As surpresas da semana
1 - As bonitas fadas e bruxas da Helena para ver em: http://feel4felt.blogspot.com/2007/07/as-mais-recentes-fadas-e-bruxas.html
2 - Mas o que se passa neste país? Estamos a oferecer a liberdade para violadores condenados a 10, 12 e 14 anos de prisão! Para ler em: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=257988&idselect=10&idCanal=10&p=200
3 - Um leilão solidário para apoiar o magnífico trabalho do Refúgio das Patinhas em: http://www.clubedeaniversario-leilaosolidario.blogspot.com/
4 - Para conhecer um pouco melhor essa figura extraordinária, que é o Dalai Lama, ler: http://www.dalailamalisboa2007.com/thedalailama/pt
5 - Um grupo de pessoas juntaram-se para fotografar os jardins de Lisboa e partilhar connosco em: http://jardinsdelisboa.blogspot.com/
6 - Envergonhada pela reacção (já esperada...) das nossas entidades patronais à visita do Dalai Lama, não poderia estar mais de acordo com o João, quando refere: Somos mesmo bons, não somos? em: http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2007/09/vida-dos-mortais-3.html
7 - O espantoso texto do Henrique Silveira para ler em: http://criticomusical.blogspot.com/2007/07/salazar-e-scrates.html
8 - As belas e aromáticas flores da Plumeria para ver em: http://valkirio.blogspot.com/2007/09/as-flores-da-plumeria.html
9 - Também eu recomendo vivamente o livro de Amos Oz, em: http://barcosflores.blogspot.com/2007/09/recomento-vivamente.html
10 - Para quem tem crianças, uma receita fácil e que irá fazer muito sucesso em: http://diariodacozinha.blogspot.com/2007/09/bolo-lagarta.html
11 - Via Está de Velho, tive conhecimento da Petição Pelo Regresso do Eléctrico a Braga, para assinar em: http://www.petitiononline.com/braga/
"Estou aqui construindo o novo dia com uma expressão tão branda e descuidada que dir-se-ia não estar fazendo nada. E, contudo, estou aqui construindo o novo dia!" António Gedeão
sábado, 15 de setembro de 2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Aldeia Saloia de José Franco
Sobreiro (entre Mafra e a Ericeira)
Tlf.: 261815420
Horário: todos os dias das 09h30 às 19h00
"Entre Mafra e a Ericeira situa-se a Aldeia Saloia de José Franco, um oleiro que um dia sonhou construir ao pé da sua casa e oficina, um museu vivo que reproduzisse os usos e costumes do tempo da sua infância e alguns aspectos fundamentais e actividades da vida campesina.
Assim nasceu este espaço, onde se pode observar de perto como trabalhavam o ferreiro, o relojoeiro, o funileiro, o barbeiro-dentista ou o sapateiro. Pode-se mesmo entrar nas várias oficinas, lojas e casas dos campesinos e testemunhar a forma como se vivia e trabalhava na altura, isto porque, José Franco reproduziu todos esses espaços em tamanho real. Visitar uma aldeia em miniatura, com casas, azenhas e moinhos em movimento, brincar no parque infantil ou observar a arte de manusear o barro na oficina do mestre José Franco são outras possibilidades. Aqui também não faltam o pão com chouriço, sempre acabado de sair do forno, e algumas doçarias típicas."
In site: http://www.myguide.pt/home.aspx?accao=detalhe&destinoid=13&objturid=2913&objturtipoid=18
Sobreiro (entre Mafra e a Ericeira)
Tlf.: 261815420
Horário: todos os dias das 09h30 às 19h00
"Entre Mafra e a Ericeira situa-se a Aldeia Saloia de José Franco, um oleiro que um dia sonhou construir ao pé da sua casa e oficina, um museu vivo que reproduzisse os usos e costumes do tempo da sua infância e alguns aspectos fundamentais e actividades da vida campesina.
