sábado, 11 de junho de 2011

As surpresas da semana

1 - Um filme a não perder: A Lenda de Felix Bush (baseado numa história verídica).

2 - Este fim-de-semana, Lisboa é um arraial.

3 - Passatempo: Os concursos de desenho e mini vídeos estão integrados nas Comemorações do dia da Força Aérea, que decorrem de 1 a 3 de Julho de 2011, em Sintra, aberto à participação de todos os jovens que estejam em escolaridade obrigatória. Sabe mais no site (participa até 17 Junho 2011).

4 - Este passado mês de Maio foi o mais quente em Portugal Continental desde 1931, com valores médios de temperatura máxima de 24,86 graus célsius, de acordo com o Instituto de Meteorologia (IM). A temperatura máxima no mês passado foi de mais 3,90 graus face ao valor normal do período de referência (1971-2000). Também a temperatura média e mínima foram mais elevadas.

5 - Quase metade dos tubarões e raias do Mediterrâneo estão ameaçados. Uma especialista espanhola em peixes cartilagíneos alerta para o facto de 40% das espécies no Mar Mediterrâneo serem já consideradas “Vulneráveis”, “Em Perigo” ou “Criticamente em Perigo” advertindo que seu desaparecimento pode por em causa o equilíbrio do ecossistema.

6 - Passatempo: Saber Viver/Royal Canin. Ganhe 10 kg de alimento para o seu animal de estimação (participa até 26 de Junho 2011).

7 - TESTE rápido para o VIH/sida disponibilizado gratuitamente em farmácias no Algarve. Vinte e uma farmácias do Algarve disponibilizam, a partir de 23 de Maio, a toda a população, maior de 18 anos, o TESTE rápido para o VIH/sida e informação sobre medidas preventivas. Esta iniciativa resulta de uma colaboração entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a ARS do Algarve e a Coordenação para a Infecção VIH/sida (CNSIDA). Em 30 minutos, de forma anónima e gratuita, pode fazer o teste para a detecção do VIH numa das farmácias aderentes ao projecto. Consulte no site as farmácias que disponibilizam este serviço.

8 - Fralda reutilizável Ecopipo velcroEm várias cores. As fraldas Ecopipo são de tamanho único com sistema de bolso, servem dos 3,5Kg aos 18Kg, com abas em velcro para facilitar a colocação da fralda ao bebé mais irrequieto. Com ajuste em altura com molas e ajuste de cintura em velcro as fraldas Ecopipo são resistentes, práticas e anti-fugas! Esta fralda contém um sistema de abas internas, funcionando como barreira anti-fugas. As fraldas Ecopipo, graças ao seu corte/desenho anatómico, permitem uma maior mobilidade aos bebés. Receberá esta fralda com dois absorventes. Preço: EUR 19,50.

9 - Passatempo: a Total Film e a Zon Lusomundo Audiovisuais têm para oferecer 3 DVDs e 2 Blu-rays do filme ‘Indomável’ (participa até 22 Junho 2011).

10 - O Grupo Pestana, maior grupo hoteleiro português, acaba de ver distinguidas algumas das suas unidades hoteleiras na Madeira e em Lisboa com prémios internacionais do Trip Advisor e Zoover.

11 - O Executivo de Angela Merkel anunciou ontem que a partir de 2022 não haverá centrais nucleares a operar no país. A Alemanha torna-se assim o país a decidir a mais drástica redução do seu programa atómico depois do desastre nuclear de Fukushima, no Japão.

12 - Passatempo: Saber Viver/Johnson's Baby. Ganhe 10 kits de banho para crianças (participa até 27 de Junho 2011).

13 - Bolsa metalizada. Esta estação brilhe com peças estilizadas e criadas por si. Seguindo uma das últimas tendências de moda escolha um fio metalizado e mãos à obra. Uma bonita bolsa de crochet trabalhada em Anchor Artiste Metallic é perfeita para uma ocasião especial ou para as noites quentes de Verão.

14 - Pedigree Missão Adopção: Um Cão, Uma CasaQueremos que Pedigree Missão Adopção chegue a mais pessoas para podermos ajudar cada vez mais cães. Contamos consigo para vestir a camisola e não só. Troque os códigos de barras de embalagens Pedigree Secos por t-shirts, pulseiras ou pára-sóis.

15 - Passatempo: as 10 receitas mais originais serão escolhidas por um júri Nestlé e ganham 1 conjunto de Leites Condensados NESTLÉ + 1 livro Cozinhar com Leite Condensado (participa até 20 Junho 2011).

16 - CAKE: Absolutamente magnífico!

17 - Uma receita para utilizar os muitos alperces da minha árvore: Bolo de Alperces e Iogurte.

