Hippotrip
Doca de Santo Amaro
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Há nova estrela no rio. Chegou o autocarro da Hippotrip que não só mostra Lisboa aos turistas por terra como, logo de seguida, "mergulha" para dar a ver a capital a partir do rio. Nos planos, chegar a outras cidades do país: o Porto já está na mira.
O momento é de ansiedade e expectativa. Num ambiente de alguma solenidade, ao som de Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, o autocarro entra no rio Tejo, para grande espanto dos muitos turistas que andam nas imediações da Doca do Bom Sucesso, em Belém. Um breve suster de respiração, um abanão e eis que Lola, autocarro anfíbio da empresa HippoTrip, se faz às vagas do Tejo, provocando uma salva de palmas dos cerca de vinte convidados para a viagem inaugural.
Para chegar a esta primeira viagem, o processo foi moroso. "Foram necessárias dezenas de licenças perante várias entidades", refere Frank, garantindo que o veículo agora estreado foi comprado em Dezembro de 2008.
Agora que todas as formalidades estão cumpridas, o autocarro faz-se à estrada, seguindo em direcção ao Cais do Sodré e passando depois pela Praça do Comércio, Rua da Prata, Rossio, Av. da Liberdade, Marquês de Pombal, Rato, Estrela e Belém, onde, já na última meia hora de percurso, se passeia nas águas do rio.
No primeiro dia, devido à maré, só se navegou entre o Padrão dos Descobrimentos e o Centro Champalimaud, junto à Torre de Belém, mas David Ferreira, o guia, admite que, com outras condições, se possa ir até perto do Museu da Electricidade. O guia, que fala em português e inglês, vai alternando, ao longo do percurso, entre explicações históricas de Portugal e Lisboa e lendas que ele próprio admite serem duvidosas.
Dois anfíbios até Dezembro
"Se por acaso houver um maremoto, estamos bem, porque estamos num anfíbio", diz, ao passar pela Rua do Arsenal. Aqui, a principal atracção para os turistas apeados parece ser mesmo o autocarro "virtualmente inafundável" - nas palavras de David - que vai a passar, com alguns solavancos. Muitos tiram fotografias e muitos correspondem com acenos ao grito que David pede diversas vezes aos passageiros: "Hippo, hippo, hurray!"
A HippoTrip "é uma pequena empresa com um grande sonho", diz Frank no discurso que profere ainda antes da partida do veículo. Depois de vários agradecimentos às várias entidades ali representadas, é Andreia Ventura, administradora do Porto de Lisboa, que corta a fita vermelha que ornamenta a escada de acesso ao veículo.
"É um regresso à tradição" da alma navegadora portuguesa, salienta Frank Alvarez na sua intervenção, manifestando o desejo de que a empresa se torne "um motivo de orgulho para os habitantes da cidade".
Luso-canadiano, Frank teve a ideia de montar a HippoTrip em 2005, quando estava em Harvard a estudar. O autocarro anfíbio que agora passará a fazer parte da paisagem lisboeta "é o 55.º veículo do género" em todo o mundo, garante David Ferreira.
A empresa espera ter um segundo autocarro em operação até ao fim do ano e prevê um total de quatro para a cidade de Lisboa, mas conta lançar-se igualmente no Porto.
O "passeio turístico mais singular de Lisboa"
"Quando o autocarro de repente desce a rampa para o rio, as pessoas ficam estupefactas", comentava à Fugas Catarina Tomé, da equipa da HippoTrip. E essa surpresa deverá continuar a repetir-se ao longo do mês de Maio, de sexta a domingo, a cada duas horas, a partir das 9h. Em Junho, os passeios serão diários. Os bilhetes custam entre 15€ (criança dos 2 aos 16 anos, maiores de 65) e 25€ (adulto) com trajectos de cerca de 90 minutos (60 em terra, 30 no rio). O autocarro-barco poderá transportar 40 pessoas.
Na sua apresentação, a empresa de Turismo Anfíbio promete "diversão, riso e aventura", tudo "embrulhado na experiência de passeio turístico mais singular de Lisboa". A viagem é acompanhada por guias, que deverão ir além da normal informação sobre as atracções turísticas que se vão vendo numa viagem; espere-se um "espectáculo" bem-humorado, em que se pode também "aprender sobre a cultura e história fabulosa desta cidade deslumbrante", resumem. O convite é para apreciar "Lisboa com um splash".
Os guias da Hippotrip "tentam ser mais interactivos com as pessoas, falando em inglês e português para todos se sentirem integrados", diz Catarina Tomé. Ao longo do "tour", "há histórias com um toque de humor. "Pesquisámos muitas histórias engraçadas sobre os monumentos e outros locais, menos conhecidas".
Tanto guias como motoristas também têm que ter mais "predicados" do que apenas capacidade de animar ou conduzir: nos critérios de contratação (há vagas disponíveis) dos motoristas refere-se que, como "serão responsáveis pela condução do veículo em terra e governação da embarcação na água", devem ser "Mestres Locais e similares" ou, pelo menos, Patrões Locais; isto é ter carta náutica e acreditações profissionais conexas. Os guias também têm que ter carta de Patrão Local.
Quem se quiser candidatar a guia, para além da carta de Patrão Local como "mínimo exigido", terá que ter um currículo recheado: "Boa apresentação, gosto e grande à vontade em falar para pequenos grupos" e, além de conhecimentos de cultura geral e local, "possuir um bom conhecimento de Português, Inglês e eventualmente uma terceira língua".
Os trajectos turísticos têm partida das Docas de Santo Amaro, em Alcântara, perto do Clube Naval (Associação Naval de Lisboa). Aqui, entra-se no autocarro e segue-se depois pelas principais atracções da cidade. Na Doca do Bom Sucesso, entra pelo rio adentro e começa a navegar. A chegada é ao Centro Náutico de Algés. Este é o percurso fixo mas pode haver trajectos especiais para determinados eventos ou grupos.
Por João Pedro Pincha, Luís J. Santos
in Fugas
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