sábado, 9 de março de 2013

Consumo de carne processada associado a causas de morte prematura

Elevado consumo deste tipo de carne aumenta em 72% o risco de morte por doença cardiovascular e em 11% o risco de cancro mortal, concluiu um estudo.

O estudo European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC), publicado nesta quinta-feira na revista científica BMC Medicine, identifica o consumo de carnes processadas - como bacon, salsichas ou presunto - como um factor que potencia doenças cardiovasculares, cancros e outros problemas de saúde mortais.
Os resultados do estudo sugerem que, num período de 13 anos, um elevado consumo de carne processada aumenta em 44% a probabilidade de uma morte prematura. O consumo deste tipo de alimentos é responsável por potenciar o risco de doenças cardiovasculares em 72% e o risco de cancro em 11%.
Os cientistas responsáveis pelo estudo observaram uma co-relação proporcionalmente maior entre as taxas mortalidade precoce e a quantidade de carne processada ingerida.
Sabine Rohrmann, professora na Universidade de Zurique e responsável pelo estudo, garante que 3% das mortes precoces ocorridas podiam ter sido evitadas se o consumo de carne processada fosse inferior a 20 gramas por dia. O sal e substâncias químicas utilizadas na preservação destes alimentos são outros dos elementos com efeitos nocivos para os consumidores.
A investigação, financiada pela Europe Against Cancer Program of the European Commission (SANCO), analisou a relação entre o consumo de carnes vermelhas, carnes brancas e carnes processadas e o risco de morte prematura.
O estudo foi conduzido em 10 países europeus, utilizando uma amostra de 448.568 pessoas, com idades entre os 35 e os 69 anos, recolhendo informação completa sobre a sua dieta, hábitos tabágicos, actividade física e índice de massa corporal. Nenhum deles tinha historial de doenças graves ou significativas.
Verificou-se que o consumo de carnes processadas está ainda relacionado com outros hábitos prejudiciais à saúde, como um consumo insuficiente de vegetais e fruta. Aqueles que comem mais carne processada são também os que tem uma maior probabilidade de ser fumadores ou obesos.
Os resultados relacionaram um alto consumo de carne vermelha com uma maior mortalidade, ligação considerada como residual e por isso insuficiente para se considerar estatisticamente válida. O consumo de carnes brancas não foi associado à mortalidade.
Apesar disso, os responsáveis pelo estudo não descartam totalmente as carnes vermelhas da dieta, reconhecendo como benéficos para a saúde os nutrientes que estas contêm.

Mariana Dias, in Público

sexta-feira, 8 de março de 2013

8 Março - A Salsa oferece um colar Mystery

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Dia Internacional da Mulher assinalado de norte a sul do país

O Dia Internacional da Mulher assinala-se hoje, com iniciativas nacionais e locais em defesa dos direitos das mulheres, lembrando que as portuguesas ganham em média menos 18% do que os homens, e estão pouco representadas nos conselhos de administração.