18 - Passatempo: o Slimduo oferece toalhas, sacos de praia e pólos de senhora, assinados pela modelo Débora Montenegro (participa até 30 Junho 2011).

19 - Daniela Ruah eleita Revelação do Ano.

20 - Após quase duas décadas ao abandono, as ruínas romanas de Tróia reabrem hoje ao público com um percurso de 450m, com sinalética informativa e visitas guiadas.

21 - Chanel - The Tale of a Fairy (Vídeo). Desta vez Karl Lagerfeld dedicou-se ao cinema. A propósito da colecção de Cruise, o criador imaginou, escreveu e realizou esta curta-metragem que tem como cenário a Côte d'Azur e como protagonistas modelos e divas relaccionados com a marca. Kristen McMenamy, Anna Mouglalis, Amanda Harlech, Freja Beha, e Baptiste Giabiconi entram nesta história sobre o uso do dinheiro, violência e muitos sentimentos. Aqui fica "The Tale of a Fairy".

22 - Passatempo: a TEKA e o Chef Chakall oferecem uma viagem à China na comitiva do Chakall e panelas Teka Silampos (participa até 30 Novembro 2011).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sons

Ivete Sangalo - Se eu não te amasse tanto assim

Portugal, se eu não te amasse tanto assim...
Letras

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola
no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto

quinta-feira, 9 de junho de 2011

United Nations Says: BE VEGAN!

European Union and United Nations calls for a global shift to a vegan diet to survive hunger, poverty and climate change.
A rolha, os montados e a fauna