Assim nasceu este espaço, onde se pode observar de perto como trabalhavam o ferreiro, o relojoeiro, o funileiro, o barbeiro-dentista ou o sapateiro. Pode-se mesmo entrar nas várias oficinas, lojas e casas dos campesinos e testemunhar a forma como se vivia e trabalhava na altura, isto porque, José Franco reproduziu todos esses espaços em tamanho real. Visitar uma aldeia em miniatura, com casas, azenhas e moinhos em movimento, brincar no parque infantil ou observar a arte de manusear o barro na oficina do mestre José Franco são outras possibilidades. Aqui também não faltam o pão com chouriço, sempre acabado de sair do forno, e algumas doçarias típicas."
In site: http://www.myguide.pt/home.aspx?accao=detalhe&destinoid=13&objturid=2913&objturtipoid=18
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Marafonas de Monsanto em vias de extinção
"Nasceram em festas pagãs e ainda hoje há quem não dispense a sua protecção, mas as marafonas de Monsanto estão em risco de extinção. O Diário XXI conheceu as últimas artesãs, numa aldeia com valor turístico, mas ainda em busca das fórmulas de rejuvenescimento e prosperidade. O presidente da Junta pede aos proprietários de casas em ruínas para as venderem mais baratas, para atraírem novos residentes.
Sempre pronta para contar a história das marafonas a quem chegar e a quiser ouvir, Maria da Ressurreição Rolão é conhecida em Monsanto por ser a senhora de cabelo muito branco, sorriso rasgado e, claro, por fazer marafonas. As mais genuínas, dizem. Quem subir a rua dos Penedos Juntos, lá no cimo da íngreme rampa, vai encontrar um quintal com uma cerejeira, de frente para a casa que um dia será a Casa Museu de Zeca Afonso. Subimos e lá está Maria da Ressurreição Rolão, vestida de preto apoiada na grade. “Está de atalaia [vigia], ti Maria?”, pergunta um homem de meia idade com o carinho de quem se conhece há muito tempo.
Já na última escada antes da casa, Maria da Ressurreição Rolão pergunta ao que vamos e despede-se do vizinho com um aceno, dizendo até logo. Na calma dos seus 81 anos, pede que nos abriguemos do sol e senta-nos num banco de pedra. À vista, no chão, está um tabuleiro com três pequenas marafonas concluídas no dia anterior.
“Acabei-as ontem”, diz. Debaixo das bonecas estão folhas A4 impressas a cores com a lenda das bonecas de trapos. Feitas a partir de dois paus dispostos em cruz, as marafonas são bonecas sem rosto. “No meu tempo de solteira ninguém ia ao Castelo [de Monsanto] sem levar marafona, mas ninguém tinha marafonas vestidas em casa”, lembra a artesã. “Isto era tão pobrezinho que não tínhamos dinheiro para comprar tecido e vestíamos as marafonas com os fatos dos bebés”, conta a antiga camponesa que, depois da reforma, há coisa de 20 anos, usa as mãos, não para amanhar a terra, mas para fazer bonecas de trapos sem olhos, boca, nariz, nem ouvidos. “Não têm rosto, nem se lhe pode pôr, porque é uma moda tão antiga que se a gente lha puser dá cabo da tradição”, explica Maria da Ressurreição Rolão.
A Lenda
A palavra marafona tem origem árabe e quer dizer mulher enganadora. Outros significados para a palavra são boneca de trapos, prostituta ou mulher desleixada. No caso das bonecas de Monsanto, são usadas numa tradição pagã, a festa do Castelo (ou das cruzes) celebrada a 3 de Maio (se o dia calha durante a semana, a festa transita para o domingo seguinte). “Durante a festa, as raparigas casadoiras bailam com as marafonas. Quando regressam a casa colocam-nas em cima da cama para afugentar as trovoadas. No dia do casamento colocam-nas debaixo da cama para terem felicidade conjugal e fertilidade”, conta Maria da Ressurreição Rolão.
