sábado, 5 de junho de 2010

As surpresas da semana

1 - Jacarandás de Saudade.

2 - Quercus apresenta a listagem das 269 praias com qualidade de ouro.

3 - Passatempo Lifecooler/CP: ganha viagens no Intercidades para Porto, Faro, Guarda, Guimarães, Covilhã e no Comboio Histórico (linha do Douro (participa até 15 Junho 2010).

4 - As bolsas de tecido estão muito em voga no mundo da moda, quer sejam bolsas para levar à praia ou às compras, para usar no dia-a-dia ou mesmo para guardar os seus lavores. Escolha um tecido estampado da fantástica colecção da Freespirit e, crie você mesma, uma bolsa moderna, prática e funcional.

5 - Real Fábrica do Gelo vai voltar a entregar gelo no café Martinho da Arcada.

6 - África do Sul: Bispo abençoa estádio do Mundial de futebol.

7 - Rosa10 oferece um fim-de-semana relaxante e um cabaz composto por açúcar RAR (participa com a tua melhor frase até 18 Junho 2010).

8 - Magnífico: As peças apresentadas nesta loja foram concebidas e manufacturadas por Maria Madeira e possuem um número de série da sua edição. São únicas e irrepetíveis apesar de nascerem de um molde comum, com formas simples e conceptuais. Os acabamentos personalizam cada peça.

9 - Tire mais do seu portátil.

10 - Participa (jovens dos 5 aos 12 anos) no passatempo Dia Mundial da Criança da CGD e ganha 3 máquinas fotográficas Sony (até 30 Junho 2010).

11 - Urban trees 'help migrating birds'.

12 - A ciência diz que este deve ser o homem mais feliz do mundo.

13 - Olhares oferece uma máquina fotográfica e duas impressoras Canon. Todos os meses com um tema diferente pretendemos que nos envie as suas melhores fotos, relacionadas com o mesmo. Em cada mês, a administração escolherá as 3 melhores fotos. A participação está aberta a todos os membros do Olhares residentes em Portugal, que poderão participar com 2 fotos, no máximo, por mês.

14 - Iluminação a partir de garrafas PET.

15 - O Município de Alvaiázere em parceria com a Associação de Produtores Florestais do concelho de Alvaiázere e o viveiro florestal “Anadiplanta”, têm vindo a desenvolver um projecto pioneiro estando em condições de disponibilizar gratuitamente mais de 100.000 plantas à população que queira fazer o seu plantio em território de Alvaiázere. Contacte os serviços da Câmara Municipal de Alvaiázere ou a Associação de Produtores Florestais.

16 - O Sapo Mulher/ Saber Viver e a Simel oferecem 15 conjuntos de lingerie desportiva iguais aos de Orsi Fehér (participa até 20 Junho 2010).

17 - Parece ser uma delícia: Pudim de Pão.

18 - Oposição em coro contra o fecho das escolas básicas.

19 - Estas mãos.

20 - O Rua de Baixo oferece 10 cd's "Galapagos", de Madame Gobard (participa até fim de Junho 2010).

sexta-feira, 4 de junho de 2010

5 Junho - Dia Mundial do Ambiente

A Quercus – ANCN comemora, em 2010, um quarto de século de existência. Aproveitando o facto de dia 5 de Junho ser o Dia Mundial do Ambiente, a Quercus identificou os principais 25 conselhos ambientais que devem acompanhar qualquer cidadão preocupado com a sustentabilidade.

Os conselhos gerais

1. Considerando a rapidez com que o conhecimento evolui no presente, um elemento fundamental para se ser um cidadão sustentável é a informação. Manter-se informado sobre a legislação mais actual e sobre os desenvolvimentos científicos e técnicos mais recentes é fulcral para que possa direccionar as suas escolhas para as soluções e situações mais sustentáveis.

2. Ao contrário do que muitos advogam, a culpa pelo estado em que o Planeta se encontra não é só “dos outros”, é também nossa e por duas vias: porque nos demitimos de fazer melhor e de pressionar quem de direito no mesmo sentido. Apoie organizações cívicas, associe-se, participe e faça ouvir a sua voz. Não está sozinho e em conjunto com todos os outros que pensam da mesma forma é possível dar passos muito significativos. O importante é trabalhar em conjunto.