No seu conjunto, as áreas de montado possuem uma diversidade faunística muito elevada, nele residindo a maioria dos efectivos nacionais de diversas espécies de vertebrados. O Eng Nuno Onofre, investigador da EFN, introduz o tema.
Os ecossistemas florestais, por mais intensiva que seja a sua condução, são dinâmicos no espaço e no tempo. As grandes diferenças residem no compasso ou densidade do arvoredo, na sua composição em espécies no estrato arbóreo, na sua rotação ou revolução e, também ou em suma, na sua condução ou práticas culturais, que controlam o sub-bosque, uniformizam o arvoredo ou eliminam as árvores mortas e doentes.
No caso dos ecossistemas de sobreiro, e aqui há que referir que eles não se resumem apenas aos conduzidos em montado, o dinamismo da estrutura arbórea é lento, tão lento como o de um outro carvalho qualquer.
Os sobreiros, tal como as azinheiras, são no entanto uns carvalhos especiais, porque crescem em regiões de clima tipicamente mediterrânico, ameno no Inverno e quente e seco no Verão, e porque têm folha persistente. E são especiais ainda porque, para além da madeira, dão um produto que ainda tem ou teve uma importância económica suficientemente grande para que no seu lugar não estejam, desde há muito, culturas agrícolas ou plantações florestais de outro tipo. É sabido que no caso do sobreiro este produto é a cortiça e no caso da azinheira, a bolota.
Não é fácil reunir condições para plantar sobreiros e muito menos azinheiras. A estrutura da propriedade é uma ajuda, pois uma dimensão relativamente grande permite deixar de lado, sem grande transtorno, um bom pedaço de terra para os novos sobreiros poderem crescer durante uns...30-40 anos até poderem começar a ser explorados economicamente. Mas hoje em dia, um subsídio do Estado ou da Comunidade Europeia, à instalação e ao compasso de espera, também ajuda.
Sim, porque as condições sócio-económicas da região de excelência do sobreiro e da azinheira já não são o que eram há uns 100-150 anos. Ou seja, ou temos subsídios, logo vontade governamental e comunitária e boa vontade dos agricultores ou, então, adeus montados e sobreirais. E isto enquanto a rolha, e por arrasto a cortiça, valer alguma coisa. A bolota, essa, já conheceu bem melhores dias e com ela os montados de azinho. Quer isto dizer, que ou se valoriza e conserva o que se tem, e se repõe o que se perde, ou áreas destas, de centenas de milhares de hectares de folhosas de crescimento lento, nunca mais se têm. Costuma dizer-se que oportunidades não há muitas ou, então, e o que é mais grave, nunca mais se repetem.
A cortiça tem valor por que a rolha feita de ela própria tapa o vinho, e tapa bem. Mas parece que nos nossos dias tal não chega, pois pesa a ameaça do "plástico" e dos interesses que estão por detrás dele, que como é típico destas guerras, fazem uso da desinformação. Claro que o que interessa é o que está lá dentro, a sua qualidade. A rolha, essa, apenas serve para não deixar estragar ou fugir o precioso líquido e a justificação da tradição ou de que "é bem" beber um vinho rolhado com cortiça não resiste durante muito tempo, face à sociedade consumista e à grande agressividade comercial dos nossos dias. As tradições tendem a perder-se ou a mudar com o tempo, a menos que se esteja fechado no espaço, no tempo e à tecnologia.
No entretanto, outros costumes ganham-se. O consumidor da Europa é cada vez mais exigente e, porque tendo dinheiro, acesso à informação e, algum, tempo para pensar, começa a ser cada vez mais sensível ao consumo de produtos biológicos, às questões do ambiente e da conservação da natureza. Ora bem, é bem provável, no que se refere ao futuro da cortiça e às suas rolhas, que a chave esteja em boa parte aí, tal como os nossos amigos da Royal Society for Bird Protection (RSPB) se lembraram. Os consumidores ingleses, que têm um peso fundamental no consumo de vinho a nível mundial, bem como os franceses e alemães, poderão ser mais sensíveis à rolha de cortiça se forem sensibilizados para o que está a montante da rolha, da cortiça e do sobreiro, ou seja para os ecossistemas de sobreiro no seu todo e, nomeadamente, para o valor das suas biocenoses. E, com efeito, este passo poderá ajudar a travar o aumento da utilização de outro tipo de vedantes no vinho engarrafado.
Para isso, para além de outro tipo de acções, há que informar sobre a importância ecológica e o valor natural dos ecossistemas de sobro e sobre os riscos de degradação e desaparecimento destes, se persistir o aumento da taxa de substituição da rolha de cortiça por vedantes de plástico e afins. E uma coisa nos vale: os ingleses e outros povos da Europa do Norte e Central estão bem mais sensibilizados para estas questões da qualidade ambiental e da conservação da natureza do que nós. Logo, há que dar lustro às nossas pratas.
Não temos grandes extensões de floresta autóctone no país. Há umas manchas de carvalhais caducifólios no Centro e Norte, mas regra geral são povoamentos jovens. O resto, onde domina arvoredo adulto e existe uma estrutura de bosque complexa, é escasso, vestigial e de reduzida dimensão. Sobram as áreas de azinheira e sobreiro.
Grosso modo, mais de 400 e de 700 milhares de hectares, respectivamente. É uma área muito grande, apesar de tudo. Sabe-se que dos povoamentos em estrutura de bosque - aquilo que poderíamos chamar de verdadeiros azinhais e sobreirais -, pouco resta e que apenas se conservaram por estarem nos barrancos dos rios e das serras. Também, como que abandonadas nas serras, existem ainda umas manchas razoáveis de matagal, arborizado aqui e ali com uns sobreiros e azinheiras dispersos. E sobram, finalmente os montados, essas grandes áreas de sobreiro e azinheira artificialmente criados pelo agricultor e que de bosque apenas representam uma muito pálida imagem sua, pois em regra o arvoredo resume-se a uma única espécie, entre algumas que antes compunham este andar de vegetação. E isto sem falar das podas e arreias, que contribuem ainda mais para a esta desfiguração.
Por outro lado, o seu sob-coberto é regularmente alterado, por controle do sub-bosque, por cultivo de uma seara, de uma forragem ou de uma pastagem. Mas, é curioso: apesar de toda esta artificialização e simplificação da estrutura vertical, a riqueza faunística dos montados de sobro é considerável. Ou, melhor dizendo, a diversidade é considerável. E é-o por várias razões, nomeadamente porque no espaço horizontal a estrutura do montado varia muito, conjugando-se e interpolando-se áreas de diferente densidade de arvoredo e de diferente condição do sob-coberto (pastagem, cultura ou mato mais ou menos desenvolvido). Naturalmente que alguns pinheiros à mistura também ajudam, pelo menos os que já lá estão, dispersos ou formando pequenos bosquetes. Estas "nuances" na paisagem do montado de sobro são importantíssimas para a fauna e a para a avifauna em particular, pois a algumas dezenas ou a poucas centenas de metros podem ocorrer outras espécies, fruto de diferentes condições de micro-habitat ou de novos nichos oferecidos e daí os reflexos positivos na chamada diversidade Beta**.
