http://www.youtube.com/watch?v=6LxAshVAR4Q
Para reflectir...
"Estou aqui construindo o novo dia com uma expressão tão branda e descuidada que dir-se-ia não estar fazendo nada. E, contudo, estou aqui construindo o novo dia!" António Gedeão
sábado, 15 de junho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Bombons caseiros
Ingredientes
(para 16 bombons)
80g de chocolate de culinária
80g de chocolate de leite com amêndoas
1 colher de sopa de margarina
1 colher de sobremesa de Vinho do Porto
2 colheres de sopa de amêndoas laminadas
3 alperces secos picados
Preparação
Colocar uma folha de papel vegetal ou um tapete antiaderente numa bancada de trabalho.
Colocar num recipiente refratário os chocolates, a margarina e o vinho do Porto. Levar ao lume em banho-maria até amolecer. Misturar tudo muito bem e juntar as amêndoas e os alperces, envolvendo de forma rápida, mas uniforme.
Retirar do lume e com a ajuda de duas colheres de sobremesa fazer pequenos bombons, que ficam mesmo meio toscos, colocando em cima da superfície preparada. Todo este processo deve ser feito de seguida, uma vez que se o chocolate arrefecer já não permite moldar os bombons.
in As Receitas Lá de Casa
(para 16 bombons)
80g de chocolate de culinária
80g de chocolate de leite com amêndoas
1 colher de sopa de margarina
1 colher de sobremesa de Vinho do Porto
2 colheres de sopa de amêndoas laminadas
3 alperces secos picados
Preparação
Colocar uma folha de papel vegetal ou um tapete antiaderente numa bancada de trabalho.
Colocar num recipiente refratário os chocolates, a margarina e o vinho do Porto. Levar ao lume em banho-maria até amolecer. Misturar tudo muito bem e juntar as amêndoas e os alperces, envolvendo de forma rápida, mas uniforme.
Retirar do lume e com a ajuda de duas colheres de sobremesa fazer pequenos bombons, que ficam mesmo meio toscos, colocando em cima da superfície preparada. Todo este processo deve ser feito de seguida, uma vez que se o chocolate arrefecer já não permite moldar os bombons.
in As Receitas Lá de Casa
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Santo António por Agustina Bessa-Luís
Santo António de Lisboa, cuja história, durante séculos, resistiu a ser soterrada pelo panegírico e acabou por ser encarada como exercício de eruditos, aparece-nos, a nós os leigos, ora fleumático, ora diáfano. A sensibilidade popular converteu-o num santo fácil e caseiro; nisto veio a dar aquele que, por índole e por carreira, se entregou ao convívio das causas humanas. Santo António foi sobretudo um asceta, o que não quer dizer uma natureza solitária. O asceta, a par da saudade de morrer, anda constante com a paixão da vida. Amou o mundo por algo que era nostalgia da felicidade. E os homens corresponderam-lhe com gratidão, que é amor por quem se afeiçoa às experiências deles, ainda que sem ilusão e familiaridade. Possui o Santo as sete energias instauradas pela inteligência: possui o intelecto individual que participa da eternidade da inteligência e está muito acima do pensamento; possui a verdade; possui a alegria, pois a alegria brota da plenitude do conhecimento; possui a prova apodítica; e também a vida, porque a vida é inseparável da inteligência, e são como mortos os que a ignoram. Possui a perfeição. E o êxtase perante o mundo supersensível. (...)
É de supor que os sermões orais de Santo António fossem dos mais comoventes que foram proferidos por qualquer pregador. A sua raça de homem atlântico de que brumas rodeou o coração? Que amigos conservou no desterro, que fidelidades sentiu na carne e no espírito através dos mares diferentes e dos idiomas diferentes? Em 1263, 32 anos depois da morte do Santo, S. Boaventura, então ministro geral [dos Franciscanos], vem a Pádua para trasladar os restos mortais do taumaturgo para a sua nova basílica. Antes de ser encerrado no seu sepulcro de mármore verde, fez-se o reconhecimento dos despojos. O corpo tinha-se tornado em pó; e disseram que só a língua continuava viva, símbolo da força da sua palavra e da incorrupta natureza do seu espírito. (...)
