sábado, 28 de agosto de 2010

As surpresas da semana

1 - Com Filosofia Não Há Árvores: Há Ideias Apenas.

2 - Venha conhecer a filosofia da Permacultura, numa actividade organizada pelo Núcleo do Porto da Quercus que decorrerá no dia 3 de Outubro, pelas 14h30 na Quinta da Gruta, Maia. A inscrição é obrigatória, por isso saiba aqui como pode participar!

3 - Uma viagem no Tejo para saber o que é feito do satélite português.

4 - Piripíri ajuda a baixar tensão arterial. Capsaicina previne problemas vasculares.

5 - Passatempo: a Editorial Estampa e o Clube dos Livros oferecem um livro Blues por New Orleans (participa até 5 Setembro 2010).

6 - Recicle calças e blusões e torne a sua casa mais cool! Os velhos jeans estão sempre associados a tantas lembranças boas que custa deitá-los fora. Felizmente é possível dar-lhes uma segunda vida.

7 - As borboletas monarcas estão a enfrentar a nova ameaça das tempestades de Inverno atípicas que devastaram algumas florestas santuário no México, alertaram organizações conservacionistas.

8 - Por onde anda a memória das casas de Lisboa que contam histórias? Há na capital dezenas de casas em tempos habitadas por figuras das quais reza a História; muitas nem estão assinaladas; muitas nem estão protegidas - Há as habitadas, as abandonadas, as demolidas; e Também há as casas-museus - e essas contam-se pelos dedos.

9 - Madre Teresa de Calcutá: ninguém é insignificante.

10 - A Universal Music Portugal oferece um bilhete duplo para o concerto dos U2 em Coimbra (participa até 3 Setembro 2010).

11 - "Fundo Limpo" volta a realizar-se dia 11 de Setembro. Recolha de lixo subaquático.

13 - Boy George não gostou de ler as declarações de Lady Gaga, segundo as quais a cantora admite usar cocaína ocasionalmente. O cantor britânico considera que as afirmações da artista americana são desnecessárias e pouco apropriadas, já que a grande maioria dos seus fãs pertence à camada jovem.

14 - Passatempo: o Clube dos Livros e a Saída de Emergência oferecem 3 exemplares do livro Os Homenzinhos Livres (participa até 5 Setembro 2010).

15 - Modernas e coloridas, estas bonitas flores em tecido podem ter variadíssimos usos – decorar uma bolsa ou casaco, bandoletes e elásticos para o cabelo ou mesmo aplicadas em abajours e almofadas.

16 - O MORCEGUISMOS é um espaço inteiramente dedicado aos morcegos e pretende ser um veículo de divulgação e sensibilização. Neste espaço cabe a divulgação de projectos em curso ou concluídos, notícias, e actividades diversas. Para além disso pretende-se que contribua para uma aproximação do público a este grupo faunístico, e que este público tome parte no aumento do conhecimento sobre morcegos em Portugal, nomeadamente através da informação sobre abrigos de que tenham conhecimento.

17 - Passatempo Saber Viver/Topicrem: ganhe 20 embalagens de emulsão hidratante para o corpo com efeito cintilante (participa até 19 Setembro 2010).

18 - Do Algures neste Vale: Modo de Estar - I e Modo de Estar - II.

19 - Passatempo SKIP: "Experiências novas todos os dias". Com oferta de três experiências Odisseias para os mais novos (participa até 3 Setembro 2010).

20 - Como funciona a política em Portugal: Há um par de anos que a Câmara Municipal da Covilhã (CMC) cobiça um terreno com mais de 3 milhares de sobreiros, situado em Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN).

21 - Passatempo Lua Vermelha "Regresso às aulas": manda a tua frase e habilita-te a um vale de 100€ para comprar material escolar na Staples (particpa até 8 Setembro 2010).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Campanha de Recolha de Alimentos
28 e 29 Agosto 2010

Centro Comercial de Loures (antigo Carrefour)
S.O.S Animal
www.sosanimal.com

O S.O.S Animal - Grupo de Socorro Animal de Portugal, vai efectuar uma campanha de recolha de alimentos no Centro Comercial de Loures (antigo Carrefour) nos dias o no dia 28 e 29 de Agosto respectivamente entre a 9h30 e as 20h30 no dia 28 e entre as 09h30 e as 13h no dia 29.
Neste momento estamos com muitos animais e poucas ajudas nomeadamente em alimentação.
Nenhum deles pediu para ser abandonado e são fruto da negligência humana. Faça a diferença ajude a divulgar, contribua.

Estaremos a recolher, entre outras coisas:
Ração para Cão e Gato; Areias para Gato; Desinfectantes e detergentes para limpeza; Trelas, Coleiras e Comedouros; Desparasitantes e sprays; Alcofas e Transportadoras; Álcool, Água Oxigenada e Soro Fisiológico; Betadine ou solução equivalente; Toalhitas para bebé e Pó de Talco; Fraldas para Bebé mais de 10 Kg; Sacos para Lixo.

Precisamos também de voluntários para nos ajudarem nesta campanha, se quer ser um deles encaminhe um email, com nome, e o horário em que poderá estar presente para dep.comercial@sosanimal.com.