Por exemplo, nas condições onde o arvoredo abre um pouco mais ou existe uma clareira de maior ou menor dimensão e nas quais o revestimento herbáceo é preponderante, podem aparecer espécies de meios abertos e das culturas agrícolas e pousios, como o Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus)*, o Trigueirão (Miliaria calandra), o Cartaxo (Saxicola torquata) ou, mais raramente, o Alcaravão (Burhinus oedicnemus)*, entre outras. Ao mesmo tempo, em zonas adjacentes onde o mato é deixado crescer até ao 3-5 anos e que apenas a esforço ultrapassa 1 metro, outras espécies ocorrem e substituem muitas das primeiras, como a Carriça (Troglodytes troglodytes) e a Toutinegra-dos-valados (Sylvia melanocephala). Caso os matos sejam ainda mais fortes e diversificados, p. ex. em áreas de sobreiro onde a intervenção no sub-bosque é mais esporádica, outras espécies de nicho arbustivo fazem a sua aparência, como o Rouxinol-do-mato (Cercotrichas galactotes)*, o Rouxinol (Luscinia megarhynchos) ou a Felosa-poliglota (Hippolais polyglotta).
Contudo, a diversidade dos montados não se deve exclusivamente à heterogeneidade horizontal, mas também às características do próprio arvoredo. Por um lado, tratam-se de carvalhos autóctones que possuem uma fauna invertebrada abundante e diversificada. Por outro, a sua estrutura é frequentemente jardinada e composta em grande parte por árvores adultas e maduras, as quais, fruto da sua própria natureza (folhosas) e das feridas provocadas principalmente pelas podas de formação, estão repletas de cavidades naturais. Este conjunto de condições são altamente favoráveis à existência de grande número de espécies cavernícolas***, desde um vasto leque de espécies de aves, como corujas (Coruja-do-mato [Strix aluco] e Coruja-das-torres [Tyto alba], pica-paus (Peto-real [Picus viridis], Pica-pau-malhado [Dendrocopos major], Pica-pau-galego [D. minor]*, Torcicolo [Jynx torquilla]*), chapins (Chapim-real [Parus major], Chapim-azul [P. caeruleus], Chapim-de-poupa [P. cristatus], trepadeiras (Trepadeira-azul [Sitta europaea], Trepadeira [Certhia brachydactyla] e outras ainda como o Rabirruivo-de-testa-branca [Phoenicurus phoenicurus], Pardal-francês (Petronia petronia]* e Estorninho-preto (Sturnus unicolor), aos répteis, como o Sardão [Lacerta lepida], Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus), Lagartixa-de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus), Cobra-rateira (Malpolon monspessulanus), Cobra-de-escada (Elaphe scalaris), entre muitas outras.
Quase todas estas espécies são comuns no montado e algumas particularmente abundantes (p.ex. a coruja-do-mato, o chapim-azul, as trepadeiras, as lagartixas e o sardão). Do mesmo modo, são comuns e por vezes muito abundantes, as espécies que fazem uso do solo e da vegetação imediatamente acima deste, apesar de poderem reproduzir-se no arvoredo, como p.ex. o Tentilhão [Fringilla coelebs] e o Milheirinha [Serinus serinus]). Determinados anfíbios como o Sapo-corredor (Bufo calamita), em particular, Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes), sapos-parteiros (Alytes spp.) e as relas (Hyla spp.), entre outros, poderão ser localmente comuns, dependendo das condições do solo e humidade, da formação de charcos temporários, etc.
Outras razões concorrentes para a diversidade faunística dos montados, têm a ver com a existência de extensas manchas praticamente contínuas de sobro (que nalguns casos atingem milhares ou dezenas de milhares de hectares), bem como o carácter extensivo das intervenções agro-florestais em grande parte desta área. Embora estes aspectos estejam pouco ou nada estudados, nomeadamente o efeito da extensão/fragmentação das áreas de montado, eles terão certamente muita importância para algumas espécies, entre as quais predadores ou animais de médio a grande porte. Por exemplo, apesar da sua adaptabilidade e tolerância às condições e às práticas agro-silvo-pastoris mais comuns do montado, muitas aves de rapina, de que poderemos dar como exemplos a Águia-cobreira (Circaetus gallicus)*, Águia-calçada (Hieraaetus pennatus) ou o Bútio-vespeiro (Pernis apivorus)*, requerem condições de habitat que lhes garanta uma dissimulação e tranquilidade mínimas durante a reprodução.
Por outro lado, os montados possuem ainda uma característica especial que favorece estas espécies: é que para além de disponibilizarem abundante arvoredo para suporte dos ninhos, permitem que as aves de rapina desenvolvam as suas actividades de caça igualmente "dentro" do próprio montado, devido à sua estrutura aberta, por um lado, e à diversidade e abundância de espécies-presa que acolhem, por outro. Ou seja, ao contrário do que acontece com as suas “congéneres” nidificantes em formações florestais típicas e densas, não necessitam de se deslocar amiúde até às orlas e aos terrenos limpos para procurarem alimento.
Este é, pois, um retrato, em traços muito gerais, das comunidades de vertebrados selvagens dos montados de sobro e do conjunto de razões que está na origem desta assinalável diversidade biológica e que se traduz pela ocorrência, ao longo das diferentes facies do montado, em mais de 60 espécies de aves nidificantes (das quais mais de 40 são Passeriformes), mais de 20 de mamíferos, e outras tantas espécies de répteis e anfíbios***. É por vezes referido, que a variedade e a abundância dos predadores de topo numa paisagem reflectem a estrutura da mesma e das comunidades de presa e que, por seu turno, as aves de rapina, por serem mais visíveis, são por estas razões bons indicadores. Não será por isso de estranhar, que em alguns montados de planície possam ocorrer 9, 10 ou mais espécies de aves de rapina nidificantes, com densidades globais de 60-80 casais em 100 Km2.
A maioria das espécies que aparece nos montados de planície não está catalogada como ameaçada no Livro Vermelho dos Vertebrados, mas um bom número delas, estando-o de facto, não se encontram em situação verdadeiramente crítica (ver nota*).
Muitas destas últimas espécies foram assim catalogadas por dois conjuntos de razões: por um lado como medida de precaução, porque não se dispunha de informação suficiente na altura; por outro lado, porque são pouco abundantes ou possuem áreas de distribuição relativamente restritas ou com grandes descontinuidades no país. Estas últimas considerações são no entanto de reter, pois tratando-se de espécies comuns no montado de sobro, tal pode indicar que elas têm neste habitat populações com importância a nível nacional. Note-se também, que inclusive para outras espécies catalogadas como Não-ameaçadas, a situação poderá ser semelhante, tal a densidade com que ocorrem nos povoamentos de sobro, sendo um caso paradigmático a Águia-calçada.
É certo que, salvo as referências acima feitas, as espécies particularmente sensíveis ao Homem e particularmente raras e ameaçadas só pontualmente aparecem nos montados de planície, tendo algumas inclusive já se extinguido de todo, como a Águia-imperial (Aquila adalberti). Estas também aqui são realmente raras, o que não admira, pois apesar de tudo estes montados estão sujeitos a alguma perturbação ou intervenção periódicas (maneio de gado, roças de mato, podas, caça, etc). Por estes factos as espécies efectivamente raras, esquivas ou escorraçadas, como a Águia-de-Bonelli (Hieraaetus fasciatus)*, Cegonha-preta (Ciconia nigra)*, Gato-bravo (Felis silvestris)* ou Lince-ibérico (Lynx pardinus)*, já só estão praticamente restritas aos montados, sobreirais e matagais dos barrancos acidentados das serras e dos rios.
Em suma, estamos perante um sistema produtivo de elevado interesse, cuja diversidade biológica é ao mesmo tempo tão importante (por inerência das suas características intrínsecas e da vasta área de distribuição dos povoamentos de sobreiro), como tão vulnerável, por estar tão dependente do futuro da rolha de cortiça. Sem dúvida que uma importante achega para a resolução do problema pode passar pela difusão da preposição "tão pequena, mas tão importante para a biodiversidade". Contudo, o reforço e o desenvolvimento de novas aplicações para a cortiça é crucial para o futuro dos montados de sobro.