Viúva há quatro anos, anda amparada com uma bengala. Já não vai ao campo apanhar os paus de oliveira e amieiro com que faz as cruzes que mais tarde veste. “O meu marido deixou-me muitos paus já arranjados e são aqueles que utilizo para fazer as marafonas”, refere. Ao certo não sabe quantas marafonas já lhe passaram pelas mãos. Recorda com carinho as arraianas [originais] com fato do rancho que se usava nas festas, mas que deixou de fazer há cinco anos. “Essas tinham um saiote pregado, um avental preto, um xaile e um lenço atado à cabeça e podem levar uma semana a fazer”, explica. “Recentemente fiz uma para oferecer, mas há uns cinco anos que não vendo nenhuma. Ninguém paga esse trabalho”, lamenta a artesã que cobrava, em média, cinco contos por uma arraiana. ”Hoje ninguém paga 25 euros por uma boneca”. Uma boneca de trapos com as características originais, mas com fatos mais garridos e fáceis de costurar, varia entre os cinco e os 10 euros. Maria da Ressurreição Rolão já não se importa com o dinheiro. “Lucro, lucro não dá muito. Dá pouco. Se formos deitar contas ao tempo, não daria, mas como temos tempo livre, vamo-nos arranjando”, concluiu a artesã que, amparada na bengala, se preparava para descer a ladeira até ao centro da aldeia para comprar peixe para toda a semana.
Maria Alice Gabriel, 75 anos, vendedora: “Com tantos turistas que por aqui passam, vende-se pouco”Proprietária da casa de artesanato mais antiga de Monsanto, Maria Alice Gabriel, 75 anos, diz que o negócio vai de mal a pior. “Com tantos turistas que por aqui passam, vende-se pouco. Muito pouco”, desabafa a proprietária do estabelecimento onde convivem, lado a lado, gelados, garrafas de água no chão, marafonas, adufes, enchidos, queijos e loiça pintada à mão com motivos alusivo à Aldeia Mais Portuguesa - condecoração atribuída pelo Secretariado Nacional da Propaganda, dirigido por António Ferro, em 1938. “Quem passa leva sempre alguma coisa, mas o negócio está fraco. Preferem miudezas”, diz a vendedora que é também artesã. “Aprendi a fazer bonecas com a minha avó que era moleira. Quando vinha vender a farinha a Monsanto, moída de ano a ano quando os ribeiros iam cheios, trazia a farinha e as marafonas para vender”. “Eu fiquei com o bichinho para as fazer também”, recorda Maria Alice Gabriel, que usa pau de freixo para fazer as bonecas que são o seu entretém em cada noite. “Fecho as portas [da loja], os meus quatro filhos não estão cá - têm todos curso superior - e à noite entretenho-me a fazer marafonas” para vender na loja e também para satisfazer encomendas. “Enquanto Deus me der vida e saúde, vou fazendo, mas quando eu e outras senhoras daqui de Monsanto deixarem de fazer, a tradição corre o risco de se perder. Não há gente nova a querer pegar-lhe”, lamenta.
Junta pede aos proprietários para baixarem valores, por forma a atrair residentes e renovar imóveis: “Temos gente a procurar casa, mas com estes preços fogem”.
O edifício multiusos de Monsanto, em construção à entrada da aldeia, vai albergar um posto médico, uma garagem (para retirar as viaturas das estreitas ruas da aldeia) e um restaurante panorâmico. A data para a conclusão das obras ainda não é conhecida, refere o presidente da Junta de Freguesia, Adelino Andrade Régio. O autarca reconhece que o número de visitantes da aldeia tem aumentado nos últimos anos, mas a sua grande preocupação são as casas antigas e em ruínas. “Estão a ser vendidas a preços exorbitantes”, refere.
-Na aldeia existem muitas casas à venda, algumas há mais de cinco anos. Porque é que tem sido difícil vender estas casas?
- As pessoas aqui não vendem por qualquer preço. As casas na zona histórica talvez estejam um pouco inflaccionadas. Pedem-se valores que, provavelmente, não correspondem ao valor real. As pessoas em vez de gastarem 30 ou 40 mil contos numa casa aqui em cima e outro tanto para a recuperarem, preferem comprar fora da aldeia
- Os preços estão muito inflacionados?
- Claro que estão. As pessoas têm de se mentalizar que a fase em que as pessoas compravam a qualquer preço terminou. Hoje as casas que estão à venda, a grande maioria delas, são de pessoas que não precisam do dinheiro para comer o pão todos os dias e não estão interessadas em vender.