A sua cultura humanista e clássica está demonstrada nos seus textos. A linguagem é estudada e a expressão, muitas vezes, além de erudita, é dramática e é poética. Temos disso um exemplo no belíssimo passo que diz: «Se a rola perder a companheira, dela carecerá sempre; caminha sozinha e vagabunda, não bebe água clara, não sobe a ramo verde. Por seu lado, a pomba é simples, tem um ninho mais áspero e pobre do que as demais aves, não fere a ninguém com o bico ou com as unhas, não vive da rapina...». «Não bebe água clara, não sobe a ramo verde.» A correção do ritmo é acompanhada pela doçura da imagem. Os jogos de palavras, os paralelismos, as antíteses, os recursos da improvisação imagística, a elegância da metáfora, a vivacidade das apóstrofes, tudo isso faz de Santo António um grande escritor medievo.
«A abelha pequena trabalha mais, tem quatro asas subtis e a sua cor é negra e como que queimada.» Assim começa o pregador a conduzir a atenção dos seus ouvintes; e quando eles se aplicam em segui-lo, interessados no quadro naturalista que se desenrola, eis que outras situações lhes são mostradas e que o campo espiritual se lhes descobre. Quem não conhece a abelha operosa e escura? E as flores do salgueiro de que ela se alimenta, quem nunca as viu? O vento forte que sopra nas vinhas desde Pádua a Verona, todos os sentiram no inverno, esse inverno do norte que não é difícil comparar à adversidade. Há um acento na voz sonora que é inesquecível, quando ele descreve o que o coração envia ao pensamento.
A multidão ouve suspensa aquele homem pequeno, de cabelos brancos. É consolador tudo quanto ele diz, seguem-no, admiram-no, esperam dele coisas surpreendentes, embora não o compreendam algumas vezes. Mas ele sabe como fazer perdoar a sua erudição. «Assim como a flor quando espalha o perfume não se corrompe, também o verdadeiro humilde não se eleva quando louvado.» Louvam-no, não unicamente porque a sua língua bendita exalta o Senhor, mas porque ele opera nas almas uma estranha mudança; é uma espécie de expetativa que se introduz nas suas vidas. De que fala o Santo? Sossega-os nos seus lamentos, dá satisfação às suas opressões, anima-os nas suas guerras, resgata-os das suas dívidas, sustenta-os nas sua formes. É um pai amorável, embora evangelize às vezes de maneira sentenciosa. E é também um doutor capaz de se exprimir diante dos letrados. (...) «O casto afeto acompanhado de seriedade» - eis como ele se apresenta. A candura reveste-o e o povo ama o que nele é a própria deliberação de Deus.
Agustina Bessa-Luís
in Santo António, Guimarães Editores (1971-1973)
É de supor que os sermões orais de Santo António fossem dos mais comoventes que foram proferidos por qualquer pregador. A sua raça de homem atlântico de que brumas rodeou o coração? Que amigos conservou no desterro, que fidelidades sentiu na carne e no espírito através dos mares diferentes e dos idiomas diferentes? Em 1263, 32 anos depois da morte do Santo, S. Boaventura, então ministro geral [dos Franciscanos], vem a Pádua para trasladar os restos mortais do taumaturgo para a sua nova basílica. Antes de ser encerrado no seu sepulcro de mármore verde, fez-se o reconhecimento dos despojos. O corpo tinha-se tornado em pó; e disseram que só a língua continuava viva, símbolo da força da sua palavra e da incorrupta natureza do seu espírito. (...)
A sua cultura humanista e clássica está demonstrada nos seus textos. A linguagem é estudada e a expressão, muitas vezes, além de erudita, é dramática e é poética. Temos disso um exemplo no belíssimo passo que diz: «Se a rola perder a companheira, dela carecerá sempre; caminha sozinha e vagabunda, não bebe água clara, não sobe a ramo verde. Por seu lado, a pomba é simples, tem um ninho mais áspero e pobre do que as demais aves, não fere a ninguém com o bico ou com as unhas, não vive da rapina...». «Não bebe água clara, não sobe a ramo verde.» A correção do ritmo é acompanhada pela doçura da imagem. Os jogos de palavras, os paralelismos, as antíteses, os recursos da improvisação imagística, a elegância da metáfora, a vivacidade das apóstrofes, tudo isso faz de Santo António um grande escritor medievo.