Toda a equipa da S.O.S. Animal e os animais agradecem
Departamento Comercial SOS Animal
Cristina Oliveira


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Cinema
O Aprendiz de Feiticeiro

Título original: The Sorcerer's Apprentice
De: Jon Turteltaub
Argumento: Matt Lopez, Doug Miro, Carlo Bernard
Com: Nicolas Cage, Jay Baruchel, Alfred Molina, Monica Belluci, Teresa Palmer
Género: Aventura, Comédia, Fantasia
Classificacao: M/12
EUA, 2010, Cores, 109 min.

Site Oficial

O Aprendiz de Feiticeiro»: ideal para o regresso das férias

É um filme ideal para esta altura de regresso (ou final) de férias. «O Aprendiz de Feiticeiro» apresenta-se como um filme para a família e assim o é. A nova produção da Disney com Nicolas Cage à cabeça estreia esta quinta-feira e é um bom prolongamento para o processo de (re)adaptação ao quotidiano do resto do ano de quem está de volta, quer ao trabalho quer à escola.
O título remete desde logo para o clássico «Fantasia» de 1940 dos estúdios do rato mais famoso de todos e o episódio em que o aprendiz de feiticeiro é «Mickey» não passa ao lado do filme realizado agora por John Turteltaub. A homenagem ao filme que foi o ponto de partida para o (novo) conceito está lá numa cena que marca o tom divertido que este «O Aprendiz de Feiticeiro» quer e consegue estabelecer.
Esta nova aventura cheia de fantasia dirige-se não só aos coleccionadores do cinema fantástico, mas alarga-se aos que ainda apreciam um (bom) humor sem cair no paternalismo da gargalhada forçada - duplamente evitado pela personagem de Cage, o mestre feiticeiro («Balthazar Blake») consciente de que a sua missão com o seu aprendiz («Dave»/Jay Baruchel) contra o vilão «Maxim Horvath» (Alfred Molina) é bem séria.
O leitmovit de «O Aprendiz de Feiticeiro» é uma simplíssima luta do bem contra o mal, mas isso não obsta a que este seja um filme bastante inteligente; pelo contrário, quando estas coisas são simples e tão transparentes, é no que está à volta que as dificuldades residem para que não se caia na mediania do já visto. E o leque de público já referido deverá ganhar mais adeptos por parte de quem quer simplesmente divertir-se com uma coisa bem feita - em concreto, o resultado no seu todo.
Os efeitos especiais estão na ordem do dia cinematográfico. E num filme de magia, que bebe o conceito naquele clássico, há expectativas que legitimamente serão criadas. E o grau de exigência é também cada vez maior para os apreciadores de cinema fantástico. Também aqui «O Aprendiz de Feiticeiro» passa no teste, pois, mesmo aprovado sem deslumbrar neste capítulo - fundamental para o filme, mas não em exclusivo -, consegue cumprir o (mínimo) que (já) se exige para que o divertimento em ver este filme não seja menorizado.

In TVI24

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mulheres grávidas com excesso de peso têm bebés mais gordos

As mulheres que ganham excesso de peso durante a gravidez têm bebés mais gordos, que poderão tornar-se adultos obesos, revela um estudo publicado hoje na revista médica Lancet. Investigadores norte-americanos acompanharam nascimentos em Michigan e Nova Jérsia entre 1989 e 2003, focando a sua atenção nas mulheres que tinham mais de um filho, para excluírem a possibilidade de as geneticamente predispostas para a obesidade transmitirem os genes aos seus bebés.
Entre as 513 mil mulheres e as 1,1 milhões de crianças estudadas, os cientistas descobriram que as mulheres que ganharam mais 24 quilos durante a sua gravidez tiveram bebés com mais 150 gramas do que as que engordaram dez quilos.
Nos Estados Unidos, mais de um terço das mulheres com peso normal e mais de metade das mulheres obesas ou com excesso de peso engordam na gravidez acima do recomendado pelos médicos. Para um dos autores do estudo, David Ludwig, bebés mais pesados correm riscos, no futuro, de terem excesso de peso e desenvolverem doenças como asma, alergias e cancro.
O também director do programa Ótimo Peso para a Vida, do Hospital Pediátrico de Bóston, sustenta que, quando as grávidas comem demasiado, algumas das calorias extra estimulam o crescimento do feto. "O feto desenvolve um ambiente metabólico anormal quando há excesso de açúcar no sangue", defende, acrescentando que tal facto pode "alterar o desenvolvimento de tecidos, órgãos e o mecanismo cerebral que regula o apetite e o metabolismo".