* Espécies constantes no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Vol. I - Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios. Cabral et al. SNPRCN. Lisboa. 1990, que na sua maioria estão catalogadas com estatuto de Indeterminado (I) ou Insuficientemente Conhecido (K).
** Definida, grosso modo, como a variação da diversidade biológica ao nível da paisagem, ao longo de gradiente de habitats.
*** Espécies que usam cavidades naturais para se reproduzir e como abrigo.
Relativamente a este aspecto, espera-se para breve a publicação dos primeiros resultados de dois projectos de investigação (Projecto PAMAF nº 8151 ”Ensaio metodológico para a identificação e monitorização de indicadores de biodiversidade em montados de sobro e azinho ao nível da unidade de gestão”; Projecto PAMAF Medida 4 [Organização e divulgação], Acção 4 [Estudos estratégicos] nº 97095552.2), cuja amostragem cobriu um leque bastante vasto de situações de montado de sobro, entre outros ecossistemas florestais.

Nuno Onofre, Estação Florestal Nacional
in Naturlink

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bolsas para Estágios em Org. Científicas e Tecnológicas Internacionais
Concurso para apresentação de candidaturas aberto até 30 de Setembro de 2011
Destinatários: Licenciados em áreas Científicas e Tecnológicas
Informações: www.adi.pt/3410.htm

Está interessado em participar, directamente, nos desafios tecnológicos em curso no CERN, na ESA e no ESO?
Está interessado em trabalhar num ambiente internacional e multicultural?
No âmbito dos protocolos estabelecidos entre a Agência de Inovação e o CERN, a ESA e o ESO, a Adi oferece oportunidades de formação e treino, pelo período mínimo de 1 ano e máximo de 2, permitindo a jovens engenheiros portugueses desenvolverem um plano de formação complementar (on-the-job-training), em domínios tecnológicos estratégicos para o aumento da competitividade das empresas portuguesas.
Objectivo
Formação avançada de jovens licenciados portugueses em grandes Organizações Científicas Internacionais, como o CERN (Laboratório Europeu de Física de Partículas), ESA (Agência Espacial Europeia) e ESO (Observatório do Sul Europeu), em domínios onde a competência dessas organizações é internacionalmente reconhecida.

