As surpresas da semana
1 - A Linha do Tua no jornal “As Artes entre as Letras”.
2 - A família do Jardim Zoológico de Lisboa tem mais um membro. Trata-se de uma cria de Calau Trombeteiro, uma espécie de ave que tem tanto de rara como de curiosa. E o Zoológico não podia estar mais orgulhoso deste feito, pois torna-se assim uma das poucas instituições do mundo a conseguir ultrapassar as dificuldades de reprodução sob protecção humana desta espécie.
3 - Passatempo A Vida é Bela: Conte-nos a sua Lifetime Experience (até 6 de Novembro 2009).
4 - Uma receita muito simples e saborosa: Tarte de Maçã.
5 - Uma viagem à região francesa de Auvergne em jeito de road movie. Dez cenas intensas rodadas ao ar livre num palco verde repleto de vulcões adormecidos, lagos profundos e montanhas habitadas por cavalos selvagens. Em tempos, o mundo já deve ter sido um lugar assim.
6 - Juntamente com a Editorial Presença, temos 3 exemplares do livro "A Melodia do Adeus" de Nicholas Sparks para oferecer aos leitores do blog. O primeiro contemplado receberá um livro autografado pelo escritor. Os vencedores irão ainda receber um saco promocional do livro (até 3 de Novembro 2009).
7 - Maria da Conceição, assistente de bordo da Emirate Airlines, tem mudado a vida de centenas de crianças no Bangladesh. Conheça a história do Anjo de Daca.
8 - Orquestra Metropolitana de Lisboa.
9 - O Visit Portugal oferece um fim-de-semana para duas pessoas no Hotel Faro, no Algarve. Responda a uma questão e Boa Sorte!
10 - A Casa Decor 2009 abre ao público no próximo dia 6 de Novembro e ‘habita’ até 6 de Dezembro o nº 19 da Praça do Príncipe Real, em Lisboa.
11 - Desta vez, é o seu animal de companhia que o leva a passear. Temos 4 fins-de-semana em turismo rural para oferecer, para si e para ele, na Quinta da Dourada, no Parque Natural de S. Mamede, Portalegre. Registe e faça upload de uma foto do seu animal de companhia e habilite-se a ser um dos vencedores. Ao fazer o seu registo, oferece 1 dia de alimentação a um animal abandonado da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal."
12 - Elephants Never Forget a Friend.
13 - Já pensou ter em sua casa uma estante BILLY personalizada por Marcelo Rebelo de Sousa, Fernando Alvim ou pelo Zé Pedro dos Xutos&Pontapés? No âmbito da comemoração dos 30 anos da estante BILLY - que desde a sua criação já vendeu mais de 41 milhões de exemplares - a IKEA promove um Leilão Solidário, em que serão colocadas em licitação 10 estantes personalizadas por nomes bem conhecidos de todos (até 6 de Novembro 2009).
14 - Menos um carro!
15 - Queremos eleger as cinco melhores histórias sobre 'Natais inesperados'. Envie-nos um email para siteactiva@impresa.pt e relate-nos, em cerca de 1000 caracteres, um episódio curioso, dramático ou surpreendente que tenha sucedido na sua vida nesta altura do ano. As melhores 5 histórias ganham um conjunto de champô e condicionador Franck Provost e as suas autoras ainda podem vê-la publicada na revista ACTIVA.
16 - A National Geographic Society (NGS) divulgou uma nova lista de destinos turísticos sustentáveis, com base numa recente avaliação para a qual contribuíram mais de 400 peritos especialistas em diferentes áreas do turismo, que coloca o Vale do Douro no 7.º lugar do ranking europeu - e 16.º mundial, entre 133 destinos, com 76 pontos (o máximo da pontuação foi 85 para os fiordes noruegueses).
17 - Uma importante reflexão: A Arvore Certa, Para o Local Adequado.
"Estou aqui construindo o novo dia com uma expressão tão branda e descuidada que dir-se-ia não estar fazendo nada. E, contudo, estou aqui construindo o novo dia!" António Gedeão
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Petição aos supermercados para pôr fim à comercialização de espécies de peixe de profundidade
Vamos tomar uma atitude, assine esta petição!