In Ciência Hoje
Mercado de segunda mão
Mercado Municipal de Oeiras
Últimos domingos dos meses de Verão, das 9h00 às 17h00

O que já não tem utilidade para uns, pode ser aquilo que outros procuram. Este é o conceito que serve de base ao Mercado de Trocas e Segunda Mão que a Câmara Municipal de Oeiras tem vindo a promover nos últimos domingos dos meses de Verão. A próxima (e derradeira) sessão desta iniciativa acontece no próximo domingo, no primeiro piso do Mercado Municipal de Oeiras.
Entre as nove da manhã e as cinco da tarde, os lisboetas podem visitar o mercado e, em vez da típica carne ou do peixe fresco, podem levar para casa peças de roupa, artigos de decoração, bijuteria ou electrodomésticos. Tudo em segunda mão. E se a sua onda não for comprar, pode sempre mudar-se para o outro lado do balcão e vender os seus próprios produtos.
«Este tipo de iniciativa encontra-se amplamente divulgada noutros países da União Europeia», explica Elisabete Brigadeiro, porta-voz da Câmara de Oeiras. «É uma iniciativa importante para dinamizar os mercados municipais do concelho». A participação é aberta a qualquer pessoa que tenha objectos em casa e que gostaria de os vender. Elisabete Brigadeiro desvenda ainda uma finalidade mais ambiental. «O objectivo pretendido é a reciclagem de objectos que muitas vezes as pessoas têm guardados nas suas casas e que já não tem utilidade», diz. «Este mercado pode funcionar como uma sugestão para quem procura presentes solidários e amigos do ambiente, promovendo assim um consumo mais sustentável».
Quanto à qualidade, fica garantida pela Câmara Municipal. Esta informa os participantes para «ter em consideração a qualidade do produto e correspondente atribuição do preço ou valor no caso das trocas». A adesão do público, «crescente de edição para edição», é a melhor confirmação disso mesmo. E que público é esse? «Não existe um público-alvo, mas sim pessoas de todas as faixas etárias interessadas neste tipo de iniciativa», diz a porta-voz.
Por isso, fãs de feiras de segunda mão ou simples aventureiros no negócio de venda e troca de roupa e outros artigos, só têm de ir ao Mercado Municipal de Oeiras até domingo. A próxima edição está ainda em estudo e deverá ocorrer na freguesia de Carnaxide, perto do mercado municipal.

Eduardo Féteira, 24 de Agosto de 2010
In
TimeOut

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Abrace o Buçaco!
Fundação Mata do Buçaco
5 de Setembro de 2010, às 9h30
Ponto de encontro: Portas da Rainha, Buçaco


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A Mata Nacional do Buçaco está entre as 21 finalistas às "Maravilhas Naturais de Portugal". Ciente da responsabilidade que é tornar a Mata Nacional do Buçaco numa das 7 maravilhas naturais de Portugal, e porque a votação termina a 7 de Setembro, a Fundação Mata do Buçaco está a organizar uma mega iniciativa, para o próximo dia 5 de Setembro, domingo, pelas 9h30.
"Abrace o Bussaco", literalmente, é o apelo que a Fundação Mata do Buçaco está a lançar a cerca de cinco mil pessoas, o número necessário para que seja possível cercar a Mata do Buçaco através de um cordão humano.
Para além de apelar ao voto, o objectivo da iniciativa é envolver não só a população local dos concelhos de Mealhada, Penacova, Mortágua e Anadia, mas também toda a população da Região Centro. E para conseguir alcançar os objectivos, a Fundação Mata do Buçaco está a apostar em força na divulgação do "Abrace o Bussaco"e conta com o apoio de dezenas de Agrupamentos de Escuteiros, de toda a Região, e entidades associativas.
É um acontecimento nunca antes visto na Mata Nacional do Buçaco, aliciante e entusiasmante, e só é possível tornar-se num sucesso através da união e da força daqueles que acreditam que é possível abraçar 105 hectares de Mata, pelas 10h50 min. imperterivelmente.

Nota: Deverão dirigir-se às portas da Rainha, pois a organização está dividida por grupos e esta porta contará com a vossa colaboração.

A Mata Nacional do Buçaco é finalista das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

Registe-se e vote Mata Nacional do Buçaco (está na primeira coluna da esquerda, na categoria Florestas e Matas).
Também pode enviar um SMS para o nº 68933, com a mensagem "702". Ou votar por telefone, ligando para o nº 760 302 702
Com a sua ajuda - isto é, com o seu voto, com os votos dos seus familiares e dos seus amigos - vamos fazer desta maravilha, que é o Buçaco, uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