in ADI - Agência de Inovação
Morrem 42 mil pessoas com cancro por ano em Portugal
Liga Portuguesa Contra o Cancro
www.ligacontracancro.pt

O número é assustador. Morrem por ano 42 mil pessoas com cancro em Portugal. A estatística é da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) que deixa ainda outro alerta. “Se não forem tomadas medidas na prevenção a nível mundial, na Europa e mesmo a nível nacional, a Organização Mundial da Saúde estima que o número de mortes aumente para o dobro”, diz ao GRANDE PORTO, o presidente do Núcleo Norte da LPCC, Vítor Veloso.
Segundo os dados do responsável, anterior presidente nacional da LPCC, “a incidência é de 12, 7 milhões de novos casos de cancro em todo o mundo. Todos os dias, em todo o mundo, morrem 7,6 milhões de pessoas com cancro”, explica o médico remetendo para os números registados em 2008. “É um número catastrófico, assustador. É preciso que a União Europeia melhore a prevenção primária e secundária e o diagnóstico e o tratamento”, sublinha.
Em Portugal, Vítor Veloso, que durante mais de dez anos foi director do Instituto Português de Oncologia do Porto, lamenta que a prevenção não seja “uma tarefa muito atractiva onde o Estado deseje investir. Os resultados não sendo imediatos, não são politicamente atractivos”, refere. Para colmatar essa lacuna, Vítor Veloso salienta a importância da existência da LPCC. “A Liga é a única que faz esforços em Portugal na prevenção primária e tem sido a Liga a fazer o que o Estado devia fazer”, diz o clínico.
Entre as áreas onde a LPCC se destaca mais, Veloso sublinha o rastreio do cancro da mama. “Temos um protocolo com o Ministério da Saúde e esperamos que nos próximos três anos toda a população do Norte tenha acesso a rastreio gratuito”, diz. A LPCC Norte prepara-se para comprar uma unidade móvel de rastreio do cancro da mama, mais uma vez à custa de peditórios. “Perdemos dinheiro com o rastreio do cancro da mama. E o Estado não dá qualquer apoio. Cada unidade móvel custa 200 mil euros e ninguém nos paga essas unidades. Ás vezes temos dádivas”, ironiza.
O responsável lamenta ainda que o rastreio do cancro do colo do útero e do cancro rectal não chegue ainda a todas as pessoas. “Não está completamente coberto. Não há a devida coordenação”, lamenta.

VOLUNTARIADO DA LIGA
Para Vítor Veloso o bem mais valioso da Liga reside nos voluntários. Em todo o país a LPCC tem dois mil voluntários. Só no Porto existem 500. “Fazemos apoio nas enfermarias, distribuimos jornais e alimentação. Construímos até uma cafetaria no IPO que nos custou 300 mil euros para que os nosso doentes tenham um salão agradável”, explica Vítor Veloso lembrando ainda que os voluntários, provenientes de todas as classes sociais, profissões e idades, dão também apoio psicológico aos doentes.

CORTES NO IPO
“Numa altura de crise em que o Governo pede aos hospitais para poupar, torna-se ainda mais importante o nosso voluntariado. No IPO do Porto e Lisboa pede-se um aumento de produtividade com menos gastos. Ora se o médico tem de atender mais doentes então passa a ter menos tempo de humanização. É ai que a Liga entra em acção”, diz.
De resto, Vítor Veloso diz que a crise também chegou à LPCC. A estrutura sente os efeitos da crise em especial nos peditórios, a única forma de subsistência da LPCC. “Por isso, temos de diversificar a forma de pedir. Mas cada vez é mais difícil. Temos outras actividades da angariação de fundos. Tudo que é angariado é bem empregue na LPCC. Não temos absolutamente nenhum apoio do Estado, salvo o apoio indirecto que é aquele que advém da possibilidade de cada um doar 0,5 por cento do seu IRC para uma organização não-governamental”, diz Vítor Veloso.
O médico não poupa críticas ao “dinheiro mal gasto pelo Estado. “O Estado devia apoiar mais. Gasta-se dinheiro muito mal gasto. Muitos milhões até. Ainda agora gastaram sete milhões em automóveis novos para o Estado. Acho isso inconcebível”, critica. LIGA ESTÁ BEM DE SAÚDE Apesar das críticas, o presidente do Núcleo Norte da LPCC, diz que a “Liga está saudável do ponto de vista financeiro. Vítor Veloso admite, contudo, que a LPCC teve de fazer um plano de austeridade e alterar os hábitos que havia com alguns gastos. “Tentou-se apertar o cinto. Mais do que ninguém, temos de dar o exemplo. O nosso orçamento geral é de cerca de 20 milhões de euros por ano”, esclarece o médico.
A Liga vive da solidariedade dos voluntários, contudo o financiamento é um ponto essencial para sua sobrevivência. É dele que depende o desenvolvimento de várias actividades viradas para a sociedade. “Todos os anos fazemos a acção ‘Um dia pela vida’ em que percorremos as cidades do País durante quatro meses e em que temos acções diárias com equipas locais para a prevenção e sensibilização das populações”, afirma.
É com alguma alegria que Vítor Veloso apresenta as valências do voluntariado da organização. “Temos uma voluntária que ainda cá trabalha, com 80 anos”, diz.