"A Greenpeace, em parceria com outras ONG, nomeadamente a SPEA, está a lançar uma petição aos supermercados, pedindo que ponham um fim à comercialização de peixe capturado a grande profundidade e que garantam aos consumidores que todo o peixe que vendem é sustentável.
Se se interessa pela sustentabilidade dos nossos mares assine esta petição. Temos que aumentar a pressão sobre os supermercados!
Ajuda-nos a proteger um dos últimos refúgios da vida marinha do planeta!
Assina a petição aos supermercados para pôr fim à comercialização de espécies de peixe de profundidade.
Os habitats do mar profundo alojam criaturas misteriosas, frágeis e de crescimento extremamente lento. Escandalosamente, fora do nosso alcance físico e visual, navios de pesca industrial de meia dúzia de países, entre eles Portugal, estão a destruir a uma velocidade estonteante estes oásis das profundezas, por um retorno económico irrisório a nível global.
A pesca de profundidade é uma actividade inerentemente destrutiva, insustentável e ainda ineficiente. Muitas das espécies capturadas nem são utilizadas para consumo e são devolvidas ao mar já sem vida ou moribundas, enquanto os seus habitats foram irremediavelmente danificados pelo equipamento usado.
Pede aos supermercados classificados a vermelho no 2º Ranking da Greenpeace que assumam as suas responsabilidades e garantam que não vendem espécies capturadas a grande profundidade em alto mar."
In site Greenpeace
Vamos tomar uma atitude, assine esta petição!
"A Greenpeace, em parceria com outras ONG, nomeadamente a SPEA, está a lançar uma petição aos supermercados, pedindo que ponham um fim à comercialização de peixe capturado a grande profundidade e que garantam aos consumidores que todo o peixe que vendem é sustentável.
Se se interessa pela sustentabilidade dos nossos mares assine esta petição. Temos que aumentar a pressão sobre os supermercados!
Ajuda-nos a proteger um dos últimos refúgios da vida marinha do planeta!
Assina a petição aos supermercados para pôr fim à comercialização de espécies de peixe de profundidade.
Os habitats do mar profundo alojam criaturas misteriosas, frágeis e de crescimento extremamente lento. Escandalosamente, fora do nosso alcance físico e visual, navios de pesca industrial de meia dúzia de países, entre eles Portugal, estão a destruir a uma velocidade estonteante estes oásis das profundezas, por um retorno económico irrisório a nível global.
A pesca de profundidade é uma actividade inerentemente destrutiva, insustentável e ainda ineficiente. Muitas das espécies capturadas nem são utilizadas para consumo e são devolvidas ao mar já sem vida ou moribundas, enquanto os seus habitats foram irremediavelmente danificados pelo equipamento usado.
Pede aos supermercados classificados a vermelho no 2º Ranking da Greenpeace que assumam as suas responsabilidades e garantam que não vendem espécies capturadas a grande profundidade em alto mar."
In site Greenpeace
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
III Visita/caminhada na ZIF de Entre Douro e Sousa
(inclui almoço e magusto)
7 Novembro 2009 (inscrições até 5 de Novembro)
As inscrições são feitas através de preenchimento de formulário no site da Campo Aberto
www.campoaberto.pt
"A área a visitar
A Campo Aberto e a Zona de Intervenção Florestal de Entre Douro e Sousa (ZIF de EDS) realizam um passeio/visita de estudo na freguesia de Paço de Sousa. Esta freguesia, situada no vale do Sousa e integrada na ZIF, apresenta uma grande mancha florestal onde, embora predomine a floresta de produção, se encontram ainda valores naturais (faunísticos e florísticos) interessantes e dignos de serem visitados e protegidos. É precisamente nas margens e lameiros dos cursos de água que se pode encontrar uma grande biodiversidade e bosques ripícolas bem conservados. Na freguesia, como monumentos a merecer visita, tem-se o Mosteiro de Paço de Sousa, que integra a rota do românico.