In Naturlink

Buçaco - O bosque encantado
www.fmb.pt

http://amoteluso.blogspot.com
http://bussaco.blogs.sapo.pt

Os monges chegaram em 1628 e, com eles, a mata, que já era densa, ganhou espécies exóticas. E as árvores cresceram, com a ajuda de uma bula papal que excomungava quem as cortasse. Mais tarde, o convento dos carmelitas deu lugar a um palácio. Religioso e romântico, que o diga o rei D. Manuel II, o Buçaco precisa hoje de uma séria intervenção. Recuperar a via sacra e os trilhos que esconde são prioridades.
Sábado, descobrimos depois, não era o dia certo para ouvir o zangarreio celestial da Mata do Buçaco e, muito menos, para recuar algumas centenas de anos no tempo e vestir a pele de um monge carmelita descalço, tentando imaginar como seria orar, laborar e penar naquele bosque encantado. Havia excursões e dançava-se o vira minhoto ao som do acordeão, ao mesmo tempo que uma das duas guias que acompanhavam a visita de um grupo de juízes e funcionários judiciais procurava explicar o carácter religioso da mata e lamentava a proliferação de plantas infestantes, como as acácias. "Isto já começa a ser também uma infestante", comentou uma das participantes do grupo, referindo-se à desgarrada minhota que um homem, com uma concertina, e duas mulheres tinham acabado de montar mal desceram do autocarro.
Estava tudo errado: o lugar, a entrada da Cruz Alta, o ponto mais panorâmico da Mata do Buçaco, com 547 metros de altitude, nasceu como a etapa final do calvário, não como início de festa. Todos iam descer, mas o percurso foi feito para ser a subir, com devoção e carregando nas costas a experiência de Jesus Cristo. Chegar ao topo, com a sua panorâmica de 360 graus, é o prémio que se ganha hoje. Antes, era a esperança do reencontro com o divino através da penitência.
Para a cumprirem com rigor, os carmelitas descalços construíram no Buçaco uma réplica perfeita da via sacra de Jerusalém, com os seis Passos da Prisão e os 14 da Paixão de Cristo."É a única existente no mundo", lembra António Jorge Franco, presidente da fundação que gere a Mata Nacional do Buçaco há um ano. Não se sabe como foram os monges capazes de respeitar religiosamente o percurso, as formas e as medidas da via sacra original. "Segundo alguns historiadores, é possível que um dos monges tenha estado antes em Israel e trazido de lá toda a informação necessária", diz o mesmo responsável.
O caminho de pedra rasga as sombras perfumadas do arvoredo e a encosta íngreme ao longo de 3,5 quilómetros que, em penitência, demoram cerca de quatro horas a percorrer. Árvores gigantescas filtram a luz solar, lançando as pequenas capelas numa semiobscuridade que acentua ainda mais a dimensão espiritual do caminho. As cenas bíblicas vão sendo desfiadas uma a uma e revividas em cada capela pelo realismo das esculturas de terracota criadas pelo escultor e ceramista Costa Motta (sobrinho), entre 1908 e 1916, para substituir as originais, entretanto destruídas. Um dos elementos mais impressionantes é a alegoria arquitectónica da Varanda de Pilatos, o Pretório, onde Cristo foi julgado e condenado. Daí para a frente, o caminho sobe cada vez mais, recriando o sofrimento de Cristo até à crucificação e culminando na Capela do Calvário. O percurso continua depois em escadas de pedra tosca até à cruz Cruz Alta.

180 mil réis pela mata
Os carmelitas descalços, com o apoio dos bispos de Coimbra e de Viseu, demoraram mais de meio século a erguer a via sacra tal como hoje a conhecemos. Se há algo que distingue estes religiosos, é a paciência. A paciência de viver uma vida inteira contemplando, orando e trabalhando na mais profunda das reclusões. O Bucaço foi o seu deserto em Portugal, o único, por sinal.
A mata, hoje com 105 hectares, foi-lhes cedida, em troca de 180 mil réis, em 1626, pelo bispo de Coimbra, D. João Manoel, depois de o padre geral da ordem ter visitado e aprovado o lugar de clausura mais ou menos nestes termos: "Aqui é vontade de Deus que se funde; murem este sítio, que nele têm o melhor deserto da ordem. Porque se agora, inculto, rude e tosco, é o que admiramos, cultivado será um paraíso terreal."
Os primeiros três frades começaram por se instalar no Luso em 29 de Junho de 1628, trazendo cada um "um cobertor para a mesa e dez cruzados para o começo da obra". No início de Agosto, juntamente com mais três carmelitas, instalaram-se de vez no Buçaco, iniciando de imediato a construção do mosteiro, onde, depois de pronto, passavam a maior parte do tempo.
Pelo menos duas vezes por ano, na Páscoa e no Natal, refugiavam-se numa das inúmeras ermidas que foram erguendo ao longo da mata, para viverem um período de absoluto isolamento. As ermidas eram espartanas, com uma sala de orações, uma cela, uma cozinha e pouco mais. O pé direito era baixo e a entrada muito estreita. "As pessoas imaginam os monges carmelitas descalços como sendo baixos e gordinhos, mas não. Por serem vegetarianos, eram baixinhos e magrinhos", ia explicando a guia Patrícia Duarte ao grupo de funcionários judiciais.
Acompanhando outra parte do mesmo grupo, a engenheira florestal Anabela Bemhaja focava-se nos segredos botânicos da Mata do Buçaco, desfiando os nomes populares e científicos de algumas das árvores e plantas que ia encontrando pelo caminho. "Aquela árvore retorcida é o aderno, a Phillyrea latifilia. Esta aqui é carvalho-alvarinho, o Quercus robur. Lembram-se do vinho e nunca mais se esquecem dela." E por aí adiante.
Estas espécies fazem parte da chamada "floresta climácica do Buçaco", uma representação da floresta primitiva nacional. Muitas delas têm centenas de anos. Ao todo, existem no Buçaco 258 tipos diferentes de árvores, 89 das quais consideradas notáveis, pela sua raridade e importância.
Devido ao microclima do lugar, o arvoredo já era exuberante e espesso, quando os carmelitas chegaram ao Buçaco, mas foi com eles que a mata ganhou o perfil e a diversidade actual, através da introdução de espécies exóticas provenientes dos vários continentes. Protegidos por uma bula do papa Urbano VIII que ameaçava com a excomunhão quem se atrevesse a cortar árvores no Buçaco, os frades não só conservaram o que já existia, como foram enriquecendo o bosque, plantando freixos do México, bétulas da Noruega, sequóias gigantes da América do Norte, criptomérias do Japão, nogueiras-pretas, araucárias e choupos do Canadá, eucaliptos da Austrália, cedros dos Himalaias e ciprestes da América Central, entre muitas outras espécies.
Os carmelitas procuravam a diversidade, tentando talvez recriar o paraíso, mas cultivavam um interesse especial pelos ciprestes e cedros, dada a ligação destas árvores a textos bíblicos. Sobretudo os primeiros, encontraram no Buçaco um habitat perfeito, ao ponto de terem dado origem a uma nova designação científica, o Cupressus lusitanica, vulgarmente conhecido como cedro-do-buçaco, apesar de se tratar de um cipreste.
O mais antigo que se conhece em Portugal situa-se junto à Capela de S. José e transformou-se no símbolo da Mata do Buçaco. Uma placa indica que foi plantando em 1648, mas é provável que seja ainda mais antigo. Tem cerca de 40 metros de altura e está rodeado por um gradeamento metálico, "o que parece desnecessário e, além de inestético, constitui um objecto de poluição visual", insurgiu-se um dia o botânico Jorge Paiva.