«A abelha pequena trabalha mais, tem quatro asas subtis e a sua cor é negra e como que queimada.» Assim começa o pregador a conduzir a atenção dos seus ouvintes; e quando eles se aplicam em segui-lo, interessados no quadro naturalista que se desenrola, eis que outras situações lhes são mostradas e que o campo espiritual se lhes descobre. Quem não conhece a abelha operosa e escura? E as flores do salgueiro de que ela se alimenta, quem nunca as viu? O vento forte que sopra nas vinhas desde Pádua a Verona, todos os sentiram no inverno, esse inverno do norte que não é difícil comparar à adversidade. Há um acento na voz sonora que é inesquecível, quando ele descreve o que o coração envia ao pensamento.
A multidão ouve suspensa aquele homem pequeno, de cabelos brancos. É consolador tudo quanto ele diz, seguem-no, admiram-no, esperam dele coisas surpreendentes, embora não o compreendam algumas vezes. Mas ele sabe como fazer perdoar a sua erudição. «Assim como a flor quando espalha o perfume não se corrompe, também o verdadeiro humilde não se eleva quando louvado.» Louvam-no, não unicamente porque a sua língua bendita exalta o Senhor, mas porque ele opera nas almas uma estranha mudança; é uma espécie de expetativa que se introduz nas suas vidas. De que fala o Santo? Sossega-os nos seus lamentos, dá satisfação às suas opressões, anima-os nas suas guerras, resgata-os das suas dívidas, sustenta-os nas sua formes. É um pai amorável, embora evangelize às vezes de maneira sentenciosa. E é também um doutor capaz de se exprimir diante dos letrados. (...) «O casto afeto acompanhado de seriedade» - eis como ele se apresenta. A candura reveste-o e o povo ama o que nele é a própria deliberação de Deus.
Agustina Bessa-Luís
in Santo António, Guimarães Editores (1971-1973)
quarta-feira, 12 de junho de 2013
O primeiro autocarro anfíbio de Lisboa já navega no Tejo
Hippotrip
Doca de Santo Amaro
T: 211922030
http://www.hippotrip.com
http://www.facebook.com/Hippotrip
Há nova estrela no rio. Chegou o autocarro da Hippotrip que não só mostra Lisboa aos turistas por terra como, logo de seguida, "mergulha" para dar a ver a capital a partir do rio. Nos planos, chegar a outras cidades do país: o Porto já está na mira.
O momento é de ansiedade e expectativa. Num ambiente de alguma solenidade, ao som de Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, o autocarro entra no rio Tejo, para grande espanto dos muitos turistas que andam nas imediações da Doca do Bom Sucesso, em Belém. Um breve suster de respiração, um abanão e eis que Lola, autocarro anfíbio da empresa HippoTrip, se faz às vagas do Tejo, provocando uma salva de palmas dos cerca de vinte convidados para a viagem inaugural.
Para chegar a esta primeira viagem, o processo foi moroso. "Foram necessárias dezenas de licenças perante várias entidades", refere Frank, garantindo que o veículo agora estreado foi comprado em Dezembro de 2008.
Agora que todas as formalidades estão cumpridas, o autocarro faz-se à estrada, seguindo em direcção ao Cais do Sodré e passando depois pela Praça do Comércio, Rua da Prata, Rossio, Av. da Liberdade, Marquês de Pombal, Rato, Estrela e Belém, onde, já na última meia hora de percurso, se passeia nas águas do rio.
No primeiro dia, devido à maré, só se navegou entre o Padrão dos Descobrimentos e o Centro Champalimaud, junto à Torre de Belém, mas David Ferreira, o guia, admite que, com outras condições, se possa ir até perto do Museu da Electricidade. O guia, que fala em português e inglês, vai alternando, ao longo do percurso, entre explicações históricas de Portugal e Lisboa e lendas que ele próprio admite serem duvidosas.
