As surpresas da semana
1 - Muitas iniciativas para participar no Dia Internacional dos Museus e Noite dos Museus (17 e 18 de Maio 2008). A não perder!
2 - Dois autocarros da Carris farão a Rota dos Museus, do Saldanha até ao Palácio da Ajuda (e poderá utilizar o bilhete que pagou para entrar gratuitamente nos museus no dia 17).
3 - Há pessoas assim: acreditam no amor para poder curar quem já muito sofreu nas mãos dos seres humanos...
4 - A minha amiga Daniela tem um blogue verdadeiramente delicioso!
5 - O primeiro queijo ‘Kosher’ feito na Península Ibérica em 500 anos à venda no Corte Inglés.
6 - Muitas vezes tenho vergonha de pertencer à raça humana... Tragédia atrás de tragédia!
7 - Bijagós: uma praia para o resto da vida.
8 - Uma venda de Verão na Porta 16 (em Lisboa) a não perder!
9 - Uma casa pré-fabricada espantosa!
10 - Uma boa notíca: Banco Alimentar contra a Fome - Mil toneladas de alimentos recolhidas no fim de semana.
11 - O Cantinho dos Animais de Évora está com muitas dificuldades económicas, mas se todos ajudarmos comprando algum artigo aqui ou neste, podemos fazer a diferença. Eles contam connosco! Obrigado.
"Estou aqui construindo o novo dia com uma expressão tão branda e descuidada que dir-se-ia não estar fazendo nada. E, contudo, estou aqui construindo o novo dia!" António Gedeão
sábado, 17 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
5ª Festa da Primavera
17 e 18 Maio 2008, das 10h às 18h
Jardim Botânico da Ajuda
Calçada da Ajuda - Lisboa
Telf.: 213 622 503
Fax: 213 622 503
E-mail: botanicoajuda@isa.utl.pt
Horários: Verão: 9h às 20h (1 de Abril a 30 de Setembro) / Inverno: 9h às 18h (1 de Outubro a 31 de Março)
Encerrado à quarta feira
Acessos: Autocarros: 14, 27, 29, 32, 73 Eléctrico: 18
www.jardimbotanicodajuda.com
"O Jardim Botânico da Ajuda dedica este fim-de-semana à celebração da estação da renovação. Visitas guiadas temáticas, feira e ateliês de jardinagem, venda/troca de plantas e sementes, consultório para as plantas, feira de produtos naturais e actividades infantis (jogos tradicionais e jogos da biodiversidade, concursos e campeonatos), música e animação são actividades à escolha nesta 5ª Festa da Primavera. Este ano associada às comemorações dos seus 240 anos de existência."
Mais informações em: www.isa.utl.pt/home/node/2541
In site Agenda lx
17 e 18 Maio 2008, das 10h às 18h
Jardim Botânico da Ajuda
Calçada da Ajuda - Lisboa
Telf.: 213 622 503
Fax: 213 622 503
E-mail: botanicoajuda@isa.utl.pt
Horários: Verão: 9h às 20h (1 de Abril a 30 de Setembro) / Inverno: 9h às 18h (1 de Outubro a 31 de Março)
Encerrado à quarta feira
Acessos: Autocarros: 14, 27, 29, 32, 73 Eléctrico: 18
www.jardimbotanicodajuda.com
"O Jardim Botânico da Ajuda dedica este fim-de-semana à celebração da estação da renovação. Visitas guiadas temáticas, feira e ateliês de jardinagem, venda/troca de plantas e sementes, consultório para as plantas, feira de produtos naturais e actividades infantis (jogos tradicionais e jogos da biodiversidade, concursos e campeonatos), música e animação são actividades à escolha nesta 5ª Festa da Primavera. Este ano associada às comemorações dos seus 240 anos de existência."