As ZIF’s
Relembrar que as ZIF’s são uma forma jurídico-técnica encontrada pelo estado português para ordenar o território florestal e tentar pôr fim a anos de incúria e de más práticas. A ZIF de EDS, uma das primeiras a ser criada no âmbito de legislação específica nesta matéria, é constituída por cerca de 8000 hectares. Tem como objectivos gerais promover um desenvolvimento sustentável da floresta, contribuindo assim para um futuro mais promissor da actividade silvícola. Na persecução destes objectivos foram já concluídos e aprovados os Planos de Gestão Florestal e de Defesa da Floresta contra Incêndios. A Certificação da Gestão Florestal, em fase de implantação, irá contribuir para uma produção mais sustentável e para uma valorização económica dos produtos florestais da área ZIF.
Esta visita será mais uma oportunidade para os sócios da Campo Aberto ficarem a conhecer melhor a região, bem como, o processo de formação das ZIF’s e a importância que vão ter na organização da floresta portuguesa do futuro. O passeio vai incluir uma caminhada de cerca de 7 km, em plena natureza…
Programa (7 de Novembro)
8:15h – Encontro dos participantes (junto ao Café Velasquez)
8:30h – Saída do Porto (em regime de boleias partilhadas)
10:00h – Casa do Gaiato, com início da caminhada, de cerca de 7Km, em zona florestal e rural, na freguesia de Paço de Sousa
13:00h – Almoço na Casa do Gaiato, promovido pela ZIF-EDS
15:00h – Visita ao Mosteiro de Paço de Sousa (uma das jóias do românico)
16:00h – Apanha simbólica de castanhas, seguida de Magusto
18:00h - Regresso previsto.
Informações gerais
- A deslocação, entre o Porto e a Casa do Gaiato (em Paço de Sousa), cerca de 30 km, será efectuada em viaturas particulares, em regime de boleias partilhadas. No acto da inscrição indique se pode dar boleia e a quantas pessoas ou, em alternativa, se precisa de boleia.
- Chegada à Casa do Gaiato, (onde se pode estacionar) e início das actividades.
- Caminhada com cerca de 7 km de extensão.
- Almoço promovido pela ZIF-EDS, na Casa do Gaiato.
- Apanha simbólica de castanhas seguida de magusto.
Custo
O custo total da visita é de € 15 para sócios da Campo Aberto e de associações representadas na plataforma Convergir.
Caso ainda não seja sócio da Campo Aberto pode fazê-lo simultaneamente com a inscrição para a visita.
O custo total para não sócios é de € 20.
Nota: o preço inclui o seguro de acidentes pessoais, o almoço e despesas de organização."
Co-organização
Associação Florestal do Vale do Lima
Campo Aberto
In Campo Aberto
(inclui almoço e magusto)
7 Novembro 2009 (inscrições até 5 de Novembro)
As inscrições são feitas através de preenchimento de formulário no site da Campo Aberto
www.campoaberto.pt
"A área a visitar
A Campo Aberto e a Zona de Intervenção Florestal de Entre Douro e Sousa (ZIF de EDS) realizam um passeio/visita de estudo na freguesia de Paço de Sousa. Esta freguesia, situada no vale do Sousa e integrada na ZIF, apresenta uma grande mancha florestal onde, embora predomine a floresta de produção, se encontram ainda valores naturais (faunísticos e florísticos) interessantes e dignos de serem visitados e protegidos. É precisamente nas margens e lameiros dos cursos de água que se pode encontrar uma grande biodiversidade e bosques ripícolas bem conservados. Na freguesia, como monumentos a merecer visita, tem-se o Mosteiro de Paço de Sousa, que integra a rota do românico.
As ZIF’s
Relembrar que as ZIF’s são uma forma jurídico-técnica encontrada pelo estado português para ordenar o território florestal e tentar pôr fim a anos de incúria e de más práticas. A ZIF de EDS, uma das primeiras a ser criada no âmbito de legislação específica nesta matéria, é constituída por cerca de 8000 hectares. Tem como objectivos gerais promover um desenvolvimento sustentável da floresta, contribuindo assim para um futuro mais promissor da actividade silvícola. Na persecução destes objectivos foram já concluídos e aprovados os Planos de Gestão Florestal e de Defesa da Floresta contra Incêndios. A Certificação da Gestão Florestal, em fase de implantação, irá contribuir para uma produção mais sustentável e para uma valorização económica dos produtos florestais da área ZIF.