- A que preços?
- Há aí quem peça 50 e 60 mil contos por uma casa a cair. Um dia as pessoas vão perceber que não vale a pena pedir muito dinheiro, porque não há quem pague. Nós temos muita gente a procurar casa, mas com estes preços as pessoas fogem, como é óbvio.
- O que é que a Junta de Freguesia pode fazer nestes casos?
- Nada. As casas têm dono e nós só podemos pedir moderação no dinheiro que pedem, mas não podemos intervir neste mercado. O único apelo que posso fazer é que as pessoas vendam as casas por preços razoáveis
- O que é considera ser um preço razoável?
- Os preços que estão a ser pedidos são exorbitantes. A Junta de Freguesia preferia ter as casas recuperadas e devidamente arranjadas do que ter muitas em ruínas como se vê por aí. E depois ninguém está interessado em fazer comunicações para a protecção civil ou para a câmara a dizer que determinada casa está em ruínas, quando pode haver privados interessados em comprar. Se uma casa cair, entupirá uma via que nos faz muita falta.
- Têm acontecido muitas situações dessas?
- Não digo muitas, mas algumas já aconteceram.
- As casas são de pessoas que vivem aqui permanentemente ou que se deslocam esporadicamente a Monsanto?
- Umas são de filhos da terra, pessoas que trabalham fora, mas que passam aqui as férias em casas que herdaram das famílias, outras são pessoas que aqui compraram porque gostaram da terra e resolveram aqui investir neste refúgio. Há de tudo.
“Somos uma aldeia envelhecida e temos dificuldade em inverter esta tendência”.
- O fluxo turístico tem aumentando em Monsanto, nos últimos anos?
- Tem havido muito mais gente a visitar-nos. Uns por influência daqueles que já cá estiveram, outros, especialmente estrangeiros, por acção da Naturtejo e do Geoparque, porque a nossa imagem é difundida nos estrangeiro.
- A aldeia tem ganho população?
- Não, infelizmente não. Somos uma aldeia envelhecida, mas esse é um problema generalizado e temos dificuldade em inverter esta tendência.
- Qual é a principal entidade empregadora da aldeia?
- É o lar da terceira idade que emprega uma grande quantidade de gente jovem, em idade fértil e que são o grande manancial de crianças que frequentam a escola primária. Este tipo de estruturas que criam emprego novo é que nos interessam.
- A escola primária aqui ainda funciona?
- Temos a escola e infantário em funcionamento. Na escola estão 13 alunos e no infantário dez.
- Existe um edifício em construção à entrada da aldeia. A que é que se destina?
- É um edifício multiusos para instalar o novo posto médico, porque o actual não tem condições mínimas. Além do posto médico esse edifício vai dispor de garagens subterrâneas para meter os carros que visitam a aldeia, sobretudo ao fim-de-semana, para não termos as ruas atulhadas de carros. No topo vai ter um restaurante panorâmico."
Francisco Cardona
In site: http://www.diarioxxi.com
"Nasceram em festas pagãs e ainda hoje há quem não dispense a sua protecção, mas as marafonas de Monsanto estão em risco de extinção. O Diário XXI conheceu as últimas artesãs, numa aldeia com valor turístico, mas ainda em busca das fórmulas de rejuvenescimento e prosperidade. O presidente da Junta pede aos proprietários de casas em ruínas para as venderem mais baratas, para atraírem novos residentes.
Sempre pronta para contar a história das marafonas a quem chegar e a quiser ouvir, Maria da Ressurreição Rolão é conhecida em Monsanto por ser a senhora de cabelo muito branco, sorriso rasgado e, claro, por fazer marafonas. As mais genuínas, dizem. Quem subir a rua dos Penedos Juntos, lá no cimo da íngreme rampa, vai encontrar um quintal com uma cerejeira, de frente para a casa que um dia será a Casa Museu de Zeca Afonso. Subimos e lá está Maria da Ressurreição Rolão, vestida de preto apoiada na grade. “Está de atalaia [vigia], ti Maria?”, pergunta um homem de meia idade com o carinho de quem se conhece há muito tempo.