Mais informações em: www.isa.utl.pt/home/node/2541
In site Agenda lx
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Morreu Irena Sendler, heroína católica durante o Holocausto
"Irena Sendler faleceu esta segunda-feira em Varsóvia, aos 98 anos. Era conhecida como «o anjo do Gueto de Varsóvia», por ter salvo do Holocausto 2500 crianças judaicas.
Irena, uma assistente social, organizou e dirigiu um grupo de mais de 20 pessoas para salvar da morte certa as crianças nesse bairro da capital polaca sob a ocupação nazi. A Fundação Internacional Raoul Wallenberg qualificou Sendler como «uma das mais heróicas salvadoras católicas do Holocausto». Este trabalho levou Irena a suportar a tortura na prisão nazi e uma condenação à morte que acabou por não ser executada.
Irena Sendler nasceu na Polónia, em 1910. Quando a Alemanha invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-Estar Social de Varsóvia que era responsável pelos refeitórios da cidade.
Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judeus como católicos. Graças a ela, estes refeitórios não só proporcionavam comida para órfãos, idosos e pobres, mas também entregavam roupa, medicamentos e dinheiro.
Para evitar as inspecções, registava as pessoas sob nomes católicos fictícios ou inscrevia-as como pacientes de doenças muito contagiosas, como o tifo e a tuberculose. Em 1942, com a designação de uma área fechada para alojar os judeus, conhecida como o «Gueto de Varsóvia», as famílias só podiam esperar uma morte certa.
Irena uniu-se ao Conselho para a Ajuda de Judeus, organizado pela resistência polaca, explica a Fundação Wallenberg. Conseguiu obter um passe do Departamento de Controle Epidémico de Varsóvia para poder ingressar no gueto de forma legal.
Após a guerra, trabalhou para o bem-estar social; ajudou a criar casas para idosos, orfanatos e um sérvio de emergência para crianças.
Em 1965 recebeu o título de Justa entre as Nações pela organização Yad Vashem de Jerusalém e em 1991 foi declarada cidadã honorária de Israel."
Redacção/Zenit
In Newsletter Notícias da Agência Ecclesia - 13.05.2008
"Irena Sendler faleceu esta segunda-feira em Varsóvia, aos 98 anos. Era conhecida como «o anjo do Gueto de Varsóvia», por ter salvo do Holocausto 2500 crianças judaicas.
Irena, uma assistente social, organizou e dirigiu um grupo de mais de 20 pessoas para salvar da morte certa as crianças nesse bairro da capital polaca sob a ocupação nazi. A Fundação Internacional Raoul Wallenberg qualificou Sendler como «uma das mais heróicas salvadoras católicas do Holocausto». Este trabalho levou Irena a suportar a tortura na prisão nazi e uma condenação à morte que acabou por não ser executada.
Irena Sendler nasceu na Polónia, em 1910. Quando a Alemanha invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-Estar Social de Varsóvia que era responsável pelos refeitórios da cidade.
Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judeus como católicos. Graças a ela, estes refeitórios não só proporcionavam comida para órfãos, idosos e pobres, mas também entregavam roupa, medicamentos e dinheiro.
Para evitar as inspecções, registava as pessoas sob nomes católicos fictícios ou inscrevia-as como pacientes de doenças muito contagiosas, como o tifo e a tuberculose. Em 1942, com a designação de uma área fechada para alojar os judeus, conhecida como o «Gueto de Varsóvia», as famílias só podiam esperar uma morte certa.
Irena uniu-se ao Conselho para a Ajuda de Judeus, organizado pela resistência polaca, explica a Fundação Wallenberg. Conseguiu obter um passe do Departamento de Controle Epidémico de Varsóvia para poder ingressar no gueto de forma legal.
Após a guerra, trabalhou para o bem-estar social; ajudou a criar casas para idosos, orfanatos e um sérvio de emergência para crianças.
Em 1965 recebeu o título de Justa entre as Nações pela organização Yad Vashem de Jerusalém e em 1991 foi declarada cidadã honorária de Israel."