Logo pelas 09:00, o sino toca na Bolsa de Lisboa e dá o arranque à conferência "E2E: inspirar, apoiar, arriscar", organizada pela NYSE Euronext Lisbon, com abertura a cargo da secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais.
Pelas 10:00, o gabinete do Parlamento Europeu em Portugal organiza um debate sobre "O impacto da crise na vida das mulheres. Que respostas?", ao mesmo tempo que a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) e a representação da Organização Internacional do Trabalho promovem a sessão "Empreendedorismo Feminino".
Também durante a manhã, logo a partir das 10:00, a sessão plenária no Parlamento vai discutir e votar vários projetos de resolução do PCP, Bloco de Esquerda, PS e Partido Ecologista "Os Verdes" em prol dos direitos das mulheres.
O Partido Comunista vai pedir o combate ao empobrecimento das mulheres e às discriminações salariais, além de ir pedir a valorização efetiva dos direitos das mulheres no mundo do trabalho, enquanto "Os Verdes" pedem a não-discriminação laboral das mulheres.
O Partido Socialista vai pedir que seja aprovado o regime jurídico das organizações não-governamentais para a Igualdade de Género, enquanto o Bloco de Esquerda quer a não discriminação laboral das mulheres, a majoração do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego para as famílias monoparentais, para lá de recomendar ao Governo que alargue a proteção da parentalidade.
Também de manhã, a Confederação geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-In) assinala o Dia Internacional da Mulher com ações nos locais de trabalho e nas ruas, estando previsto que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) promova plenários e realize uma tribuna pública, na qual vai denunciar casos de discriminação laboral de mulheres.
Mais à tarde, pelas 15:00, a secretária de Estado Teresa Morais promove um colóquio para assinalar o Dia Internacional da Mulher, sob o tema "Decidir em igualdade: paridade na tomada de decisão económica".
As iniciativas multiplicam-se um pouco por todo o país, como, por exemplo, em Braga, com uma tertúlia sobre "Género, minorias e multiculturalismos", organizada pela associação cabo-verdiana, em Coimbra, com uma concentração organizada pela União de Mulheres Alternativa e Resposta, ou no Porto, com um jantar tertúlia do "Ciclo Feminino", com a presença das escritoras Isabel Alçada e Luísa Castel-Branco, entre outras iniciativas.
Neste dia, será lembrada a presença residual de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas portuguesas, representando apenas 6% do total, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que refere existirem 162 mil empresárias, em Portugal.
Apesar de estarem em clara minoria nos conselhos de administração, em 2011, havia 162 mil mulheres que eram empregadoras (35% do total nacional). Com uma idade média de 43,1 anos, uma em cada quatro empresárias possui um curso superior.
Dados da Comissão Europeia revelam que as mulheres portuguesas têm de trabalhar mais 65 dias do que os homens, para terem o mesmo ordenado, já que ganham em média menos 18%.

in SIC Notícias

quarta-feira, 6 de março de 2013

Feijoada vegetariana à transmontana

Ingredientes
2 chávenas de feijão vermelho cozido
1 couve
2 cenouras
3 tomates maduros
1 folha de louro
1 cebola picada
2 dentes de alho
sal q.b
azeite q.b

Preparação
Num tacho, doura no azeite a cebola, o alho, o louro. Acrescenta os tomates picados e deixa estufar um pouco. Junta um pouco de água. Acrescenta a cenoura às rodelas e folhas de couve. Quando os legumes estiverem quase cozidos, acrescenta o feijão cozido. Serve com arroz integral.

Sugestão: Este prato já é nutricionalmente equilibrado, mas caso queiras tornar a feijoada ainda mais semelhança com a receita tradicional acrescenta pedaços de seitan e rodelas de chouriço de soja.

in Centro Vegetariano

O Repolho

O repolho, um membro da família Cruciferae, é uma variedade peculiar de couve, constituindo um dos vegetais mais utilizados na cozinha, em diversas aplicações (nas sopas, como acompanhamento, nas saladas, na feijoada, etc.).
O repolho tem uma forma arredondada e é composto por camadas de folhas sobrepostas. As folhas superiores do caule aparecem encaixadas umas nas outras, formando o que é designado como uma "cabeça" compacta. Devido ao facto das folhas internas do repolho estarem protegidas da luz solar, pelas folhas circundantes, são muitas vezes de cor mais clara.
Entre as variedades mais conhecidas destacam-se a couve-roxa e a couve-lombarda.
O repolho está disponível todo o ano, no entanto, está mais disponível durante os meses de Outono e de Inverno.
O repolho tem uma longa história, nativo da Ásia Menor, o repolho descende de um ancestral selvagem comum a outros vegetais como a couve, a couve-flor e os brócolos.
Acredita-se que o repolho chegou à Europa por volta de 600 a.C., trazido por grupos nómadas de celtas. Durante a Antiguidade, era cultivado por gregos e romanos, e, esses povos já atribuíam ao repolho a capacidade de tratar uma série de condições de saúde.
O seu cultivo disseminou-se pelos países do Leste Europeu, como Alemanha, Polónia e Rússia, e o repolho tornou-se um alimento bastante presente nas culinárias típicas desses países.
Como se conserva facilmente, foi particularmente utilizado antes da invenção da refrigeração de alimentos frescos.
A tradição de preparar o repolho fermentado (sauerkraut ou chucrute) começou com navegadores alemães e holandeses, que preparavam o vegetal dessa maneira para poder conservá-lo nas longas travessias marítimas. O repolho era uma forma de prevenir que a tripulação fosse vitimada pelo escorbuto, doença causada pela carência de vitamina C. A Rússia, Polónia, China e Japão são alguns dos principais produtores de repolho.