Esta visita será mais uma oportunidade para os sócios da Campo Aberto ficarem a conhecer melhor a região, bem como, o processo de formação das ZIF’s e a importância que vão ter na organização da floresta portuguesa do futuro. O passeio vai incluir uma caminhada de cerca de 7 km, em plena natureza…
Programa (7 de Novembro)
8:15h – Encontro dos participantes (junto ao Café Velasquez)
8:30h – Saída do Porto (em regime de boleias partilhadas)
10:00h – Casa do Gaiato, com início da caminhada, de cerca de 7Km, em zona florestal e rural, na freguesia de Paço de Sousa
13:00h – Almoço na Casa do Gaiato, promovido pela ZIF-EDS
15:00h – Visita ao Mosteiro de Paço de Sousa (uma das jóias do românico)
16:00h – Apanha simbólica de castanhas, seguida de Magusto
18:00h - Regresso previsto.
Informações gerais
- A deslocação, entre o Porto e a Casa do Gaiato (em Paço de Sousa), cerca de 30 km, será efectuada em viaturas particulares, em regime de boleias partilhadas. No acto da inscrição indique se pode dar boleia e a quantas pessoas ou, em alternativa, se precisa de boleia.
- Chegada à Casa do Gaiato, (onde se pode estacionar) e início das actividades.
- Caminhada com cerca de 7 km de extensão.
- Almoço promovido pela ZIF-EDS, na Casa do Gaiato.
- Apanha simbólica de castanhas seguida de magusto.
Custo
O custo total da visita é de € 15 para sócios da Campo Aberto e de associações representadas na plataforma Convergir.
Caso ainda não seja sócio da Campo Aberto pode fazê-lo simultaneamente com a inscrição para a visita.
O custo total para não sócios é de € 20.
Nota: o preço inclui o seguro de acidentes pessoais, o almoço e despesas de organização."
Co-organização
Associação Florestal do Vale do Lima
Campo Aberto
In Campo Aberto
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O génio feminino reside na sua capacidade de despertar os homens para si próprios, segundo Maryse Vaillant, psicóloga, autora de Comment aiment les femmes: Du Désir et des Hommes*. Uma revelação?
"As mulheres amam hoje de uma forma diferente?
Acho que são diferentes da imagem que se tem delas e que amam os homens na sua vida de uma forma mais matizada, complexa, sólida e construtiva do que se diz. Quis saber se, no seu modo de amar os homens, as mulheres perpetuam a velha tradição feminina de submissão e adoração do macho. E descobri, para minha surpresa, que ainda não se libertaram realmente dela. Encontrei mulheres sofisticadas e licenciadas que mimam os maridos, utilizam a coqueteria e escondem a sua inteligência. Para mim, isto é um enigma e recorri a Freud para tentar compreender. As suas análises continuam a ser muito pertinentes para interrogarmos as nossas paixões, as nossas pequenas e grandes fraquezas.
As mulheres são hoje mais autónomas que no tempo de Freud. Ao ler o seu livro, porém, fica-se com a sensação de que elas continuam a ter medo de ser abandonadas.
É verdade. Porque é que continuamos a ter necessidade do amor de um homem para nos sentirmos mulheres? Precisamos, em primeiro lugar, do amor de mãe para sermos capazes de amar, mas também de pensar e de nos abrirmos ao mundo. Este é o amor de base. Mas é a passagem pela casa “papá”, o olhar do pai, o conflito edipiano que dá à menina acesso às armas da feminilidade e aos instrumentos de sedução. A partir daí, o reconhecimento parece passar sempre pelos homens. É essa, sem dúvida, a origem do grande medo de ser abandonada, como se a mulher perdesse o seu estatuto de objecto de desejo para integrar o universo das mulheres marcadas e vulgares, como se, ao partir, o homem apagasse a luz e deixasse a mulher no escuro.
Mas não pensa que isso seja verdade, do ponto de vista social? Que mais vale ser solteira do que ter sido abandonada?