3. Procure retirar os melhores ensinamentos da crise. Analise bem as suas opções e procure perceber o que é fundamental para que se sinta bem e tenha qualidade de vida. Elimine o que é supérfluo e vai ver que não só estará a ser mais ecológico, mas também a ter maior bem-estar económico e a garantir o equilíbrio emocional.

4. Aprenda a analisar as suas opções quotidianas, pois têm um impacto enorme na sua pegada ecológica, na do país e do mundo. Não é a mesma coisa ir de carro ou de transportes colectivos, comprar a fruta mais barata que encontra ou procurar fruta nacional e/ou de agricultura biológica. Se percebermos que com as nossas opções podemos dar um contributo directo e quotidiano para a sustentabilidade, rapidamente sentiremos que esta é a única forma aceitável de agir.

5. Sempre que um conselho dirigido a proteger o planeta lhe parecer exigente, lembre-se que somos nós – espécie humana – que precisamos do planeta e não o contrário. O Planeta vive bem sem nós, já o contrário não é verdade. Ser sustentável não é, no essencial, uma questão de altruísmo e sim de sobrevivência pura e dura. Seja mais sustentável por si e pelas gerações futuras.

6. Se acha que os produtos ou serviços mais sustentáveis (agricultura biológica; rótulos ecológicos; comércio justo, etc.) são caros, desengane-se. Ao comprar estes produtos ou serviços está a apoiar a produção com preocupações ambientais e sociais. No que toca aos produtos ou serviços convencionais, podemos pagar pouco no momento da aquisição, mas todos acabamos por pagar muito mais pela poluição e destruição ambiental, bem como pelo desrespeito dos direitos sociais.

7. Se tem restrições orçamentais, procure ir substituindo alguns produtos ou serviços convencionais por soluções sustentáveis. Por exemplo, no caso da agricultura biológica comece pelas frutas ou pelos legumes e, progressivamente e na medida das suas possibilidades, avance para outras áreas. Optar pela sustentabilidade é um passo importante para identificarmos o que é de facto fundamental e supérfluo nas nossas vidas, permitindo-nos aplicar melhor o nosso rendimento.

8. Um dos problemas recorrentes em Portugal é a deficiente implementação da legislação em vigor. Torne-se um eco-cidadão e esteja atento a situações incorrectas do ponto de vista ambiental. Sempre que detectar uma infracção contacte a linha SOS Ambiente e Território – 808 200 520 ou aceda ao portal do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.

Os conselhos temáticos

9. Sempre que tiver que substituir uma lâmpada ou um equipamento eléctrico e electrónico que lhe seja necessário, procure informação sobre o seu desempenho em termos de sustentabilidade. Para além da etiqueta energética pode ter em conta iniciativas da Quercus como o Top Ten ou da Greenpeace como a campanha para uma electrónica verde.

10. Ao utilizar as suas máquinas de lavar roupa e loiça procure usá-las na carga máxima e em temperaturas mais moderadas. Respeite também a quantidade de detergente a usar consoante o tipo de roupa e loiça e a sujidade da mesma. Já agora, uma vez que Portugal tem um clima excelente para quem quer secar roupa, evite ao máximo usar a máquina de secar e, sempre que possível, seque a roupa ao natural. Se tiver mesmo que a usar, deixe a roupa secar primeiro ao ar livre e dê apenas o toque final na máquina.

11. Quando pensamos na nossa alimentação, também é importante ter alguns aspectos em conta. Um bom contributo para o ambiente é a redução do consumo de carne. A produção de proteína vegetal é bem mais eficiente do que a produção de proteína animal, pelo que conseguiremos alimentar muito mais pessoas se a nossa base de alimentação for vegetariana. Assim, reduza o número de vezes que consome carne e opte por carne criada de modo extensivo ou biológico. E não se esqueça de preferir produtos que não contenham transgénicos. Para a nossa sobrevivência é fundamental promover a diversidade alimentar, pelo que tudo o que seja padronização de sementes e espécies consumidas não vai no bom caminho.

12. Sempre que não esteja a utilizar um equipamento, desligue-o da corrente. Os consumos de electricidade quando os equipamentos permanecem em standby são significativos. A melhor forma é colocar tomadas com interruptor em locais estratégicos. Basta desligar um botão e tem a certeza de que os equipamentos não ficam a consumir electricidade desnecessariamente.