Informação Nutricional
O repolho é uma excelente fonte de vitamina C. É também uma boa fonte de fibras, ácido fólico, vitamina B6 e potássio. É também uma fonte de tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), cálcio, magnésio, vitamina A e proteínas.

Vantagens e Desvantagens
O repolho é uma fonte de vitamina C e ácido fólico que, por serem antioxidantes, ajudam o sistema imunitário a proteger o organismo contra infecções e outros danos. Além disso, a vitamina C participa na produção do colagénio, uma proteína que faz parte de várias estruturas do nosso organismo, como a pele, tecido conectivo, cartilagem e tendões. O ácido fólico tem um papel relevante na gravidez, além de ser eficiente no combate à anemia e às doenças cardiovasculares sendo também fundamental para o bom funcionamento do sistema nervoso.
A vitamina B6 contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico, além de actuar na modulação dos receptores de hormonas no organismo e na formação das células nervosas. A vitamina A é um componente dos pigmentos visuais responsáveis pela recepção de luz na retina dos olhos. Além disso, é importante para uma pele saudável, para o crescimento, desenvolvimento ósseo e reprodução.
O repolho é rico em potássio, este mineral desempenha um papel importante na regulação da tensão arterial, no equilíbrio dos fluidos corporais e na contracção muscular.
O magnésio, desempenha funções a nível da transmissão neuromuscular, participa na regulação dos fluxos através das membranas celulares, coadjuva a actividade de algumas enzimas em variados processos enzimáticos, e está envolvido na replicação de ADN.
O seu conteúdo em fibra é importante para facilitar o trânsito intestinal.
O cálcio é vital para a formação de ossos e dentes. É especialmente importante durante a infância e adolescência para assegurar um crescimento ósseo adequado. É também importante na idade adulta para prevenir e atrasar a perda de massa óssea, responsável pelo aparecimento da osteoporose e fracturas.

Como comprar e conservar
Escolha os repolhos que estão firmes e pesados. As folhas devem estar bem fechadas, as mais exteriores não devem apresentar manchas escuras e a sua cor deve ser viva. Se estiver com muitas folhas soltas, o repolho não está em perfeito estado de conservação.
A parte central externa do repolho deve ser firme e clara — ela amolece e escurece quando o repolho está velho.
Retire as folhas murchas e guarde, num saco plástico, no frigorífico, onde o repolho se conserva por oito a dez dias.
Se o repolho estiver parcialmente cortado, envolva-o em papel filme e conserve no frigorífico. Depois de cortado, ele perde rapidamente vários dos seus nutrientes, como a vitamina C, por isso deve ser consumido em poucos dias. Evite também comprá-lo já cortado pela mesma razão, a perda de vitamina C.

in Nestlé

terça-feira, 5 de março de 2013

Analisada presença de OGM nos hipermercados portugueses

Os dados recolhidos pelos voluntários da Plataforma Transgénicos Fora podem ser consultados em http://www.stopogm.net/webfm_send/757 e a classificação obtida por cada hipermercado está disponível em http://www.stopogm.net/webfm_send/758 – este trabalho foi isento, não tendo sido patrocinado nem sujeito a qualquer entendimento com qualquer entidade externa à Plataforma Transgénicos Fora.