Idílio e campo de batalha
O que se encontra hoje no Buçaco, não é o éden, mas a mata ainda conserva o ambiente próprio das florestas primitivas e a fresquidão e o mistério dos grandes bosques, aliando ao carácter religioso do lugar o romantismo e a luxúria de alguns espaços, como a Cascata da Fonte Fria e o Vale dos Fetos. Não sendo o paraíso, o Buçaco é pelo menos um oásis, uma nascente permanente de água que alimenta fontes, lagos e as vizinhas termas do Luso.
É um cenário belo de mais para se imaginar como palco de uma batalha. Mas foi na serra do Buçaco que se travou uma das mais sangrentas batalhas da Terceira Invasão Francesa, durante a Guerra Peninsular. No dia 27 de Setembro de 1810, 50 mil soldados das forças portuguesas e britânicas, comandados por Arthur Wellesley, primeiro duque de Wellington, enfrentaram 65 mil soldados franceses liderados pelo marechal André Massena. As tropas coligadas conseguiram suster o avanço das tropas de Napoleão, mas no final desse dia jaziam no Buçaco cerca de cinco mil mortos, na sua esmagadora maioria franceses. Um obelisco, um museu militar e a oliveira onde o duque de Wellington amarrou o seu cavalo mantêm vivas as memórias dessa batalha.
Há também na entrada do Convento do Buçaco uma placa a lembrar que "o glorioso general" inglês pernoitou ali depois de ter derrotado os franceses. Na altura, o convento ainda era habitado pelos carmelitas. As ordens religiosas foram extintas em 1834, mas os carmelitas só abandonaram definitivamente o Buçaco em 1855. Trinta e um anos depois, por ordem do então ministro das Obras Públicas de D. Luís, Emídio Navarro, o convento foi parcialmente demolido para dar lugar a um palácio real.
Edifício neomanuelino projectado pelo arquitecto italiano LuigiManini(cenógrafo do Teatro Nacional de S. Carlos e autor do místico Palácio da Regaleira, em Sintra), o palácio ficou pronto em 1902, mas em 1907 foi convertido em hotel de luxo, vocação que ainda mantém. É um monumento notável, com elementos arquitectónicos inspirados no Mosteiro dos Jerónimos, na Torre de Belém e no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, e onde sobressai uma amurada com 32 colunas ornamentadas, talhadas em pedra de Ançã.
Rodeado de belíssimos jardins, exala um perfume encantatório que vai bem com a natureza sagrada e também romântica da mata, propícia até a alguns devaneios amorosos, apesar da bula papal que interditava a entrada no recinto a mulheres. Durante a construção do palácio real, D. Carlos, filho de D. Luís, mandou derrubar a Ermida de Santa Helena e erguer no seu lugar um chalet. "Dizem que era para a amante", explica António Jorge Franco.
O rei era um conhecido boémio, mas quem de certeza usufruiu do isolamento do chalet foi o seu filho, D. Manuel II, que lhe sucedeu, após o regicídio de 1908. A dois meses da implantação da República, o jovem monarca instalou-se no Buçaco, onde viveu um idílio amoroso com Gaby Deslys, uma bailarina e actriz que conhecera em Paris e que instalou no chalet de Santa Teresa. O caso era conhecido e não agradava à mãe, a rainha D. Amélia, que, conforme descrição feita por Ferraz da Silva, um dos estudiosos do Buçaco, no seu blogue bussaco.blogs.sapo.pt, terá feito o seguinte comentário: "Vim a saber pelas más-línguas que Manuel ainda tem uma paixoneta por essa divazinha do music-hall parisiense, Gaby Deslys, de origem marselhesa, cujo verdadeiro nome é Gabrielle Caire. Correm boatos segundo os quais Manuel segue as pisadas do pai e os seus esforços políticos serão imediatamente anulados por isso." E foram, como se sabe.