13. Os incêndios florestais continuam a ser um problema grave em Portugal, tendo o descuido humano como uma das principais causas. Para além dos cuidados óbvios de procurar reduzir as actividades que possam representar risco – fumar em espaços florestais ou nos seus limites; deixar lixo na floresta; fazer fogueiras (excepto nos locais preparados para o efeito); fazer queimadas (algo que é proibido durante o período crítico que vai de 1 de Julho a 15 de Outubro e que só pode ser feito, fora deste período, com autorização) – devemos ter em atenção que é fundamental diversificar as espécies plantadas e privilegiar as espécies autóctones, mais resistentes ao fogo e mais bem adaptadas ao nosso clima e solo.

14. A água doce é um dos recursos naturais mais importantes para a nossa qualidade de vida, sendo igualmente um dos mais escassos. Instale redutores de caudal nas suas torneiras. Poderá reduzir significativamente o consumo de água sem perder conforto. Outra medida importante é a de procurar reutilizar a água de lavagem de frutas e legumes ou a resultante do período de aquecimento da água do banho. Deve ainda evitar lavar loiça, roupa, dentes ou fazer a barba com água a correr. Abra a torneira apenas quando for necessário.

15. Quando hoje compramos algo em qualquer loja estamos habituados a receber um saco, normalmente de plástico e sem quaisquer custos. Contudo, os sacos de plástico são um perigo real para a vida marinha e muitos não são biodegradáveis, permanecendo centenas de anos no ambiente. Quando for às compras leve sacos reutilizáveis e habitue-se a fazer uso deles em todas as lojas e não apenas nos supermercados.

16. Actualmente os stocks de várias espécies marinhas estão a ser sobre-explorados. Algumas destas espécies são bem conhecidas em Portugal como é o caso do bacalhau, da pescada ou do atum. Informe-se sobre as espécies e as proveniências que oferecem maior risco e evite comprar peixe dessas zonas ou capturado através de métodos que prejudicam a biodiversidade marinha, como é o caso da pesca de arrasto. Respeite os tamanhos mínimos de cada espécie e, sempre que possível, opte por comprar peixe de maior dimensão (que já teve mais oportunidades de se reproduzir).

17. Uma das áreas em que se registaram alterações significativas nos últimos tempos foi a climatização. O uso de sistemas de aquecimento e arrefecimento é hoje muito mais comum, procurando compensar por esta via às insuficiências ao nível da construção dos edifícios. Sempre que possível, procure melhorar o isolamento da sua casa – paredes, telhado e janelas. Faça um bom uso das portadas, estores ou outros elementos de sombreamento. Calafete portas e janelas como forma de diminuir as necessidades de climatização. Opte pela climatização artificial apenas em último caso e tenha sempre presente que não é normal (e muito menos sustentável) andar dentro de um espaço de t-shirt no Inverno e de casaco no Verão.

18. Se vai adquirir ou arrendar uma habitação ou um espaço comercial pergunte sempre pelo certificado energético do edifício. Para além da informação da classe de eficiência em que a habitação se insere, poderá ficar a saber o que é sugerido por quem avaliou o imóvel para melhorar o seu desempenho.

19. Os resíduos continuam a ser um problema cuja resolução só será possível com o nosso envolvimento. Colabore com as diferentes soluções para a gestão de resíduosembalagens, pilhas, equipamento eléctrico e electrónico, embalagens de medicamento, embalagens de produtos fitofarmacêuticos, pneus, veículos em fim de vida, etc. Só com a nossa colaboração será possível garantir que os resíduos produzidos vão ser aproveitados enquanto recurso e que o seu impacto no ambiente será minimizado.

20. Por diferentes razões temos avançado para uma sociedade onde a sobre-embalagem é uma constante. Seja um cidadão atento e procure adquirir produtos que possuam apenas a embalagem fundamental para garantir as suas características. Rejeite a sobre-embalagem, pois esta representa um custo acrescido que não tem qualquer utilidade. Privilegie as embalagens produzidas em materiais facilmente recicláveis e simples (que não conjuguem vários materiais diferentes) e de formatos maiores – familiares – caso necessite de grandes quantidades. Reutilize as embalagens que sejam passíveis de reutilização, quer para guardar alimentos, condimentos, chás e infusões, quer para guardar outros bens. Poderá ainda transformá-los em elementos decorativos. Se não as puder utilizar deposite-as sempre no ecoponto.