Já na última escada antes da casa, Maria da Ressurreição Rolão pergunta ao que vamos e despede-se do vizinho com um aceno, dizendo até logo. Na calma dos seus 81 anos, pede que nos abriguemos do sol e senta-nos num banco de pedra. À vista, no chão, está um tabuleiro com três pequenas marafonas concluídas no dia anterior.
“Acabei-as ontem”, diz. Debaixo das bonecas estão folhas A4 impressas a cores com a lenda das bonecas de trapos. Feitas a partir de dois paus dispostos em cruz, as marafonas são bonecas sem rosto. “No meu tempo de solteira ninguém ia ao Castelo [de Monsanto] sem levar marafona, mas ninguém tinha marafonas vestidas em casa”, lembra a artesã. “Isto era tão pobrezinho que não tínhamos dinheiro para comprar tecido e vestíamos as marafonas com os fatos dos bebés”, conta a antiga camponesa que, depois da reforma, há coisa de 20 anos, usa as mãos, não para amanhar a terra, mas para fazer bonecas de trapos sem olhos, boca, nariz, nem ouvidos. “Não têm rosto, nem se lhe pode pôr, porque é uma moda tão antiga que se a gente lha puser dá cabo da tradição”, explica Maria da Ressurreição Rolão.
A Lenda
A palavra marafona tem origem árabe e quer dizer mulher enganadora. Outros significados para a palavra são boneca de trapos, prostituta ou mulher desleixada. No caso das bonecas de Monsanto, são usadas numa tradição pagã, a festa do Castelo (ou das cruzes) celebrada a 3 de Maio (se o dia calha durante a semana, a festa transita para o domingo seguinte). “Durante a festa, as raparigas casadoiras bailam com as marafonas. Quando regressam a casa colocam-nas em cima da cama para afugentar as trovoadas. No dia do casamento colocam-nas debaixo da cama para terem felicidade conjugal e fertilidade”, conta Maria da Ressurreição Rolão.
Viúva há quatro anos, anda amparada com uma bengala. Já não vai ao campo apanhar os paus de oliveira e amieiro com que faz as cruzes que mais tarde veste. “O meu marido deixou-me muitos paus já arranjados e são aqueles que utilizo para fazer as marafonas”, refere. Ao certo não sabe quantas marafonas já lhe passaram pelas mãos. Recorda com carinho as arraianas [originais] com fato do rancho que se usava nas festas, mas que deixou de fazer há cinco anos. “Essas tinham um saiote pregado, um avental preto, um xaile e um lenço atado à cabeça e podem levar uma semana a fazer”, explica. “Recentemente fiz uma para oferecer, mas há uns cinco anos que não vendo nenhuma. Ninguém paga esse trabalho”, lamenta a artesã que cobrava, em média, cinco contos por uma arraiana. ”Hoje ninguém paga 25 euros por uma boneca”. Uma boneca de trapos com as características originais, mas com fatos mais garridos e fáceis de costurar, varia entre os cinco e os 10 euros. Maria da Ressurreição Rolão já não se importa com o dinheiro. “Lucro, lucro não dá muito. Dá pouco. Se formos deitar contas ao tempo, não daria, mas como temos tempo livre, vamo-nos arranjando”, concluiu a artesã que, amparada na bengala, se preparava para descer a ladeira até ao centro da aldeia para comprar peixe para toda a semana.