Dois anfíbios até Dezembro
"Se por acaso houver um maremoto, estamos bem, porque estamos num anfíbio", diz, ao passar pela Rua do Arsenal. Aqui, a principal atracção para os turistas apeados parece ser mesmo o autocarro "virtualmente inafundável" - nas palavras de David - que vai a passar, com alguns solavancos. Muitos tiram fotografias e muitos correspondem com acenos ao grito que David pede diversas vezes aos passageiros: "Hippo, hippo, hurray!"
A HippoTrip "é uma pequena empresa com um grande sonho", diz Frank no discurso que profere ainda antes da partida do veículo. Depois de vários agradecimentos às várias entidades ali representadas, é Andreia Ventura, administradora do Porto de Lisboa, que corta a fita vermelha que ornamenta a escada de acesso ao veículo.
"É um regresso à tradição" da alma navegadora portuguesa, salienta Frank Alvarez na sua intervenção, manifestando o desejo de que a empresa se torne "um motivo de orgulho para os habitantes da cidade".
Luso-canadiano, Frank teve a ideia de montar a HippoTrip em 2005, quando estava em Harvard a estudar. O autocarro anfíbio que agora passará a fazer parte da paisagem lisboeta "é o 55.º veículo do género" em todo o mundo, garante David Ferreira.
A empresa espera ter um segundo autocarro em operação até ao fim do ano e prevê um total de quatro para a cidade de Lisboa, mas conta lançar-se igualmente no Porto.
O "passeio turístico mais singular de Lisboa"
"Quando o autocarro de repente desce a rampa para o rio, as pessoas ficam estupefactas", comentava à Fugas Catarina Tomé, da equipa da HippoTrip. E essa surpresa deverá continuar a repetir-se ao longo do mês de Maio, de sexta a domingo, a cada duas horas, a partir das 9h. Em Junho, os passeios serão diários. Os bilhetes custam entre 15€ (criança dos 2 aos 16 anos, maiores de 65) e 25€ (adulto) com trajectos de cerca de 90 minutos (60 em terra, 30 no rio). O autocarro-barco poderá transportar 40 pessoas.
Na sua apresentação, a empresa de Turismo Anfíbio promete "diversão, riso e aventura", tudo "embrulhado na experiência de passeio turístico mais singular de Lisboa". A viagem é acompanhada por guias, que deverão ir além da normal informação sobre as atracções turísticas que se vão vendo numa viagem; espere-se um "espectáculo" bem-humorado, em que se pode também "aprender sobre a cultura e história fabulosa desta cidade deslumbrante", resumem. O convite é para apreciar "Lisboa com um splash".
Os guias da Hippotrip "tentam ser mais interactivos com as pessoas, falando em inglês e português para todos se sentirem integrados", diz Catarina Tomé. Ao longo do "tour", "há histórias com um toque de humor. "Pesquisámos muitas histórias engraçadas sobre os monumentos e outros locais, menos conhecidas".
Tanto guias como motoristas também têm que ter mais "predicados" do que apenas capacidade de animar ou conduzir: nos critérios de contratação (há vagas disponíveis) dos motoristas refere-se que, como "serão responsáveis pela condução do veículo em terra e governação da embarcação na água", devem ser "Mestres Locais e similares" ou, pelo menos, Patrões Locais; isto é ter carta náutica e acreditações profissionais conexas. Os guias também têm que ter carta de Patrão Local.
Quem se quiser candidatar a guia, para além da carta de Patrão Local como "mínimo exigido", terá que ter um currículo recheado: "Boa apresentação, gosto e grande à vontade em falar para pequenos grupos" e, além de conhecimentos de cultura geral e local, "possuir um bom conhecimento de Português, Inglês e eventualmente uma terceira língua".
Os trajectos turísticos têm partida das Docas de Santo Amaro, em Alcântara, perto do Clube Naval (Associação Naval de Lisboa). Aqui, entra-se no autocarro e segue-se depois pelas principais atracções da cidade. Na Doca do Bom Sucesso, entra pelo rio adentro e começa a navegar. A chegada é ao Centro Náutico de Algés. Este é o percurso fixo mas pode haver trajectos especiais para determinados eventos ou grupos.
