corretos de poda e corte. No entanto, esta economia é de curto prazo, pois, por um lado, a árvore perde quase por completo o seu valor, por outro lado está-se a onerar as futuras manutenções para prevenir uma decrepitude precoce ou a instabilidade mecânica dos rebentos formados após os cortes.
RAMOS NOVOS DE GRANDE FRAGILIDADE – Os rebentos formados nos bordos das zonas de corte, não têm uma inserção normal no ramo. Se se desenvolverem podridões junto às zonas de corte, esta ligação fica ainda mais fraca, tornando estes rebentos mecanicamente fracos e criando situações de perigo.
MORTE DA ÁRVORE – Nem todas as espécies são resistentes a este tipo de supressão de copa. Em algumas, esta solução leva a uma morte rápida com custos acrescidos para sua remoção e substituição.

(Texto adaptado de Sociedade Portuguesa de Arboricultura)
in Árvores de Portugal

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sapo-comum - o maior anuro da fauna portuguesa

Nome Científico: Bufo bufo

Curiosidades
As fêmeas podem atingir mais do dobro do tamanho dos machos. A cor da pele pode variar no mesmo animal, consoante a temperatura, a humidade e o tipo de substracto, sendo normalmente mais claros os indivíduos que se encontram em zonas húmidas. Apesar de este ser o maior anuro português, o seus girinos são dos mais pequenos.

Distribuição
Encontra-se amplamente distribuído na Europa e Ásia, desde Portugal até ao Japão. Na Europa apenas está ausente da Irlanda e Ilhas mediterrânicas (excepto Sicília). Em Portugal continental é uma das espécies mais comuns distribuindo-se quase continuamente de Norte a Sul.

Características

Descrição
Este é o maior anuro da fauna portuguesa. É um animal robusto, de cabeça grande e arredondada, com focinho curto. Tem as glândulas parótidas proeminentes, ligeiramente oblíquas. Tem os olhos com pupila horizontal e íris de cor de cobre ou avermelhada.
Dimensões
Mede geralmente 6 a 15 cm, embora algumas fêmeas possam atingir cerca de 22 cm. Os machos são mais pequenos, raramente ultrapassando os 10 cm.
Habitat
Ocorre numa grande variedade de habitats, sendo frequente em terrenos agrícolas, zonas de montanha, montados e bosques de caducifólias. reproduz-se em massas de águas permanentes como rios de pequeno e médio tamanho, albufeiras e charcos com alguma extensão .
Comportamento
O sapo-comum é um animal de hábitos terrestres cuja ligação à água está limitada ao período reprodutor.
Ciclo de Vida
No início da Primavera, os sapos adultos migram desde o seu habitat terrestre habitual, para o seu local habitual de reprodução, onde regressam todos os anos. Os machos são os primeiros a chegar e são geralmente 5 vezes mais numerosos pelas fêmeas. As fêmeas chegam mais tarde e geralmente escolhem os machos maiores, que encontram e seleccionam pelo seu canto. Durante o acasalamento o macho agarra fortemente a fêmea, podendo ficar assim durante várias semanas. A fêmea deposita então entre 2000 e 8000 ovos esféricos e escuros, envoltos num cordão gelatinoso, enquanto o macho os fecunda. Os cordões de ovos podem atingir vários metros de comprimento. A eclosão ocorre após 5 a 18 dias e as larvas demoram entre 2 a 4 meses a terminar a metamorfose, dependendo da temperatura da água e da disponibilidade de alimento. Quando terminam a metamorfose têm apenas 1cm de comprimento cabeça-corpo. Podem reproduzir-se a partir do terceiro ano de vida e normalmente vivem entre 7 a 10 anos, embora livres de ameaças, possam viver mais de 30.
Alimentação
O sapo-comum alimenta-se essencialmente de invertebrados (centopeias, escaravelhos, moscas, borboletas, lesmas, minhocas) mas pode também ser predador de pequenos anfíbios e roedores. As larvas alimentam-se principalmente de matéria vegetal.

in Charcos de Vida

domingo, 14 de abril de 2013

As imagens da semana


Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neill