Maria Alice Gabriel, 75 anos, vendedora: “Com tantos turistas que por aqui passam, vende-se pouco”Proprietária da casa de artesanato mais antiga de Monsanto, Maria Alice Gabriel, 75 anos, diz que o negócio vai de mal a pior. “Com tantos turistas que por aqui passam, vende-se pouco. Muito pouco”, desabafa a proprietária do estabelecimento onde convivem, lado a lado, gelados, garrafas de água no chão, marafonas, adufes, enchidos, queijos e loiça pintada à mão com motivos alusivo à Aldeia Mais Portuguesa - condecoração atribuída pelo Secretariado Nacional da Propaganda, dirigido por António Ferro, em 1938. “Quem passa leva sempre alguma coisa, mas o negócio está fraco. Preferem miudezas”, diz a vendedora que é também artesã. “Aprendi a fazer bonecas com a minha avó que era moleira. Quando vinha vender a farinha a Monsanto, moída de ano a ano quando os ribeiros iam cheios, trazia a farinha e as marafonas para vender”. “Eu fiquei com o bichinho para as fazer também”, recorda Maria Alice Gabriel, que usa pau de freixo para fazer as bonecas que são o seu entretém em cada noite. “Fecho as portas [da loja], os meus quatro filhos não estão cá - têm todos curso superior - e à noite entretenho-me a fazer marafonas” para vender na loja e também para satisfazer encomendas. “Enquanto Deus me der vida e saúde, vou fazendo, mas quando eu e outras senhoras daqui de Monsanto deixarem de fazer, a tradição corre o risco de se perder. Não há gente nova a querer pegar-lhe”, lamenta.
Junta pede aos proprietários para baixarem valores, por forma a atrair residentes e renovar imóveis: “Temos gente a procurar casa, mas com estes preços fogem”.
O edifício multiusos de Monsanto, em construção à entrada da aldeia, vai albergar um posto médico, uma garagem (para retirar as viaturas das estreitas ruas da aldeia) e um restaurante panorâmico. A data para a conclusão das obras ainda não é conhecida, refere o presidente da Junta de Freguesia, Adelino Andrade Régio. O autarca reconhece que o número de visitantes da aldeia tem aumentado nos últimos anos, mas a sua grande preocupação são as casas antigas e em ruínas. “Estão a ser vendidas a preços exorbitantes”, refere.
-Na aldeia existem muitas casas à venda, algumas há mais de cinco anos. Porque é que tem sido difícil vender estas casas?
- As pessoas aqui não vendem por qualquer preço. As casas na zona histórica talvez estejam um pouco inflaccionadas. Pedem-se valores que, provavelmente, não correspondem ao valor real. As pessoas em vez de gastarem 30 ou 40 mil contos numa casa aqui em cima e outro tanto para a recuperarem, preferem comprar fora da aldeia
- Os preços estão muito inflacionados?
- Claro que estão. As pessoas têm de se mentalizar que a fase em que as pessoas compravam a qualquer preço terminou. Hoje as casas que estão à venda, a grande maioria delas, são de pessoas que não precisam do dinheiro para comer o pão todos os dias e não estão interessadas em vender.
- A que preços?
- Há aí quem peça 50 e 60 mil contos por uma casa a cair. Um dia as pessoas vão perceber que não vale a pena pedir muito dinheiro, porque não há quem pague. Nós temos muita gente a procurar casa, mas com estes preços as pessoas fogem, como é óbvio.
- O que é que a Junta de Freguesia pode fazer nestes casos?
- Nada. As casas têm dono e nós só podemos pedir moderação no dinheiro que pedem, mas não podemos intervir neste mercado. O único apelo que posso fazer é que as pessoas vendam as casas por preços razoáveis
- O que é considera ser um preço razoável?
- Os preços que estão a ser pedidos são exorbitantes. A Junta de Freguesia preferia ter as casas recuperadas e devidamente arranjadas do que ter muitas em ruínas como se vê por aí. E depois ninguém está interessado em fazer comunicações para a protecção civil ou para a câmara a dizer que determinada casa está em ruínas, quando pode haver privados interessados em comprar. Se uma casa cair, entupirá uma via que nos faz muita falta.
- Têm acontecido muitas situações dessas?
- Não digo muitas, mas algumas já aconteceram.
- As casas são de pessoas que vivem aqui permanentemente ou que se deslocam esporadicamente a Monsanto?
- Umas são de filhos da terra, pessoas que trabalham fora, mas que passam aqui as férias em casas que herdaram das famílias, outras são pessoas que aqui compraram porque gostaram da terra e resolveram aqui investir neste refúgio. Há de tudo.
“Somos uma aldeia envelhecida e temos dificuldade em inverter esta tendência”.
- O fluxo turístico tem aumentando em Monsanto, nos últimos anos?