Redacção/Zenit
In Newsletter Notícias da Agência Ecclesia - 13.05.2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Início do Leilão de Maio do Projecto Mão a Mão
O leilão do mês de Maio já está a funcionar!
Até ao próximo dia 31 de Maio poderão licitar qualquer um dos artigos expostos, colocando um comentário no artigo desejado e deixando sempre um contacto.
A instituição que beneficiará deste leilão é a Associação Chão dos Meninos, localizada no distrito de Évora.
Boas Licitações!
www.mao-a-mao.blogspot.com
www.mao-a-mao-leilao.blogspot.com
O leilão do mês de Maio já está a funcionar!
Até ao próximo dia 31 de Maio poderão licitar qualquer um dos artigos expostos, colocando um comentário no artigo desejado e deixando sempre um contacto.
A instituição que beneficiará deste leilão é a Associação Chão dos Meninos, localizada no distrito de Évora.
Boas Licitações!
www.mao-a-mao.blogspot.com
www.mao-a-mao-leilao.blogspot.com
Estações de Metro (Lisboa)
Um Museu na sua Viagem
http://www.metrolisboa.pt
Arte ao encontro das pessoas
"Para além de ser o transporte público mais rápido de Lisboa, o metropolitano acumula também o título de “galeria de exposição permanente de arte contemporânea”. Quotidianamente, um mar de gente desagua nas 42 estações da rede. Muitos nem se apercebem do que aqui vai. Outros sim, e só não chegam a desejar que o comboio se atrase porque por aqui passam duas vezes ao dia. Porém, ele há sempre um olhar diferente, um pormenor que não se tinha visto antes...
Nas Picoas, a homenagem é às mulheres da capital. As figuras típicas de Lisboa antiga, como as vendedoras de canastra à cabeça, misturam-se com a heráldica da cidade. Martins Correia, o artista plástico convidado, criou igualmente a estátua em bronze de Pomona, a deusa grega dos frutos e da abundância. Mas uma parte do destaque vai direitinho ao acesso da pela Rua Andrade Corvo. Inserida num programa de intercâmbio cultural entre redes de metropolitano, Lisboa recebeu da tradição de Paris, uma peça de mobiliário urbano em Arte Nova de Hector Guimard.
De igual forma os nossos artistas têm o seu nome espalhado em estações de todo o mundo. Tóquio, Sidney, Moscovo, Paris e o metrô de São Paulo são apenas alguns exemplos de paragens distantes com arte em português.
Na estação de metro do Jardim Zoológico andam animais à solta e até plantas já crescem por lá. Foi Júlio Resende o responsável por tamanha irreverência, o que lhe valeu dois anos passados na Fábrica de Cerâmica Viúva de Lamego a pintar pela própria mão os azulejos que hoje vemos e que cobrem chão e tecto.
No Campo Grande, a primeira estação construída em viaduto, Eduardo Nery aproveitou-se da quadrícula do azulejo e desconstruíu as “figuras de convite” frequentes à entrada dos grandes edifícios de Setecentos. Uma outra forma centenária de dar as boas-vindas. Tradição contemporânea à portuguesa.
Quatro nomes, quatro vultos
Atento aos efeitos negativos de um ambiente subterrâneo, o Metropolitano mostrou-se interessado em minimizá-los. Corria a década de 80 quando quatro artistas plásticos de renome foram chamados a intervir nalgumas das novas estações que estavam a surgir.
Júlio Pomar deixou o traço no Alto dos Moinhos com a representação de grandes vultos das artes portuguesas. Camões, Bocage, Pessoa e Almada Negreiros são símbolos das letras transpostos para o azulejo em jeito de graffiti. Sabendo de antemão da forma espontânea como os riscos e rabiscos surgem em espaços públicos, Pomar antecipou-se deixando o seu cunho gravado no azulejo.
Das Laranjeiras ocupou-se Sá Nogueira. Recorrendo à fotografia de laranjas e à serigrafia, processos de fabrico em série, o artista plástico criou arte nos azulejos da Fábrica Rugo.