Por João Pedro Pincha, Luís J. Santos
in Fugas
Doca de Santo Amaro
T: 211922030
http://www.hippotrip.com
http://www.facebook.com/Hippotrip
Há nova estrela no rio. Chegou o autocarro da Hippotrip que não só mostra Lisboa aos turistas por terra como, logo de seguida, "mergulha" para dar a ver a capital a partir do rio. Nos planos, chegar a outras cidades do país: o Porto já está na mira.
O momento é de ansiedade e expectativa. Num ambiente de alguma solenidade, ao som de Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, o autocarro entra no rio Tejo, para grande espanto dos muitos turistas que andam nas imediações da Doca do Bom Sucesso, em Belém. Um breve suster de respiração, um abanão e eis que Lola, autocarro anfíbio da empresa HippoTrip, se faz às vagas do Tejo, provocando uma salva de palmas dos cerca de vinte convidados para a viagem inaugural.
Para chegar a esta primeira viagem, o processo foi moroso. "Foram necessárias dezenas de licenças perante várias entidades", refere Frank, garantindo que o veículo agora estreado foi comprado em Dezembro de 2008.
Agora que todas as formalidades estão cumpridas, o autocarro faz-se à estrada, seguindo em direcção ao Cais do Sodré e passando depois pela Praça do Comércio, Rua da Prata, Rossio, Av. da Liberdade, Marquês de Pombal, Rato, Estrela e Belém, onde, já na última meia hora de percurso, se passeia nas águas do rio.
No primeiro dia, devido à maré, só se navegou entre o Padrão dos Descobrimentos e o Centro Champalimaud, junto à Torre de Belém, mas David Ferreira, o guia, admite que, com outras condições, se possa ir até perto do Museu da Electricidade. O guia, que fala em português e inglês, vai alternando, ao longo do percurso, entre explicações históricas de Portugal e Lisboa e lendas que ele próprio admite serem duvidosas.
Dois anfíbios até Dezembro
"Se por acaso houver um maremoto, estamos bem, porque estamos num anfíbio", diz, ao passar pela Rua do Arsenal. Aqui, a principal atracção para os turistas apeados parece ser mesmo o autocarro "virtualmente inafundável" - nas palavras de David - que vai a passar, com alguns solavancos. Muitos tiram fotografias e muitos correspondem com acenos ao grito que David pede diversas vezes aos passageiros: "Hippo, hippo, hurray!"
A HippoTrip "é uma pequena empresa com um grande sonho", diz Frank no discurso que profere ainda antes da partida do veículo. Depois de vários agradecimentos às várias entidades ali representadas, é Andreia Ventura, administradora do Porto de Lisboa, que corta a fita vermelha que ornamenta a escada de acesso ao veículo.
"É um regresso à tradição" da alma navegadora portuguesa, salienta Frank Alvarez na sua intervenção, manifestando o desejo de que a empresa se torne "um motivo de orgulho para os habitantes da cidade".
Luso-canadiano, Frank teve a ideia de montar a HippoTrip em 2005, quando estava em Harvard a estudar. O autocarro anfíbio que agora passará a fazer parte da paisagem lisboeta "é o 55.º veículo do género" em todo o mundo, garante David Ferreira.
A empresa espera ter um segundo autocarro em operação até ao fim do ano e prevê um total de quatro para a cidade de Lisboa, mas conta lançar-se igualmente no Porto.
O "passeio turístico mais singular de Lisboa"
"Quando o autocarro de repente desce a rampa para o rio, as pessoas ficam estupefactas", comentava à Fugas Catarina Tomé, da equipa da HippoTrip. E essa surpresa deverá continuar a repetir-se ao longo do mês de Maio, de sexta a domingo, a cada duas horas, a partir das 9h. Em Junho, os passeios serão diários. Os bilhetes custam entre 15€ (criança dos 2 aos 16 anos, maiores de 65) e 25€ (adulto) com trajectos de cerca de 90 minutos (60 em terra, 30 no rio). O autocarro-barco poderá transportar 40 pessoas.