O estatuto de mulher abandonada continua a ser um velho modelo contrastante: “Seduzida e abandonada.” Mesmo quando são capazes de prover às suas necessidades, mesmo quando são fortes e sedutoras, a maioria das mulheres sentem-se, lá no fundo, desvalorizadas se forem deixadas, ainda que por um homem medíocre. É espantoso…
O que mudou então no amor das mulheres pelos homens?
Antes, o amor funcionava com base no modelo de protecção. As raparigas procuravam um marido forte, mais maduro que elas, que lhes desse dinheiro, notoriedade e conforto material, um homem que as protegia e fazia delas mães, acantonando-as em seguida no seu espaço doméstico. Acontece que este modelo antigo continua a ser muito forte, o que não deixa de ser intrigante. Ao mesmo tempo, o amor tornou-se mais narcisista. A sociedade estende às mulheres o espelho da sedução para encontrarem a sua identidade. Continua a propor-lhes que sejam belas, jovens e suficientemente inteligentes para se calarem. Muitos jovens casais nascem de um amor narcisista: cada um procura-se no olhar do outro, cada um vê no outro um alter ego. É uma forma de amor muito estimulante e apaixonada, mas estes casais fracassam frequentemente porque, passado muito pouco tempo, a mulher acha que se sacrificou e não teve espaço para ser ela própria. Apesar de tudo, penso que o génio das mulheres continua a consistir no que o seu amor dá aos homens.
“Fazer despertar os homens para si próprios”: na sua opinião, é aí que reside o verdadeiro amor das mulheres?
Sim. Sempre se disse que um homem se “fazia” identificando-se com o pai e se construía depois na competição e no confronto com os seus pares. É verdade, mas não basta. Muitas vezes, são as mulheres que “fazem” um homem. E, paradoxalmente, não são as mães. A mãe faz do filho um filho, não um homem. Ele só se torna realmente um adulto responsável, leal, fiel e corajoso por intermédio dos seus encontros com outras mulheres. O génio feminino reside inteiramente nessa capacidade maiêutica de fazer despertar o homem para si próprio. Basta não nos vermos como um objecto, mas como uma pessoa, e tratarmos o homem que amamos da mesma maneira. Com uma mulher assim, o homem fica. Ela faz tudo para que a sua relação seja viva e inteligente, através da palavra e da partilha. Não utiliza subterfúgios para o prender. Uma mulher pode fazer despertar para si próprio um homem mais velho do que ela, ou mais novo.
Precisamente: parece emergir do seu livro um novo modelo, o das mulheres que amam, de forma aberta e livre, um homem mais novo do que elas…
Muitos foram os homens iniciados no amor por mulheres mais velhas, mas essas histórias permaneceram, as mais das vezes, secretas. O que pode ser novo e interessante é que hoje há mulheres que não se escondem e que se permitem viver, se o desejarem, uma relação, uma aventura ou uma verdadeira união fora dos caminhos batidos da mulher frágil e financeiramente dependente, sem com isso procurar ostentar o seu jovem amante. São mulheres livres, fortes – na maior parte dos casos, maduras. São mulheres que criaram filhos em esquemas familiares clássicos, que sofreram e tomaram consciência de que são capazes de pensar e reflectir. Estão dispostas a afrontar os olhares.
No seu livro, fala pouco de sexualidade, mas ela é indissociável do amor…
Sim, mas julgo que a sexualidade e o amor são duas coisas diferentes. Quis mostrar a força das mulheres, o seu poder e a sua energia. Sabe-se, há mais de 30 anos, que elas podem viver plenamente a sua sexualidade, mas parece-me que, entre o que acontece hoje e o que acontecia então, a bandeira está a meia haste. O benefício que as mulheres retiram dela é claramente menor. De resto, a capacidade de ter prazer sexual nem sempre é um sinal de autonomia ou liberdade. A sexualidade é um ingrediente da vida, mas não necessariamente do amor. Quando os dois se juntam, é óptimo, mas podemos amar um homem e ter prazer com outro. Colocar no centro do amor das mulheres o seu poder, a sua fecundidade, a sua capacidade de criar parece-me mais importante e mais inovador que falar da sua capacidade de ter prazer ou de ter relações sexuais."