Decora o Colégio Militar Cargaleiro. Quis o pintor e ceramista passar o ambiente dos “corredores azuis” de Portugal. Uma presença na memória colectiva por serem frequentes nos edifícios públicos como escolas, hospitais e instituições instaladas em antigos conventos e palácios onde a azulejaria tinha presença constante. Ninguém fica indiferente a esta estação.
À Cidade Universitária cedeu Vieira da Silva o guache “Abrigo Anti-Aéreo” para ser transposto para azulejo por Cargaleiro. Representa uma multidão anónima que se refugiou no metro de Paris para escapar aos bombardeamentos da Segunda Grande Guerra. Mas no meio do desconhecido, surgem caras identificáveis. Uma figura envergando uma toga clássica, talvez seja Sócrates de quem foi citada uma frase. “Não sou ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo”.
Valores mais altos se levantam
No Parque, a par do tema dos Direitos do Homem cujos trinta artigos da Declaração se encontram na nave desta estação, outra temática se levanta, a dos Descobrimentos Portugueses. Para tal a belga Françoise Schein e a francesa Federica Matta escolheram muita da simbologia e iconografia da época. Já reparou bem nos mapas?
Um convite também para falar do novo de que é símbolo o rinoceronte de Dürer, a primeira representação deste animal conhecida na Europa. Seguindo a curvatura das paredes estão esculturas como que trepando por elas acima. Mas o tema não se esgotou aqui e no Oriente, o arquitecto Sanchez Jorge pretendeu reflectir os acabamentos da temática da Expo ’98, os oceanos, onde a Expansão Ultramarina também foi abordada.
As estruturas metálicas lembram velas e proas de barcos e os gradeamentos dos topos dos cais e das escadarias parecem ondular à medida que o passageiro vai passando por elas. Para realçar o cunho universalista foram convidados onze artistas de mérito internacional representativos dos cinco continentes. Reina o espírito multicultural.
Da arquitectura arrojada às novas estações
E se de ornamentação se falou até agora, igualmente será de destacar a arquitectura. Localizada a cerca de 45 metros abaixo da superfície, a estação da Baixa-Chiado é a mais profunda de toda a rede. O risco é de Siza Vieira. Já pelas Olaias ficou responsável o arquitecto Tomás Taveira que interveio num local em cuja estruturação urbanística desempenhara já um importante papel. O colorido é a sua imagem de marca.
As cinco novas estações inauguradas a 27 de Março de 2004 têm por sobrenome o moderno. Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira e Odivelas são nomes provavelmente mais familiares que o Senhor Roubado, nome de uma rua com um padrão datado de 1744 que dá acesso à estação de metro.
Conta-se que em 1671 (vejam lá bem ao tempo que isto foi) um senhor chamado António Ferreira roubou os altares da igreja de Odivelas escondendo os objectos numa mata de caniços que é hoje esta zona. A dimensão do roubo foi tal que foram afixados éditos prometendo recompensas em dinheiro e emprego na justiça ou na fazenda a quem denunciasse o autor do crime.
Descoberto António Ferreira, não tardou em surgir o duro veredicto. “... decepadas ambas as mãos e queimadas à sua vista e depois seu corpo será queimado.” No local, foi colocado um padrão de cruz em madeira que mais tarde, o religioso António dos Santos transformou no padrão do Senhor Roubado.
Histórias à parte, a verdade é que podemos até ter uma das redes de metro mais pequenas da Europa, mas em contrapartida será das mais bonitas no seu conjunto. Madrid, Barcelona e Paris parecem tão cinzentos em comparação com as novas estações de Lisboa..."