Na sua apresentação, a empresa de Turismo Anfíbio promete "diversão, riso e aventura", tudo "embrulhado na experiência de passeio turístico mais singular de Lisboa". A viagem é acompanhada por guias, que deverão ir além da normal informação sobre as atracções turísticas que se vão vendo numa viagem; espere-se um "espectáculo" bem-humorado, em que se pode também "aprender sobre a cultura e história fabulosa desta cidade deslumbrante", resumem. O convite é para apreciar "Lisboa com um splash".
Os guias da Hippotrip "tentam ser mais interactivos com as pessoas, falando em inglês e português para todos se sentirem integrados", diz Catarina Tomé. Ao longo do "tour", "há histórias com um toque de humor. "Pesquisámos muitas histórias engraçadas sobre os monumentos e outros locais, menos conhecidas".
Tanto guias como motoristas também têm que ter mais "predicados" do que apenas capacidade de animar ou conduzir: nos critérios de contratação (há vagas disponíveis) dos motoristas refere-se que, como "serão responsáveis pela condução do veículo em terra e governação da embarcação na água", devem ser "Mestres Locais e similares" ou, pelo menos, Patrões Locais; isto é ter carta náutica e acreditações profissionais conexas. Os guias também têm que ter carta de Patrão Local.
Quem se quiser candidatar a guia, para além da carta de Patrão Local como "mínimo exigido", terá que ter um currículo recheado: "Boa apresentação, gosto e grande à vontade em falar para pequenos grupos" e, além de conhecimentos de cultura geral e local, "possuir um bom conhecimento de Português, Inglês e eventualmente uma terceira língua".
Os trajectos turísticos têm partida das Docas de Santo Amaro, em Alcântara, perto do Clube Naval (Associação Naval de Lisboa). Aqui, entra-se no autocarro e segue-se depois pelas principais atracções da cidade. Na Doca do Bom Sucesso, entra pelo rio adentro e começa a navegar. A chegada é ao Centro Náutico de Algés. Este é o percurso fixo mas pode haver trajectos especiais para determinados eventos ou grupos.
Por João Pedro Pincha, Luís J. Santos
in Fugas
terça-feira, 11 de junho de 2013
Deco aplaude lista de cláusulas abusivas publicada pelo Ministério Público
O Ministério Público instaurou ações contra seguradoras, entidades bancárias, operadoras de serviços de telecomunicações e outras empresas fornecedoras de serviços, por incluírem cláusulas abusivas nos contratos
A associação para a defesa dos consumidores – Deco elogiou hoje o projeto do Ministério obrigando as empresas a retirarem cláusulas abusivas dos contratos, considerando que vai “tornar mais justas as relações contratuais e proteger os consumidores”.
Em declarações à Lusa, a adjunta do secretário-geral da Deco, Ana Cristina Tapadinhas, defendeu que o esforço desenvolvido pelo Ministério Público de retirar dos contratos cláusulas consideradas abusivas vai contribuir para “equilibrar as relações contratuais”.
O Ministério Público instaurou ações contra seguradoras, entidades bancárias, operadoras de serviços de telecomunicações e outras empresas fornecedoras de serviços, por incluírem cláusulas abusivas nos contratos, no âmbito do projeto Contratos de Adesão, que estão disponíveis na página da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
“A lista anunciada é essencial para que os consumidores se tornem mais ativos e exigentes e vejam quais as cláusulas consideradas abusivas para que sejam imediatamente retiradas dos seus contratos”, advogou a responsável da Deco.
Para Ana Tapadinhas, esta investigação do Ministério Público, que averiguou quatro centenas de condições contratuais, “torna mais justas as relações contratuais e protege os consumidores, por ser dissuasor para os agentes económicos”.
"Sabendo que há cláusulas que foram julgadas abusivas vão ter o cuidado de, no futuro, não as apresentar ao consumidor”, acrescentou.
A Deco tem colaborado com o Ministério Público, através do reencaminhamento das reclamações relacionadas com contratos de adesão, que diariamente chegam à associação, bem como sobre as ações intentadas relativas a este aspeto para que “não haja duplicação do trabalho”.