Os dez maiores hipermercados portugueses foram visitados em Lisboa e no Porto e avaliados quanto ao risco a que expõem os seus clientes no tocante aos alimentos transgénicos: os resultados demonstram grandes diferenças que podem ajudar os portugueses a decidir onde fazer as suas compras. Na prática apenas um hipermercado - o Minipreço - preencheu todos os requisitos da avaliação realizada, ficando por isso em primeiro lugar no total de garantias oferecidas a quem o visita.
Isto significa, entre outros, que, na altura e nas lojas em que foi visitado, não vendia qualquer marca de óleo com soja transgénica, incluindo na sua marca própria. Além disso tem definida e implementada uma política explícita de exclusão de transgénicos em toda a sua gama minipreço.
Os segundos classificados - o Jumbo e o El Corte Inglés (ex-aequo) – tiveram menos dois pontos porque não protegem completamente os seus clientes: muito embora excluam os transgénicos da sua linha própria estão a vender outras marcas que usam transgénicos.

O Aldi e o Froiz ocupam o 4º lugar com menos dois pontos porque, ao contrário dos referidos, não responderam à carta registada da Plataforma a questionar sobre a sua política relativa ao uso de transgénicos nos seus produtos de marca própria.
Em 6º lugar ficou o Lidl, que se distingue dos anteriores por permitir soja transgénica no óleo alimentar mais barato que tem à venda.
Nos últimos lugares temos o Continente e o Pingo Doce, que ficaram empatados em 7ª posição, seguidos pelo E. Leclerc (9º) e finalmente o Intermarché em último lugar. Nesta grande superfície revelou-se a discrepância entre uma política anunciada de exclusão de transgénicos e a sua presença efetiva nos produtos de marca própria. Esta empresa explicou à Plataforma Transgénicos Fora que estava ainda a esgotar stocks existentes, reconhecendo a incoerência (embora temporária).
Vale a pena referir que quem pretender evitar adquirir inadvertidamente alimentos que contenham produtos transgénicos pode abastecer-se com produtos certificados de agricultura biológica, em especial nas cooperativas e lojas especializadas nesses produtos.
Note-se que a AMI, que comercializa a marca solidária SOS - Pobreza a qual inclui óleo com soja geneticamente modificada, anunciou, na sequência de um contacto da Plataforma Transgénicos Fora, que tinha decidido deixar de o comercializar por forma a proteger os consumidores e o ambiente contra a exposição à soja transgénica. Uma decisão equivalente deve agora ser tomada por todos os hipermercados que operam no território nacional de modo a eliminar das suas prateleiras todas as marcas que incluem soja transgénica e assim optar firmemente pela segurança alimentar de todos.
Esta decisão impõe-se ainda mais agora que foi publicado o primeiro estudo toxicológico de longo prazo jamais realizado em ratos de laboratório (Séralini et al.(2012) Food Chem Toxicol http://dx.doi.org/10.1016/j.fct.2012.08.005) o qual detetou uma relação direta entre alimentação com transgénicos e o aparecimento de tumores e outras perturbações profundas do metabolismo.

Algumas curiosidades:
– Das 229 referências de óleos registadas, 48 continham ingredientes transgénicos, o que corresponde a 21% de todos os óleos.
– No global o óleo mais barato (marca Superal, a €1.38 por litro) não apresenta transgénicos, deitando por terra o mito de que os transgénicos beneficiam economicamente o consumidor.
– Todos os ingredientes transgénicos estão sujeitos a rotulagem de acordo com o previsto no Regulamento europeu 1830/2003. Esses transgénicos resultam de soja importada de países como os Estados Unidos e a Argentina, muito embora existam fontes alternativas de soja não transgénica.
– Das 54 marcas diferentes identificadas, cerca de um quarto utilizam transgénicos na sua composição. Destas marcas que usam transgénicos, mais de metade pertencem à empresa Sovena. A Sovena constitui-se assim como a maior responsável pela presença de transgénicos na alimentação dos portugueses.

in Quercus

segunda-feira, 4 de março de 2013

domingo, 3 de março de 2013

As imagens da semana


A Concha

A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fechada de marés, a sonhos e a lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.

Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.

E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta pelo vento, as salas frias.

A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço, Sentado numa pedra de memória.

Vitorino Nemésio (1901-1978), in O Bicho Harmonioso (1938)