Paula Oliveira Silva
In site Lifecooler
Um Museu na sua Viagem
http://www.metrolisboa.pt
Arte ao encontro das pessoas
"Para além de ser o transporte público mais rápido de Lisboa, o metropolitano acumula também o título de “galeria de exposição permanente de arte contemporânea”. Quotidianamente, um mar de gente desagua nas 42 estações da rede. Muitos nem se apercebem do que aqui vai. Outros sim, e só não chegam a desejar que o comboio se atrase porque por aqui passam duas vezes ao dia. Porém, ele há sempre um olhar diferente, um pormenor que não se tinha visto antes...
Nas Picoas, a homenagem é às mulheres da capital. As figuras típicas de Lisboa antiga, como as vendedoras de canastra à cabeça, misturam-se com a heráldica da cidade. Martins Correia, o artista plástico convidado, criou igualmente a estátua em bronze de Pomona, a deusa grega dos frutos e da abundância. Mas uma parte do destaque vai direitinho ao acesso da pela Rua Andrade Corvo. Inserida num programa de intercâmbio cultural entre redes de metropolitano, Lisboa recebeu da tradição de Paris, uma peça de mobiliário urbano em Arte Nova de Hector Guimard.
De igual forma os nossos artistas têm o seu nome espalhado em estações de todo o mundo. Tóquio, Sidney, Moscovo, Paris e o metrô de São Paulo são apenas alguns exemplos de paragens distantes com arte em português.
Na estação de metro do Jardim Zoológico andam animais à solta e até plantas já crescem por lá. Foi Júlio Resende o responsável por tamanha irreverência, o que lhe valeu dois anos passados na Fábrica de Cerâmica Viúva de Lamego a pintar pela própria mão os azulejos que hoje vemos e que cobrem chão e tecto.
No Campo Grande, a primeira estação construída em viaduto, Eduardo Nery aproveitou-se da quadrícula do azulejo e desconstruíu as “figuras de convite” frequentes à entrada dos grandes edifícios de Setecentos. Uma outra forma centenária de dar as boas-vindas. Tradição contemporânea à portuguesa.
Quatro nomes, quatro vultos
Atento aos efeitos negativos de um ambiente subterrâneo, o Metropolitano mostrou-se interessado em minimizá-los. Corria a década de 80 quando quatro artistas plásticos de renome foram chamados a intervir nalgumas das novas estações que estavam a surgir.
Júlio Pomar deixou o traço no Alto dos Moinhos com a representação de grandes vultos das artes portuguesas. Camões, Bocage, Pessoa e Almada Negreiros são símbolos das letras transpostos para o azulejo em jeito de graffiti. Sabendo de antemão da forma espontânea como os riscos e rabiscos surgem em espaços públicos, Pomar antecipou-se deixando o seu cunho gravado no azulejo.
Das Laranjeiras ocupou-se Sá Nogueira. Recorrendo à fotografia de laranjas e à serigrafia, processos de fabrico em série, o artista plástico criou arte nos azulejos da Fábrica Rugo.
Decora o Colégio Militar Cargaleiro. Quis o pintor e ceramista passar o ambiente dos “corredores azuis” de Portugal. Uma presença na memória colectiva por serem frequentes nos edifícios públicos como escolas, hospitais e instituições instaladas em antigos conventos e palácios onde a azulejaria tinha presença constante. Ninguém fica indiferente a esta estação.
À Cidade Universitária cedeu Vieira da Silva o guache “Abrigo Anti-Aéreo” para ser transposto para azulejo por Cargaleiro. Representa uma multidão anónima que se refugiou no metro de Paris para escapar aos bombardeamentos da Segunda Grande Guerra. Mas no meio do desconhecido, surgem caras identificáveis. Uma figura envergando uma toga clássica, talvez seja Sócrates de quem foi citada uma frase. “Não sou ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo”.
Valores mais altos se levantam
No Parque, a par do tema dos Direitos do Homem cujos trinta artigos da Declaração se encontram na nave desta estação, outra temática se levanta, a dos Descobrimentos Portugueses. Para tal a belga Françoise Schein e a francesa Federica Matta escolheram muita da simbologia e iconografia da época. Já reparou bem nos mapas?