21. Na limpeza da sua casa use sempre materiais reutilizáveis e laváveis como panos do pó, espanadores, panos de limpeza da cozinha, etc. Evite usar o aspirador, bem como os produtos descartáveis que existem no mercado. Opte também por produtos de limpeza com o Rótulo Ecológico Europeu ou faça os seus próprios produtos. Evite soluções de limpeza com perfumes e cores intensos.

22. A qualidade do ar continua a ser uma área onde Portugal tem problemas sérios. Mantenha-se informado sobre os níveis de poluição do ar da sua região e em dias quentes e solarengos esteja atento aos avisos sobre a ocorrência de níveis elevados de ozono troposférico. Quando estes ocorrerem evite andar na rua e fazer esforços, particularmente se tiver problemas respiratórios. Não se esqueça da qualidade do ar interior. Areje bem a sua casa e evite fumar e usar ambientadores, insecticidas e detergentes com perfumes intensos.

23. O montado é uma das paisagens características em Portugal. Para além de albergar uma enorme biodiversidade, permite desenvolver diferentes actividades económicas que são o garante financeiro de muitas pessoas. Uma forma de apoiarmos a manutenção deste ecossistema passa por preferir produtos em cortiça sempre que possível. Para além das conhecidas rolhas para vinhos, há também que ponderar a oferta em termos de isolamento de habitações, bases para copos, tabuleiros, quadros de afixação, etc.

24. Em Portugal, são poucas as situações em que a qualidade da água para consumo humano não cumpre os requisitos impostos pela Lei. Ao mesmo tempo que se melhorou este indicador, aumentou o consumo de água engarrafada. Sempre que possível consuma água de abastecimento público. Se não gosta muito do sabor, junte umas gotas de limão ou deixe a água repousar alguns instantes antes de a consumir.

25. Se possui algum bem que já não lhe faz falta procure vendê-lo ou doá-lo a instituições que dele necessitem. Se precisar de algum produto, procure-o em lojas de artigos em segunda mão. Este conselho é particularmente útil para quem tenha crianças pequenas. Se necessita de um bem por pouco tempo, peça-o emprestado ou alugue-o em detrimento da compra.

Lisboa, 4 de Junho de 2010
A
Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Morrer por Amor

Ernesto Sampaio e Fernanda Alves

Deitados lado a lado, envoltos nas fadigas do dia.
Paisagem fresca e calma onde passam histórias irrealizáveis,
o sono repousava sobre nós.
Nenhuma espada precisava de nos separar.
Um peso delicioso, pesando na minha perna,
despertou-me.
Reconheci o teu pé.
Soube então, por um homem e uma mulher que se conhecem,
o que era estar deitado lado a lado.

Ernesto Sampaio* - in Fernanda
*suicidou-se pouco tempo após a morte de Fernanda Alves, sua mulher, a quem dedicou este seu livro

In Ao Longe os Barcos de Flores

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cozinhar é divertido
Associação Portuguesa dos Nutricionistas
www.apn.org.pt

Que tal colocar os seus filhos a cozinhar consigo? A Associação Portuguesa dos Nutricionistas - APN lança um livro online muito especial. O Livro de Receitas para os Mais Novos está disponível para download gratuito no site e reúne receitas divertidas e saudáveis - E-Book disponível em "Actividades" > "Materiais APN" (anexo).
Sopa, pratos de carne e peixe, e sobremesas, são apresentada de uma forma divertida, com imagens coloridas e comentários.

In Metro - 1 Junho 2010
1GOAL: Educação para Todos
www.join1goal.org

A 1GOAL é uma campanha que aproveita o poder do futebol para assegurar que a educação é o legado duradouro do Mundial de Futebol da FIFA 2010. Ao reunir futebolistas e fãs, instituições de solidariedade e organizações por todo o mundo, juntos podemos exigir aos líderes mundiais para tornarem a educação uma realidade para 72 milhões de crianças até 2015.
Junte-se à nossa equipa!


Porquê aderir a 1 GOAL?