in Liga Portuguesa Contra o Cancro

terça-feira, 7 de junho de 2011

Exposição de fotografia “Um Regresso ao Futuro" inserida na Semana Europeia do Peixe de 2011
8 de Junho 2011, 18h - Dia Mundial dos Oceanos
Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa
Rua Saraiva de Carvalho, nº 41
1269- 099 Lisboa
Tel: 211 148 900
A inauguração inclui tertúlia e Show-Cooking
Entrada gratuita
Inscrições: semanaeuropeiapeixe@gmail.com
www.lpn.pt

clique na imagem para ampliar

Programa
18h – Início da Sessão
Dra. Lídia Serras, Diretora da EHTL
Gonçalo Carvalho, Presidente da Sciaena, em representação da OCEAN2012
18h30 - Tertúlia
Cristina Moço, Mútua dos Pescadores
Luís Sousa Martins, Antropólogo
Carlos Macedo, ArtesanalPesca, O.P.
Prof. Carlos Sousa Reis, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
19h30 - “Show-cooking”, Chef Bertílio Gomes
19h45 - Cocktail

Contamos com a sua presença! A entrada é gratuita!

in LPN
II Edição Festa das Aves
10 a 12 de Junho 2011
Aldeia de Vila Chã da Braciosa - concelho de Miranda do Douro
Informações: e-mail burranco@gmail.com ou telefones 966151131/92 5790396
Preços: www.aepga.pt/portal/PT/111/EID/118/DETID/3/default.aspx
Inscrições: www.aepga.pt/portal/PT/111/EID/118/DETID/9/default.aspx
www.aepga.pt

Para ver programa completo aqui.


A AEPGA (Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino) juntamente com a PALOMBAR (Associação de Proprietários de Pombais Tradicionais do Nordeste) e o Laboratório de Ecologia Aplicada (LEA) da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) vêm por este meio convidá-lo a participar na II Edição da FESTA DAS AVES, que terá lugar na aldeia de Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, nos dias 10, 11 e 12 de Junho de 2011.
A FESTA DAS AVES foi delineada com o intuito de promover a valorização da natureza através das aves.
Um dos objectivos do evento é também chamar a atenção para os recursos ornitológicos existentes em Portugal, particularmente, para a zona rupícola do PNDI (paisagem dominada pelas escarpas do vale do rio Douro) considerada como uma das melhores áreas do País para a observação de aves de rapina, tendo todas as condições para apostar neste segmento do Turismo de Natureza, se apostar num modelo sustentável de turismo, sensibilizando para a preservação da natureza, pela via do conhecimento e interpretação múltipla do que nos rodeia bem como em serviços qualificados.
Ao longo do fim-de-semana, ocorrerão inúmeras actividades que incluem, passeios na natureza, tertúlias, mostra de filmes, eventos artísticos, actividades para crianças (manualidades como oficinas de construção de caixas-ninho), exposições de fotografia, entre outras. Após as explicações teóricas que decorrerão ao longo do fim-de-semana realizar-se-ão as caminhadas na natureza para observação e identificação de aves, pelas imediações da aldeia de Vila Chã da Braciosa, o­nde os participantes poderão observar na prática os temas abordados. Munidos de binóculos e telescópios, colaboradores com experiência em observação de aves vão encher de cor e brilho os olhos de todos os visitantes que terão, a partir deste fim-de-semana, mais razões para contribuir para a conservação e preservação da natureza.

in Newsletter AEPGA

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sem ração para alimentar os animais que estão ao seu cuidado!
ASAAST - Associação dos Amigos dos Animais de Santo Tirso
Apartado 265, 4784-909 Santo Tirso
Email: asaastirso@gmail.com
Tlm: 91 947 84 65
Facebook: http://www.facebook.com
Twitter: http://twitter.com/asaast

Sem Ração...

Os voluntários que estiveram no sábado no abrigo, conhecem a foto que envio em anexo, a foto retrata o aspecto do nosso barracão da ração, no sábado estávamos praticamente sem ração, o nosso barracão cheio de ração, alimenta os nossos peludinhos durante uma semana, por dia, comem 120kg de ração.
Imaginem o aperto que sentimos no coração quando vemos o barracão vazio e tantas bocas para alimentar...
Divulguem pf o nosso apelo, o nosso pedido. É tão fácil ajudar, não pedimos dinheiro, pedimos sim ração.