Décadas de abandono
Hoje, o chalet é uma ruína coberta de arbustos. No seu abandono, espelha bem a degradação que foi tomando conta da mata nacional e do seu património, desde as casas florestais às ermidas e capelas da via sacra. Nem as figuras bíblicas escapam. Está tudo vandalizado e mal tratado. É um cenário triste que soa a profanação, dado a natureza sagrada da mata. O mal começa nas redondezas, onde o nemátodo do pinheiro (um verme microscópico) levou à destruição de manchas enormes de pinhal, acentuando ainda mais a singularidade verdejante da Mata do Buçaco. A praga ainda não chegou lá, mas o abandono e o passar do tempo já fizeram esboroar pedaços do muro de 5750 metros de comprimento e três de altura que os carmelitas ergueram para proteger o seu deserto. Lá dentro, só o Hotel Palace do Buçaco e alguns dos edifícios anexos escapam. O resto encontra-se em escombros ou seriamente danificado. "É preciso recuperar tudo", reconhece António Jorge Franco.
O problema é antigo, mas foi-se agravando nas últimas décadas. "Antes, com a mata nacional sob a jurisdição do Estado, as pessoas estavam longe, o que criava problemas de gestão. Agora há uma cara a quem pedir responsabilidades", sublinha o presidente do conselho de administração da fundação que gere a Mata Nacional do Buçaco. A fundação foi criada oficialmente em 19 de Maio do ano passado, tendo como elementos principais o Estado e a Câmara Municipal da Mealhada, a quem cabe nomear o presidente (António Jorge Franco é vereador nesta autarquia). Todo o património existente, incluindo o Palace Hotel do Bussaco (mantém a grafia antiga), passou para a sua alçada.
Um ano depois, a mata está mais limpa, mas continua quase tudo por fazer. "Os primeiros meses foram passados a instalar a fundação. Só desde o início deste ano é que começámos a trabalhar com uma estrutura própria", justifica António Jorge Franco. Os problemas e potencialidades já estão inventariados no Plano de Ordenamento e Gestão da Mata Nacional do Buçaco desenvolvido pela Universidade de Aveiro para a Autoridade Florestal Nacional. O documento serviu, de resto, de base à candidatura feita ao Quadro de Referência Estratégica Nacional em 2007, através da qual foram recuperadas as Portas de Coimbra, a mais bela das seis entradas da mata.
Para a fundação, as prioridades também estão definidas: "Recuperar a via sacra para dinamizar o turismo religioso, construir um centro interpretativo [na antiga garagem do hotel], para que as pessoas que visitam o Buçaco saibam o que vão ver e recuperar e valorizar os trilhos existentes", enumera o presidente. Só falta encontrar os meios financeiros. Por agora, a fundação depende bastante das dotações da câmara e do Ministério da Agricultura, e a crise financeira e orçamental não ajudam muito. Mas António Jorge Franco acredita que "dentro de seis, sete, dez anos, vá lá, a Mata do Buçaco poderá sustentar-se a si própria" com as receitas de bilheteira, das rendas do hotel (que é explorado pela família Alexandre de Almeida há quase um século e em cuja adega repousa uma das mais cobiçadas garrafeiras nacionais, com mais de 200 mil garrafas, muitas de produção própria), do merchandising e da futura exploração turística das casas florestais.
O presidente da fundação espera também que a eleição das sete maravilhas naturais de Portugal possa trazer mais visitantes (o Buçaco é visitado anualmente por cerca de 100 mil pessoas). A mata é uma das candidatas, concorrendo na sua categoria com os parques de Sintra e a floresta laurissilva da Madeira. O padrinho do Buçaco é o escritor Miguel Sousa Tavares, confesso amante deste que continua a ser, apesar dos seus problemas, um dos mais refrescantes e belos recantos de Portugal. Degradado, mas belo.

Paulo Pimenta
In Jornal Público

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Caça à Rola-comum
Quercus apela ao fim da caça de espécie em forte regressão


A Rola-comum (Streptopelia turtur) é uma espécie migradora e estival que está a desaparecer a um ritmo galopante em Portugal e na Europa. Outrora, distribuia-se pelo País, principalmente no Norte, ocorrendo em áreas florestadas e em terrenos agrícolas adjacentes. A destruição do habitat, a caça excessiva e a perseguição nas áreas de nidificação e invernação, parecem estar na origem da sua acentuada regressão. Segundo dados recentemente veiculados pela SPEA, a situação da espécie na Europa é muito grave, estimando-se que a tenha decrescido 66% nos últimos 20 anos e 23% nos últimos 10 anos.
Apesar da espécie apresentar o estatuto de “Pouco preocupante” no Livro Vermelho dos Vertebrados publicado em 2005, situação que contrasta com estatuto de “Vulnerável” atribuído em 1990, a Quercus considera que os dados conhecidos aconselham a que se estabeleça uma proibição durante alguns anos para que possa haver recuperação das populações.
Por outro lado, na data prevista para a abertura da caça à rola - 22 de Agosto - é provável a existência de muitas rolas em nidificação ainda com crias no ninho, situação que, se for conjugada com a quantidade e extensão dos incêndios florestais que têm ocorrido em Portugal, provocarão uma grande quebra ainda maior na já debilitadas populações de rola-comum selvagens.
Posto isto, a QUERCUS considera inadmissível que, no Ano Internacional da Biodiversidade, não seja tida em consideração a situação da espécie e se permita que a caça a encaminhe para a extinção.