- Tem havido muito mais gente a visitar-nos. Uns por influência daqueles que já cá estiveram, outros, especialmente estrangeiros, por acção da Naturtejo e do Geoparque, porque a nossa imagem é difundida nos estrangeiro.
- A aldeia tem ganho população?
- Não, infelizmente não. Somos uma aldeia envelhecida, mas esse é um problema generalizado e temos dificuldade em inverter esta tendência.
- Qual é a principal entidade empregadora da aldeia?
- É o lar da terceira idade que emprega uma grande quantidade de gente jovem, em idade fértil e que são o grande manancial de crianças que frequentam a escola primária. Este tipo de estruturas que criam emprego novo é que nos interessam.
- A escola primária aqui ainda funciona?
- Temos a escola e infantário em funcionamento. Na escola estão 13 alunos e no infantário dez.
- Existe um edifício em construção à entrada da aldeia. A que é que se destina?
- É um edifício multiusos para instalar o novo posto médico, porque o actual não tem condições mínimas. Além do posto médico esse edifício vai dispor de garagens subterrâneas para meter os carros que visitam a aldeia, sobretudo ao fim-de-semana, para não termos as ruas atulhadas de carros. No topo vai ter um restaurante panorâmico."
Francisco Cardona
In site: http://www.diarioxxi.com
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Ikea promove campanha de reciclagem de catálogos
"A Ikea empresa sueca que actua no mercado de distribuição de mobiliário e artigos de decoração para o lar, vai promover uma campanha de reciclagem dos antigos catálogos, que se prolonga até 31 de Dezembro.
Por cada catálogo recebido nas lojas de Alfragide e Matosinhos serão oferecidas três lâmpadas de baixo consumo. «Estas lâmpadas consomem menos 80 por cento de energia e têm um tempo útil dez vezes superior ao das lâmpadas convencionais, ao mesmo tempo que emitem menos calor e que contêm menor quantidade de mercúrio», refere a empresa.
Assim, por cada catálogo reciclado, e com a utilização das três lâmpadas de baixo consumo oferecidas (potência de 11W), é poupada a energia correspondente a 24 dias de iluminação.
Esta campanha insere-se na política de responsabilidade ambiental da empresa e tem por objectivo sensibilizar os clientes para a necessidade de reciclar e reutilizar materiais, com vista à protecção e conservação do meio ambiente. Ao nível de todas as lojas Ikea da Península Ibérica, na campanha relativa ao Catálogo 2006, foram recolhidos e enviados para reciclagem cerca de 59 mil brochuras."
In site: http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=5532
"A Ikea empresa sueca que actua no mercado de distribuição de mobiliário e artigos de decoração para o lar, vai promover uma campanha de reciclagem dos antigos catálogos, que se prolonga até 31 de Dezembro.
Por cada catálogo recebido nas lojas de Alfragide e Matosinhos serão oferecidas três lâmpadas de baixo consumo. «Estas lâmpadas consomem menos 80 por cento de energia e têm um tempo útil dez vezes superior ao das lâmpadas convencionais, ao mesmo tempo que emitem menos calor e que contêm menor quantidade de mercúrio», refere a empresa.
Assim, por cada catálogo reciclado, e com a utilização das três lâmpadas de baixo consumo oferecidas (potência de 11W), é poupada a energia correspondente a 24 dias de iluminação.
Esta campanha insere-se na política de responsabilidade ambiental da empresa e tem por objectivo sensibilizar os clientes para a necessidade de reciclar e reutilizar materiais, com vista à protecção e conservação do meio ambiente. Ao nível de todas as lojas Ikea da Península Ibérica, na campanha relativa ao Catálogo 2006, foram recolhidos e enviados para reciclagem cerca de 59 mil brochuras."
In site: http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=5532
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Letras
"A maioria das pessoas são como uma folha que paira e revoluteia no ar, estremece e cai no chão. Mas algumas são como estrelas, que seguem um caminho definido nenhum vento as desvia, têm dentro de si o seu guia e o seu caminho."