Um convite também para falar do novo de que é símbolo o rinoceronte de Dürer, a primeira representação deste animal conhecida na Europa. Seguindo a curvatura das paredes estão esculturas como que trepando por elas acima. Mas o tema não se esgotou aqui e no Oriente, o arquitecto Sanchez Jorge pretendeu reflectir os acabamentos da temática da Expo ’98, os oceanos, onde a Expansão Ultramarina também foi abordada.
As estruturas metálicas lembram velas e proas de barcos e os gradeamentos dos topos dos cais e das escadarias parecem ondular à medida que o passageiro vai passando por elas. Para realçar o cunho universalista foram convidados onze artistas de mérito internacional representativos dos cinco continentes. Reina o espírito multicultural.
Da arquitectura arrojada às novas estações
E se de ornamentação se falou até agora, igualmente será de destacar a arquitectura. Localizada a cerca de 45 metros abaixo da superfície, a estação da Baixa-Chiado é a mais profunda de toda a rede. O risco é de Siza Vieira. Já pelas Olaias ficou responsável o arquitecto Tomás Taveira que interveio num local em cuja estruturação urbanística desempenhara já um importante papel. O colorido é a sua imagem de marca.
As cinco novas estações inauguradas a 27 de Março de 2004 têm por sobrenome o moderno. Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira e Odivelas são nomes provavelmente mais familiares que o Senhor Roubado, nome de uma rua com um padrão datado de 1744 que dá acesso à estação de metro.
Conta-se que em 1671 (vejam lá bem ao tempo que isto foi) um senhor chamado António Ferreira roubou os altares da igreja de Odivelas escondendo os objectos numa mata de caniços que é hoje esta zona. A dimensão do roubo foi tal que foram afixados éditos prometendo recompensas em dinheiro e emprego na justiça ou na fazenda a quem denunciasse o autor do crime.
Descoberto António Ferreira, não tardou em surgir o duro veredicto. “... decepadas ambas as mãos e queimadas à sua vista e depois seu corpo será queimado.” No local, foi colocado um padrão de cruz em madeira que mais tarde, o religioso António dos Santos transformou no padrão do Senhor Roubado.
Histórias à parte, a verdade é que podemos até ter uma das redes de metro mais pequenas da Europa, mas em contrapartida será das mais bonitas no seu conjunto. Madrid, Barcelona e Paris parecem tão cinzentos em comparação com as novas estações de Lisboa..."
Paula Oliveira Silva
In site Lifecooler
terça-feira, 13 de maio de 2008
Beijo
"Beijo não é palavra de poema. É o raiar da madrugada, o anúncio de um dia longo, o final da tensão que ameaçava partir a corda: podemos escolher imagens, comparações, fazer literatura. Será sempre outra coisa, meu amor, o beijo do poema. É como o branco que dizem ser a fusão de todas as cores. Não se retira um beijo do poema, este é apenas a fotografia de alguns pormenores. Um beijo é o corpo que antes não existia e ali nasce, uma nova estrutura óssea que suporta um pulsar único, um aposento onde o esplendor apaga todas as lágrimas que conseguiram viver até chegar ali."
Egito Gonçalves
in "O Mapa do Tesouro", Campo das Letras, 1998
"Beijo não é palavra de poema. É o raiar da madrugada, o anúncio de um dia longo, o final da tensão que ameaçava partir a corda: podemos escolher imagens, comparações, fazer literatura. Será sempre outra coisa, meu amor, o beijo do poema. É como o branco que dizem ser a fusão de todas as cores. Não se retira um beijo do poema, este é apenas a fotografia de alguns pormenores. Um beijo é o corpo que antes não existia e ali nasce, uma nova estrutura óssea que suporta um pulsar único, um aposento onde o esplendor apaga todas as lágrimas que conseguiram viver até chegar ali."
Egito Gonçalves
in "O Mapa do Tesouro", Campo das Letras, 1998
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