domingo, 27 de janeiro de 2008

As imagens da semana

Esta semana foi muito fraca para passeios ou fotografias, pelo que tivemos de improvisar...
Voltamos a visitar Lisboa e alguns locais emblemáticos como as Ruínas do Convento do Carmo e o Elevador de S. Justa. E terminamos a beber uma Ginjinha (já em funcionamento após o fecho pela ASAE) e parece que a bebida estava mais saborosa, não com tanta aguardente, mais doce e espessa (não sei, talvez fosse das saudades!).

A porta de entrada para as Ruínas da Igreja do Convento do Carmo, edificado no século XIV. Que além de museu arqueológico, é também sede da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

"A planta é em cruz latina, de três naves e cinco tramos. Tem cabeceira com capela-mor saliente e de maior altura, ladeada por quatro absidíolos poligonais escalonados, o que constitui uma variante do modelo da Batalha e evolução do modelo das cabeceiras das igrejas mendicantes mais importantes."

"O solo arenoso e a escarpa instável levaram ao desmoronamento dos alicerces por duas vezes, obrigando D. Nuno a dizer que se os alicerces caíssem de novo haviam de ser de bronze. Em 1392, o Condestável convidou os frades carmelitas de Moura a ingressarem no convento."

"Em 1404, D. Nuno Álvares Pereira doou ao convento o seu património e, mais tarde, professou na ordem dos carmelitas e doou-lhes o convento."

"Em meados do século XVI, o convento tinha a renda de 2 Soo cruzados e albergava 70 frades e 1o servidores."

"Nos finais do século XVII, durante as guerras da Sucessão, os monges tentaram ajudar D. António, Prior do Crato, nas suas pretensões ao trono."

"No dia 1 de Novembro de 1755, grande parte do convento ruiu com o terramoto, tendo recebido posteriormente obras de beneficiação e restauro."

A Igreja do Convento do Carmo está classificada como Monumento Nacional.

E são muitos os artefactos expostos no local provenientes de outras regiões e que fazem parte do espólio da Associação.

A pedra impõe-se como material nobre e secular!


"Na capela-mor da Igreja do Carmo, onde se encontra a sepultura primitiva de D. Nuno Álvares Pereira, expõem-se importantes obras de escultura medieval e moderna (Séc. XIII-XVIII), bem como um conjunto de três painéis de azulejos barrocos (Séc. XVIII)."

"O convento eventualmente passou a ser uma dependência militar e, durante a Revolução dos Cravos, foi no quartel do Carmo que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano, se refugiou dos militares revoltosos."

Foi a minha primeira visita ao espaço mas ficou muito aquém das minhas expectativas...

E, na parte exterior e em volta das ruínas, o desleixo e a sujidade são evidentes...

Uma sobrevivente que merece respeito!

Caminhamos para o passadiço que liga o Elevador de Santa Justa ao Largo do Carmo.

E que passa por cima da Rua do Carmo.

"O lançamento do passadiço, construídas já as torres, teve lugar no dia 31 de Agosto de 1901, o mesmo em que a Carris inaugurou o serviço de eléctricos."

"Lançado o passadiço as obras continuaram o seu ritmo normal. Em Junho de 1902 ensaiaram-se máquinas e cabines e no mês seguinte, a 10 de Julho, o elevador inaugurou o serviço público."

"Às 14 horas o elevador foi aberto ao público. Este pagava para descer 10 reis e para subir 1 vintém. Nesse dia venderam-se mais de três mil bilhetes e à noite houve um concerto pela banda que durou até cerca da meia noite."

"No fim do 1º ano de exploração o elevador transportara já mais de meio milhão de passageiros e ao terraço haviam subido 52.415 curiosos."

"O ano de 1907 foi marcado pela electrificação do sistema, tendo a substituição das primitivas máquinas a vapor por outras eléctricas obrigado a uma paralização temporária."

"Mas só em finais de 1973, por contrato celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa, a Carris e a Lisbon Electric Tramways Limited, se procedeu ao seu trespasse."

"Deste modo, setenta anos passados sobre a data da sua inauguração, o elevador do Carmo, mais vulgarmente conhecido como Elevador de Santa Justa, ficou definitivamente integrado na rede de transportes da Companhia Carris."

"Concebido por Raoul Mesnier du Ponsard, o elevador liga a Baixa ao Bairro Alto e apresenta um design neogótico romântico."

"Abriu em 1902, altura em que funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia eléctrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. Feito inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro da torre, sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine (existem duas)."

"A bilheteira localiza-se por trás da torre, nos degraus da Rua do Carmo. Os passageiros podem subir ou descer pelo elevador dentro de duas elegantes cabinas de madeira com acessórios de latão."

"O café no topo conta com vistas magníficas sobre o centro de Lisboa e o Rio Tejo."

há uma palavra mágica que se diz. essa palavra
é sempre diferente. montanha, precipício, brilho.
essa palavra pode ser um olhar. a voz. um olhar.
essa palavra pode ser o espaço de silêncio onde
não se disse uma palavra. brilho, montanha.
essa palavra pode ser uma palavra, qualquer palavra.
há uma palavra mágica que se diz. há um momento.
depois dessa palavra, só depois dessa palavra,
pode começar o amor.
José Luís Peixoto, in A Casa, a Escuridão

2 comentários:

Crix disse...

Que passeio suberbo!
Existem coisas belas em todo o lado é preciso é saber vê-las. Deliciei-me com estas fotos - e com a infomação também claro :)
Abraço

Maria Lua disse...

Obrigado, Crix.
Exactamente! A beleza está em todo lado, o que é necessário é saber senti-la.
:-)