A QUERCUS apela pois ao Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e à Ministra do Ambiente que proíbam, com carácter de urgência, a caça à rola-comum, de modo a prevenir a extinção desta magnífica espécie. Solicita-se igualmente que a espécie seja monitorizada nos próximos anos para avaliar os seus efectivos populacionais

Lisboa, 18 de Agosto de 2010
A Direcção Nacional
Quercus-Associação Nacional de Conservação da Natureza
Superbactéria ainda não chegou a Portugal mas há casos semelhantes
Autoridades admitem que risco de importação é grande e estão alerta. Nos hospitais, 33% dos médicos não lavam as mãos


A Direcção-Geral da Saúde garante não haver nenhum caso de infecção pela superbactéria em Portugal. E ao Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) não chegou nenhuma amostra para confirmação em laboratório. Mas é cada vez mais claro que os novos organismos a circular na Europa poderão entrar no país, que já regista uma taxa elevada de infecções hospitalares por bactérias multirresistentes muito semelhantes ao novo agente.
"Não temos conhecimento de nenhum caso, mas é obviamente um risco. Até porque a existência de bactérias multirresistentes a antibióticos não é um problema novo em Portugal", refere Cristina Costa, coordenadora do Programa Nacional de Controlo da Infecção. A MRSA é a mais frequente nos hospitais, e tem mecanismos semelhantes à superbactéria identificada na Índia. Ambas conseguem produzir enzimas capazes de destruir os antibióticos, explica.
Apesar de já ter vitimado uma pessoa na Europa, não há medidas extraordinárias para evitar o seu surgimento em território nacional. O programa nacional para combater este problema já inclui medidas para aumentar a lavagem das mãos dos profissionais de saúde, e também dos visitantes de pessoas internadas. E são estas medidas que se vão manter.
No ano passado, a taxa de desinfecção atingiu os 67% dos médicos - começou com 46% -, o que significa que 33% continuam a não lavar as mãos. O objectivo do programa é chegar, este ano, aos 75% dos profissionais - aproximando os valores à meta da Organização Mundial da Saúde de chegar aos 90% em 2012. Quanto aos visitantes, não há dados sobre esta prática de higienização. A resistência de bactérias a antibióticos tem vindo a aumentar e, segundo o Sistema Europeu de Vigilância da Resistência aos Antibióticos (EARSS), Portugal tem tido nos últimos anos uma das piores performances - é um dos dois países com 50% de bactérias resistentes. O uso indiscriminado de antibióticos é uma das principais causas para que as bactérias desenvolvam resistências aos tratamentos.
Na semana passada, um artigo publicado na revista médica "Lancet" dava conta de um novo tipo de mutação que torna bactérias comuns em agentes responsáveis por infecções hospitalares como a E. coli. Há cerca de 6000 antibióticos disponíveis, mas estes organismos são resistentes a quase todos, mesmo aos que só são usados como último recurso.
Jaime Nina, epidemiologista do INSA, explica que o risco existe. Mas Portugal tem um sistema de vigilância operacional, que rastreia a origem dos casos mais graves de infecção hospital e encaminha-os para um laboratório específico do INSA, a Unidade Nacional de Referência de Resistência aos Antimicrobianos (URRA.) Ainda assim, salienta Jaime Nina, há algumas razões para preocupação. No caso da e. Coli - que provoca por exemplo infecções urinárias -, a mutação pode apenas tornar os tratamentos com antibióticos mais difíceis. Já o caso da Klebsiella pneumoniae, que segundo a "Lancet" também já foi transformada em superbactéria, é mais preocupante. "São mais raras e rápidas. A falha de um antibiótico pode ser fatal", diz. A possibilidade de esta superbactéria se transformar num problema de saúde pública é, para Jaime Nina, um problema ainda distante, apesar de a história mostrar que sempre que uma resistência se alastra em meio hospitalar aparece na década seguinte na comunidade. Foi o caso do estafilococo dourado, que provocou surtos de pneumonia nos anos 60 e 80.