* Como Amam as Mulheres: Do Desejo e dos Homens (tradução livre), Editions du Soleil.
Psicóloga clínica com um longo envolvimento na protecção judicial de menores, Maryse Vaillant é autora de várias obras sobre questões ligadas à adolescência, ao perdão, à família ou ao casal.
Por Danièle Laufer
In site Máxima
"As mulheres amam hoje de uma forma diferente?
Acho que são diferentes da imagem que se tem delas e que amam os homens na sua vida de uma forma mais matizada, complexa, sólida e construtiva do que se diz. Quis saber se, no seu modo de amar os homens, as mulheres perpetuam a velha tradição feminina de submissão e adoração do macho. E descobri, para minha surpresa, que ainda não se libertaram realmente dela. Encontrei mulheres sofisticadas e licenciadas que mimam os maridos, utilizam a coqueteria e escondem a sua inteligência. Para mim, isto é um enigma e recorri a Freud para tentar compreender. As suas análises continuam a ser muito pertinentes para interrogarmos as nossas paixões, as nossas pequenas e grandes fraquezas.
As mulheres são hoje mais autónomas que no tempo de Freud. Ao ler o seu livro, porém, fica-se com a sensação de que elas continuam a ter medo de ser abandonadas.
É verdade. Porque é que continuamos a ter necessidade do amor de um homem para nos sentirmos mulheres? Precisamos, em primeiro lugar, do amor de mãe para sermos capazes de amar, mas também de pensar e de nos abrirmos ao mundo. Este é o amor de base. Mas é a passagem pela casa “papá”, o olhar do pai, o conflito edipiano que dá à menina acesso às armas da feminilidade e aos instrumentos de sedução. A partir daí, o reconhecimento parece passar sempre pelos homens. É essa, sem dúvida, a origem do grande medo de ser abandonada, como se a mulher perdesse o seu estatuto de objecto de desejo para integrar o universo das mulheres marcadas e vulgares, como se, ao partir, o homem apagasse a luz e deixasse a mulher no escuro.
Mas não pensa que isso seja verdade, do ponto de vista social? Que mais vale ser solteira do que ter sido abandonada?
O estatuto de mulher abandonada continua a ser um velho modelo contrastante: “Seduzida e abandonada.” Mesmo quando são capazes de prover às suas necessidades, mesmo quando são fortes e sedutoras, a maioria das mulheres sentem-se, lá no fundo, desvalorizadas se forem deixadas, ainda que por um homem medíocre. É espantoso…
O que mudou então no amor das mulheres pelos homens?
Antes, o amor funcionava com base no modelo de protecção. As raparigas procuravam um marido forte, mais maduro que elas, que lhes desse dinheiro, notoriedade e conforto material, um homem que as protegia e fazia delas mães, acantonando-as em seguida no seu espaço doméstico. Acontece que este modelo antigo continua a ser muito forte, o que não deixa de ser intrigante. Ao mesmo tempo, o amor tornou-se mais narcisista. A sociedade estende às mulheres o espelho da sedução para encontrarem a sua identidade. Continua a propor-lhes que sejam belas, jovens e suficientemente inteligentes para se calarem. Muitos jovens casais nascem de um amor narcisista: cada um procura-se no olhar do outro, cada um vê no outro um alter ego. É uma forma de amor muito estimulante e apaixonada, mas estes casais fracassam frequentemente porque, passado muito pouco tempo, a mulher acha que se sacrificou e não teve espaço para ser ela própria. Apesar de tudo, penso que o génio das mulheres continua a consistir no que o seu amor dá aos homens.
“Fazer despertar os homens para si próprios”: na sua opinião, é aí que reside o verdadeiro amor das mulheres?
Sim. Sempre se disse que um homem se “fazia” identificando-se com o pai e se construía depois na competição e no confronto com os seus pares. É verdade, mas não basta. Muitas vezes, são as mulheres que “fazem” um homem. E, paradoxalmente, não são as mães. A mãe faz do filho um filho, não um homem. Ele só se torna realmente um adulto responsável, leal, fiel e corajoso por intermédio dos seus encontros com outras mulheres. O génio feminino reside inteiramente nessa capacidade maiêutica de fazer despertar o homem para si próprio. Basta não nos vermos como um objecto, mas como uma pessoa, e tratarmos o homem que amamos da mesma maneira. Com uma mulher assim, o homem fica. Ela faz tudo para que a sua relação seja viva e inteligente, através da palavra e da partilha. Não utiliza subterfúgios para o prender. Uma mulher pode fazer despertar para si próprio um homem mais velho do que ela, ou mais novo.