O Diário de Notícias escreve na edição de hoje que a Justiça obriga 228 empresas a alterar contratos abusivos, dando como exemplo cláusulas de fidelização do cliente, de compra de produtos e serviços e penalizações por incumprimento contratual.
Por Agência Lusa (3 Jun 2013)
in Jornal i
A associação para a defesa dos consumidores – Deco elogiou hoje o projeto do Ministério obrigando as empresas a retirarem cláusulas abusivas dos contratos, considerando que vai “tornar mais justas as relações contratuais e proteger os consumidores”.
Em declarações à Lusa, a adjunta do secretário-geral da Deco, Ana Cristina Tapadinhas, defendeu que o esforço desenvolvido pelo Ministério Público de retirar dos contratos cláusulas consideradas abusivas vai contribuir para “equilibrar as relações contratuais”.
O Ministério Público instaurou ações contra seguradoras, entidades bancárias, operadoras de serviços de telecomunicações e outras empresas fornecedoras de serviços, por incluírem cláusulas abusivas nos contratos, no âmbito do projeto Contratos de Adesão, que estão disponíveis na página da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
“A lista anunciada é essencial para que os consumidores se tornem mais ativos e exigentes e vejam quais as cláusulas consideradas abusivas para que sejam imediatamente retiradas dos seus contratos”, advogou a responsável da Deco.
Para Ana Tapadinhas, esta investigação do Ministério Público, que averiguou quatro centenas de condições contratuais, “torna mais justas as relações contratuais e protege os consumidores, por ser dissuasor para os agentes económicos”.
"Sabendo que há cláusulas que foram julgadas abusivas vão ter o cuidado de, no futuro, não as apresentar ao consumidor”, acrescentou.
A Deco tem colaborado com o Ministério Público, através do reencaminhamento das reclamações relacionadas com contratos de adesão, que diariamente chegam à associação, bem como sobre as ações intentadas relativas a este aspeto para que “não haja duplicação do trabalho”.
O Diário de Notícias escreve na edição de hoje que a Justiça obriga 228 empresas a alterar contratos abusivos, dando como exemplo cláusulas de fidelização do cliente, de compra de produtos e serviços e penalizações por incumprimento contratual.
Por Agência Lusa (3 Jun 2013)
in Jornal i
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Médicos do Mundo - Campanha de recolha de medicamentos
http://medicosdomundo.blogs.sapo.pt/141106.html
Face ao crescente número de pedidos de apoio medicamentoso que tem recebido, Associação Médicos do Mundo (MdM) acaba de lançar uma campanha de recolha de medicamentos.
Portanto, se tem em casa medicamentos em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade e já não precisa deles, entregue-os ou envie para a sede da Médicos do Mundo na seguinte morada:
Avenida de Ceuta, Sul, Lote 4, Loja 1
1300-125 Lisboa
O objectivo último desta campanha é a distribuição gratuita de medicamentos a quem não os pode comprar, sejam os beneficiários directos dos projectos da Médicos do Mundo ou de instituições que façam chegar os seus pedidos de medicação.
Contribua para que todos tenham acesso aos medicamentos de que necessitam.
Participe nesta campanha!
in Médicos do Mundo
Face ao crescente número de pedidos de apoio medicamentoso que tem recebido, Associação Médicos do Mundo (MdM) acaba de lançar uma campanha de recolha de medicamentos.
Portanto, se tem em casa medicamentos em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade e já não precisa deles, entregue-os ou envie para a sede da Médicos do Mundo na seguinte morada:
Avenida de Ceuta, Sul, Lote 4, Loja 1
1300-125 Lisboa
O objectivo último desta campanha é a distribuição gratuita de medicamentos a quem não os pode comprar, sejam os beneficiários directos dos projectos da Médicos do Mundo ou de instituições que façam chegar os seus pedidos de medicação.
Contribua para que todos tenham acesso aos medicamentos de que necessitam.
Participe nesta campanha!
in Médicos do Mundo
domingo, 9 de junho de 2013
A Avó
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .
A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"
Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .
Olavo Bilac
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .
A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"
Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .
Olavo Bilac
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