In Jornal I

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sons

Seal - A Change is Gonna Come

Seal, um dos meus cantores preferidos. A voz, a música, as letras, tudo perfeito.
Mel alentejano
Das flores e plantas que perfumam o montado e as serranias alentejanas nasce um dos produtos mais puros da região. Comido à colherada, barrado no pão ou utilizado na doçaria, tem cor de ouro e sabor a lua... de mel


Tal como as gentes alentejanas, que foram buscar a alma da sua gastronomia às ervas aromáticas e alimentares, também as abelhas souberem aproveitar o melhor da flora que nasce espontaneamente na região. A ela se devem as características principais do mel - cor, aroma e sabor - que determinam as cinco variedades deste “néctar” produzido no Alentejo: quatro monoflorais, ou seja, feitas a partir de um só tipo de flor dominante, e uma multifloral, com pólen de várias espécies.
Entre as primeiras, o mel de rosmaninho é o mais comum, distinguindo-se pela cor clara e pelo aroma e paladar fino e leve. No entanto, também se produz mel de laranjeira, com sabor delicado e o aroma característico da fragrância das laranjeiras; mel de eucalipto, de paladar pronunciado e forte; e mel de soagem, mais escuro e que tem grande tendência para cristalizar.
Já o monofloral é proveniente de zonas onde não predomina nenhuma espécie, embora deva apresentar obrigatoriamente mais de 5% de uma das seguintes plantas: esteva, sargaço, rosmaninho, soagem, eucalipto, cardo, tomilho, laranjeira e alecrim. A cor varia entre o âmbar claro e o âmbar escuro, enquanto o aroma e o paladar são ricos, perfumados e profundos.

Uma colherada de história
Apreciado milenariamente pelo seu sabor único e propriedades medicinais, o mel tem também uma longa tradição no Alentejo. É possível que a apicultura na região (tal como no resto do país) remonte à época dos romanos, para quem este produto era considerado um autêntico “néctar digno dos deuses”.
Da Idade Média chegaram relatos dos privilégios reais concedidos ao chamados “abelheiros”, nomeadamente em Serpa, onde foram criadas áreas próprias para esta actividade. Nessa época, os enxames eram geralmente colocados em troncos de árvores vazios, mas nas terras mediterrâneas havia um produto perfeito para instalar as “casas” das abelhas: o cortiço do sobreiro. E sobreiros foi coisa que nunca faltou no Alentejo...
Entretanto, os enxames “mudaram-se” para caixas de madeira com quadros móveis (que facilitam a retirada dos favos), mas a forma tradicional de produção pouco se alterou. Primeiro, o mel é separado da cera, depois são filtradas as impurezas e, finalmente, basta guardá-lo num pote de barro ou num frasco de vidro.

Doces que sabem a favos
A qualidade do mel alentejano é assegurada pela Denominação de Origem Protegida (DOP), chancela que delimita a sua área de produção e reconhece um saber-fazer ancestral. Assim, sempre que comprar um frasco com o respectivo selo azul e amarelo já sabe que não vai comer “gato por lebre”...
Além dos concursos internacionais, onde é habitual ganhar primeiras classificações, o néctar produzido nos distritos de Portalegre, Évora e Beja recebe também uma justa homenagem
na gastronomia e, sobreretudo, na gulosa doçaria tradicional alentejana.
O bolo de mel do Convento do Bom Jesus de Monforte, as alcomias e as pinhoadas, doces com pinhões e mel que se encontram na zona de Alcácer do Sal, ou os bombons de mel do Alentejo são apenas alguns deleitosos exemplos da sua utilização. Já está com água na boca?

De Alcácer a Mértola, passando pelo Alvito
Uma vez desperta a tentação, é altura de descobrir o melhor local para cometer o pecado da gula. São muitas as feiras semanais e as pastelarias alentejanas que dão a provar o mel da região e seus respectivos doces, mas há algumas iniciativas e eventos onde este produto é rei e senhor.
É o caso da Feira do Mel, do Queijo e do Pão, que decorre todos os anos em Mértola por alturas de Abril, ou da PIMEL - Feira do Mel, do Pinhão e da Doçaria Regional, promovida pela autarquia de Álcácer do Sal no mês de Junho.
Mais intimistas e didácticos são os Ateliês do Mel, realizados regularmente (sob marcação prévia) pela Rota do Fresco. Este programa promete um dia em cheio nos arredores do Alvito, com visita a uma colmeia e uma melaria (onde se faz o mel), participação na recolha dos favos, um piquenique com produtos tradicionais e, claro, as indispensáveis provas. Pode ter a certeza que vão cair como sopa no mel...

Nelson Jerónimo Rodrigues
In
Lifecooler

domingo, 22 de agosto de 2010

As imagens da semana

Aproveitei o Dia Mundial da Juventude para passear em Lisboa (com direito a uma volta no eléctrico n.º 28) e ir ao cinema com os meus sobrinhos (os transportes eram gratuitos mediante levantamento do bilhete/guia para esse efeito e havia descontos nos bilhetes de cinema e entrada gratuita em alguns museus/palácios). E no final, ainda fomos, com a minha cunhada e apesar do cansaço, visitar gratuitamente (integrado no evento Museu Fora de Horas, do Festival dos Oceanos) o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arqueologia e o Mosteiro dos Jerónimos.
Foi a primeira vez que entrei no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos e foi extraordinário: um local com uma luz e encanto muito própro, com uma visita ao Coro-alto onde a perspectiva da Igreja Sta. Maria de Belém completamente vazia e com pouca luz, fazia sentir o pulsar de cada coração ali presente. Tudo isto, adicionado a um belo entardecer de uma quente noite de Verão, tornou a visita memorável.
Um dia inesquecível (espero que para os meus rapazes também).
Boa semana.






































































Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo.
Liang Tzu