Precisamente: parece emergir do seu livro um novo modelo, o das mulheres que amam, de forma aberta e livre, um homem mais novo do que elas…
Muitos foram os homens iniciados no amor por mulheres mais velhas, mas essas histórias permaneceram, as mais das vezes, secretas. O que pode ser novo e interessante é que hoje há mulheres que não se escondem e que se permitem viver, se o desejarem, uma relação, uma aventura ou uma verdadeira união fora dos caminhos batidos da mulher frágil e financeiramente dependente, sem com isso procurar ostentar o seu jovem amante. São mulheres livres, fortes – na maior parte dos casos, maduras. São mulheres que criaram filhos em esquemas familiares clássicos, que sofreram e tomaram consciência de que são capazes de pensar e reflectir. Estão dispostas a afrontar os olhares.
No seu livro, fala pouco de sexualidade, mas ela é indissociável do amor…
Sim, mas julgo que a sexualidade e o amor são duas coisas diferentes. Quis mostrar a força das mulheres, o seu poder e a sua energia. Sabe-se, há mais de 30 anos, que elas podem viver plenamente a sua sexualidade, mas parece-me que, entre o que acontece hoje e o que acontecia então, a bandeira está a meia haste. O benefício que as mulheres retiram dela é claramente menor. De resto, a capacidade de ter prazer sexual nem sempre é um sinal de autonomia ou liberdade. A sexualidade é um ingrediente da vida, mas não necessariamente do amor. Quando os dois se juntam, é óptimo, mas podemos amar um homem e ter prazer com outro. Colocar no centro do amor das mulheres o seu poder, a sua fecundidade, a sua capacidade de criar parece-me mais importante e mais inovador que falar da sua capacidade de ter prazer ou de ter relações sexuais."
* Como Amam as Mulheres: Do Desejo e dos Homens (tradução livre), Editions du Soleil.
Psicóloga clínica com um longo envolvimento na protecção judicial de menores, Maryse Vaillant é autora de várias obras sobre questões ligadas à adolescência, ao perdão, à família ou ao casal.
Por Danièle Laufer
In site Máxima
terça-feira, 27 de outubro de 2009
É Proibido Proibir!
Exposição Temporária
30 Outubro 2009 a 31 Janeiro 2010
MUDE - Museu do Design e da Moda
Rua Augusta, 24 - Lisboa
www.mude.pt
Inauguração dia 29 Outubro 2009, às 19h.
Exposição Temporária
30 Outubro 2009 a 31 Janeiro 2010
MUDE - Museu do Design e da Moda
Rua Augusta, 24 - Lisboa
www.mude.pt
Inauguração dia 29 Outubro 2009, às 19h.
"O MUDE – Museu do Design e da Moda inaugura, no piso 1, a Exposição É proibido proibir! no dia 29 de Outubro. É proibido proibir! propõe-se viajar no tempo, remetendo para os finais dos anos 60 e início dos 70, através de uma apresentação de cerca de 60 peças, cruzando o design e a moda com o cinema, a literatura e a música, de modo a poder retratar a riqueza desta época."
In Mude
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Outono
"O sol despede-se lentamente nos dias cada vez mais breves de finais de Setembro. Esmaecem os doirados cabelos de Apolo. E as vinhas, os milheirais, os grandes plátanos dos jardins das cidades amolecem em tons amarelados e sanguíneos.
É o tempo das colheitas. Das vindimas e da apanha da fruta. Arrancam-se as batatas dos lameiros. Debulham-se os cereais. Descasca-se a amêndoa e secam-se os figos. A terra entrega generosamente ao homem o resultado do seu trabalho. Chegam as primeiras chuvas e despedem-se as aves migratórias. Límpidos horizontes. O mar, desocupado, exprime agora toda a brancura das suas ondas. Um cão vadio que corre atrás das gaivotas. Um par de namorados sentados na areia da praia. Avança o outono por Outubro. Desprendem-se as primeiras folhas. Pelos campos queimam-se as ramas secas. E o fumo levanta-se numa liturgia final de um ciclo que se encerra.