Herman Hesse (1877 - 1962) , in Siddhartha
In blogue: http://barcosflores.blogspot.com/2007_07_01_archive.html
"A maioria das pessoas são como uma folha que paira e revoluteia no ar, estremece e cai no chão. Mas algumas são como estrelas, que seguem um caminho definido nenhum vento as desvia, têm dentro de si o seu guia e o seu caminho."
Herman Hesse (1877 - 1962) , in Siddhartha
In blogue: http://barcosflores.blogspot.com/2007_07_01_archive.html
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Bolo de Vinagre
Ingredientes
5 ovos (à temperatura ambiente)
2 chávenas (mal-cheias) de açúcar amarelo
2 chávenas de farinha de trigo para bolos (já com fermento)
2 colheres de sopa vinagre
1/2 chávena de óleo de milho ou girassol (mais suave)
Preparação
Pré-aquecer o forno (ligar o forno 15-20 minutos antes de colocar a forma com a massa).
Juntar todos os ingredientes líquidos e bater durante 5 minutos.
Adicione o açúcar e bata durante 10 minutos.
Junte, a pouco e pouco, a farinha com um passador (peneirando-a) sem parar de bater. Misture bem, batendo mais 5 minutos.
Unte com manteiga e polvilhe com farinha uma forma de chaminé. Deite a mistura na forma e leve ao forno quente por uns 10 minutos até o bolo crescer.
Depois baixe a temperatura para 180º-190ºC, por 35 a 40 minutos, mas faça o teste do palito para ver se está cozido.
Este bolo foi "criado" por mim, após algumas tentativas falhadas, porque tinha curiosidade de fazer um doce utilizando vinagre.
O bolo não sabe a vinagre (é meramente para enganar...).
Fica um bolo seco que poderá ser decorado a gosto ou comido em fatias barrado com deliciosas compotas caseiras.
Espero que gostem!
Ingredientes
5 ovos (à temperatura ambiente)
2 chávenas (mal-cheias) de açúcar amarelo
2 chávenas de farinha de trigo para bolos (já com fermento)
2 colheres de sopa vinagre
1/2 chávena de óleo de milho ou girassol (mais suave)
Preparação
Pré-aquecer o forno (ligar o forno 15-20 minutos antes de colocar a forma com a massa).
Juntar todos os ingredientes líquidos e bater durante 5 minutos.
Adicione o açúcar e bata durante 10 minutos.
Junte, a pouco e pouco, a farinha com um passador (peneirando-a) sem parar de bater. Misture bem, batendo mais 5 minutos.
Unte com manteiga e polvilhe com farinha uma forma de chaminé. Deite a mistura na forma e leve ao forno quente por uns 10 minutos até o bolo crescer.
Depois baixe a temperatura para 180º-190ºC, por 35 a 40 minutos, mas faça o teste do palito para ver se está cozido.
Este bolo foi "criado" por mim, após algumas tentativas falhadas, porque tinha curiosidade de fazer um doce utilizando vinagre.
O bolo não sabe a vinagre (é meramente para enganar...).
Fica um bolo seco que poderá ser decorado a gosto ou comido em fatias barrado com deliciosas compotas caseiras.
Espero que gostem!
domingo, 9 de setembro de 2007
As imagens da semana
O casamento da minha amiga Carla: uma noiva lindíssima e muito feliz!
Que sejas eternamente abençoada pelo amor do Gonçalo.
Obrigado pela tua amizade e pela partilha desse dia tão importante.
O casamento da minha amiga Carla: uma noiva lindíssima e muito feliz!
Que sejas eternamente abençoada pelo amor do Gonçalo.
Obrigado pela tua amizade e pela partilha desse dia tão importante.
não é motivo para não querê-las.
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
já as minhas sandálias andavam
a passear lá fora na relva
Esta noite
até os atacadores dos sapatos
floriram
Jorge de Sousa Braga
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Alberto Caeiro
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ainda tivemos tempo de conhecer a magnífica Praia do Areal Sul (Lourinhã)
Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ainda tivemos tempo de conhecer a magnífica Praia do Areal Sul (Lourinhã)
Foi só durares nele.
Quanto vivas Sem que o gozes, não vives.
Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.
Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega
A natural ventura!
Ricardo Reis
Ricardo Reis
Vestidos a rigor na areia...
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