Pontos de Recolha:
-» Ervanária Tirsense (em Sto Tirso, junto ao hospital)
-» Centro Veterinário de Santo Tirso (em frente à cooperativa agricola)
-» Clinica Veterinária do Ave (por trás do campo de futebol)
-» Bombas Galp do Amial (logo a seguir ao cruzamento do Amial - Porto)
-» Clinica Veterinária Santa Rita (Ermesinde)

Aqui fica o nosso NIB para quem desejar ajudar monetariamente:
NIB BCP: 0033 0000 453 861 327 7305 (Em nome da ASAAST)

in ASAAST
Bebidas energéticas são um risco para as crianças
Relatório da Academia Americana de Pediatria

Um relatório da Academia Americana de Pediatria alertou para o facto de as bebidas energéticas não serem apropriadas para crianças e adolescentes em situação alguma, sendo que as desportivas ou isotónicas também não são indicadas para este grupo.
Este trabalho avaliou os componentes que constam nos rótulos das bebidas energéticas e desportivas nos EUA e concluiu que as primeiras possuem quantidades elevadas de cafeína e outros estimulantes que podem trazer risco para as crianças.
Segundo Marcie Beth Schneider, médica e co-autora do relatório, é difícil saber a quantidade de cafeína que há nos energéticos e alguns deles tinham 500 miligramas de cafeína, o equivalente a 14 latas de refrigerante.
Diferenças entre bebidas energéticas e desportivas
Se acordo com os autores, há muita confusão entre as bebidas isotónicas e as energéticas. Além disso, muitas vezes, as propagandas de ambas são apontadas para o público infanto-juvenil. Dizem os investigadores que os adolescentes americanos muitas vezes não sabem as diferenças entre os dois tipos de bebidas e consomem uma energética, rica em cafeína, quando apenas queriam hidratar-se após o exercício.
As bebidas desportivas contêm hidratos de carbono, minerais, electrólitos e componentes para dar sabor, com o objectivo de repor a água e os electrólitos perdidos pelo suor durante o exercício. Esse tipo de bebida pode ser útil para jovens atletas que pratiquem exercícios prolongados e vigorosos, mas na maioria dos casos apenas água é o suficiente para reidratar após actividades desportivas e recreativas normais da criança.
Holly J. Benjamin, outra co-autora do relatório, esclareceu que este tipo de bebidas contém calorias extras que a criança não precisa e pode contribuir para a obesidade e problemas dentários. A responsável explica que é melhor para a criança consumir água durante o exercício e tomar a quantidade recomendada de sumo ou leite às refeições e enfatiza que as bebidas desportivas não são recomendadas para ingerir junto com a refeição.
Relativamente às energéticas, têm substâncias que não são encontradas nas bebidas desportivas e que agem como estimulantes, como cafeína e taurina. A cafeína, estimulante mais popular, está ligada a vários efeitos negativos em crianças, sobre o desenvolvimento dos sistemas neurológico e cardiovascular. Desta forma, as duas co-autoram reforçaram a ideia de que esta alternativa não é minimamente aconselhável para os mais jovens, tal como acontece com outros refrigerantes que contenham cafeína.

in Ciência Hoje

domingo, 5 de junho de 2011

As imagens da semana


Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXI"
Heterónimo de Fernando Pessoa
5 de Junho - Dia Mundial do Ambiente
A Floresta no centro das comemorações do Dia Mundial do Ambiente

No dia 5 de Junho comemora-se mais um Dia Mundial do Ambiente, este ano de 2011 sob o tema “Florestas: a natureza ao seu serviço”, dado estar a decorrer o Ano Internacional das Florestas.
São múltiplos os serviços prestados pelas florestas à humanidade e à vida sobre a terra em geral – desde o facto de serem os “pulmões” do planeta, capturando dióxido de carbono e libertando oxigénio e assim terem um papel determinante no controlo das alterações climáticas, até o proporcionarem dos mais ricos ecossistemas terrestres com inúmeras espécies animais e vegetais – sendo, pois, factores determinantes para uma existência com qualidade.
Para que estes serviços se possam manter e melhorar, para que se possa fazer face a ameaças reais como a desflorestação indevida (ao nível mundial cada ano é destruída uma área equivalente a Portugal), a extensão da monocultura por espécies exóticas com a consequente ameaça à biodiversidade, etc., é necessária a consciencialização para atitudes responsáveis, que passam necessariamente por medidas de gestão sustentável das florestas tendo em vista uma “economia verde” e os consequentes benefícios económicos, sociais e ambientais.

in APA - Agência Portuguesa do Ambiente