É o tempo das colheitas. Das vindimas e da apanha da fruta. Arrancam-se as batatas dos lameiros. Debulham-se os cereais. Descasca-se a amêndoa e secam-se os figos. A terra entrega generosamente ao homem o resultado do seu trabalho. Chegam as primeiras chuvas e despedem-se as aves migratórias. Límpidos horizontes. O mar, desocupado, exprime agora toda a brancura das suas ondas. Um cão vadio que corre atrás das gaivotas. Um par de namorados sentados na areia da praia. Avança o outono por Outubro. Desprendem-se as primeiras folhas. Pelos campos queimam-se as ramas secas. E o fumo levanta-se numa liturgia final de um ciclo que se encerra.
Terminaram as últimas romarias do ano. Depois de Nossa Senhora dos remédios de Lamego, é a Feira das Colheitas em Arouca e S. Mateus em Viseu. Vem aí Novembro com as castanhas e o vinho novo. As árvores cada vez mais despidas. Os insectos entontecidos. E os primeiros frios de uma noite que se torna mais longa e ávida.
Revolvemos os armários em busca de roupa quente. O sono aumenta. Depois das beladonas, florescem os crisântemos e acorremos ao cemitério para recordar os nossos mortos. Chove muito. E lembro-me muito de ti ao cair da tarde. Não consigo evita este roxo, esta ansiedade, este advento que me conduz a Dezembro e ao nascimento de uma luz que auguramos desde o princípio do mundo.
Deslizamos por outono docemente e na verdade esta convulsão meteorológica e natural parece afinar-nos a sensibilidade. Os amanheceres breves e límpidos, com fiapos de nuvens avermelhadas atravessados pelo primeiro sol, são inesquecíveis, como aquela árvore cor de fogo, hirta e soberana que parecia reunir toda a luz do entardecer e que eu te pedi que fotografasses, naquela viagem para o longínquo norte."
Manuel Hermínio Monteiro (1952-2001)
In site SNPCultura
Revolvemos os armários em busca de roupa quente. O sono aumenta. Depois das beladonas, florescem os crisântemos e acorremos ao cemitério para recordar os nossos mortos. Chove muito. E lembro-me muito de ti ao cair da tarde. Não consigo evita este roxo, esta ansiedade, este advento que me conduz a Dezembro e ao nascimento de uma luz que auguramos desde o princípio do mundo.
Deslizamos por outono docemente e na verdade esta convulsão meteorológica e natural parece afinar-nos a sensibilidade. Os amanheceres breves e límpidos, com fiapos de nuvens avermelhadas atravessados pelo primeiro sol, são inesquecíveis, como aquela árvore cor de fogo, hirta e soberana que parecia reunir toda a luz do entardecer e que eu te pedi que fotografasses, naquela viagem para o longínquo norte."
Manuel Hermínio Monteiro (1952-2001)
In site SNPCultura
domingo, 25 de outubro de 2009
As imagens da semana
A tentar repor a normalidade na rúbrica das imagens...
Partilho um pouco da apanha das nossas nozes, este ano com uma fraca colheita.
E dou notícias da Neve, que um mês mais tarde, teve a companhia do Ferrugem (também encontrado acidentado numa estrada). Os dois namorados parecem viver tempos felizes, só falta a liberdade, mas como são dóceis, se os liberto, arriscam-se a ser apanhados novamente e serem cozinhados!
Boa semana.
A tentar repor a normalidade na rúbrica das imagens...
Partilho um pouco da apanha das nossas nozes, este ano com uma fraca colheita.
E dou notícias da Neve, que um mês mais tarde, teve a companhia do Ferrugem (também encontrado acidentado numa estrada). Os dois namorados parecem viver tempos felizes, só falta a liberdade, mas como são dóceis, se os liberto, arriscam-se a ser apanhados novamente e serem cozinhados!
Boa semana.
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