Existem 72 milhões de crianças fora da escola em todo o mundo. Isso é mais do que todas as crianças que estão na escola primária na Europa, EUA, Canadá e Austrália juntas. O mundo tem a oportunidade de assegurar que todas as crianças têm uma educação e a hipótese de vencer a pobreza.
Em 2010, o Mundial de Futebol da FIFA na África do Sul é um momento marcante: é a primeira vez de sempre que o Mundial de Futebol tem lugar no continente africano. Quando a atenção do mundo se virar para África em Junho, pediremos a todos os líderes mundiais para alcançar o nosso 1GOAL: Educação para Todos.
Os líderes mundiais têm o poder, os recursos e o conhecimento para alcançar a educação para todos. Veja o filme "Educação para Todos" feito por Richard Curtis que dá mais informações. O 1GOAL irá pedir aos líderes mundiais para tornar a Educação para Todos uma realidade. De forma a atingirmos o nosso 1GOAL, precisamos da sua ajuda e apoio.

Adira ao 1GOAL e ajude a alcançar a Educação para Acabar com a Pobreza.

In 1Goal

terça-feira, 1 de junho de 2010

Exposição
Pra Quem Mora Lá o Céu É Lá
Museu Berardo
Praça do Império
1449-003 Lisboa
E-mail: museuberardo@museuberardo.pt
17 Maio até 17 Setembro 2010
Entrada livre
www.museuberardo.com

Horário: aberto todos os dias: 10h00 - 19h00 (última entrada às 18h30) e sábados : 10h00 - 22h00 (última entrada às 21h30)

Mural, feito pelos Gémeos, na Av. Fontes Pereira de Melo (Lisboa).

É um momento marcante. Pela primeira vez um museu em Portugal recebe uma exposição de artistas oriundos do graffiti. Na segunda-feira, é inaugurada, no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, Pra Quem Mora Lá o Céu É Lá, da dupla brasileira Os Gémeos. Começaram no final dos anos 80 e agora são disputados por galerias de todo o mundo.

É possível que já tenha passado por criações da autoria deles, nas ruas de São Paulo, Berlim, Londres ou Nova Iorque. São fáceis de identificar. Normalmente são cenas etéreas povoadas de amarelos e roxos, com olhos inocentes, crianças de pernas franzinas e cabeças enormes, inscritas em murais de grandes dimensões, em prédios devolutos. É difícil não fixar essas imagens pictóricas. Pela escala, poesia e forma como interagem com o espaço envolvente. Criam um clima de romantismo na desordem urbana.
A dupla brasileira Os Gémeos, os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, 35 anos, são duas das figuras mais importantes do graffiti, ou arte de rua. Nos últimos anos já não criam apenas nas artérias das grandes cidades. São também solicitados para expor em galerias, bienais, museus. É isso que acontece agora no Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Na segunda-feira é inaugurada a exposição Pra Quem Mora Lá o Céu É Lá, naquela que é a primeira grande exposição em Portugal de artistas vindos do graffiti, num espaço museológico institucional.
A transposição da rua para as galerias de arte não é novidade. Keith Haring ou Jean-Michel Basquiat, já falecidos, ou os contemporâneos Barry McGee e Banksy, fizeram-no. Mas nos últimos tempos tem-se assistido com mais frequência ao fenómeno. A mostra efectuada há dois anos pelo mais influente museu de arte contemporânea da Europa, a Tate Modern, para a qual Os Gémeos contribuíram com um dos murais gigantes expostos no exterior, ajudou a credibilizar uma série de artistas.
Gustavo Pandolfo não gosta de falar de transição para a galeria. "São simplesmente coisas diferentes", argumenta. "Quando se tira o graffitida rua, que é de onde o vimos, deixa de ser graffiti. O lugar dele é na rua. Separamos bem as coisas. O que fazemos na galeria é diferente. Em performance é outra. Em desenho animado é outra. O graffitié apenas uma ramificação do nosso trabalho."
A arte de rua ainda é apreendida a velocidades diferentes. Sendo alvo de interpretações diversas. Nos últimos anos, o recurso indiscriminado ao tagging (assinaturas estilizadas feitas em spray), que inunda as paredes de muitas cidades, relançou o debate sobre as fronteiras entre vandalismo e arte. É uma discussão sem respostas fáceis. Os limites do que é ou não é arte não são um exclusivo dograffiti. É uma questão quase sempre em aberto também no universo codificado do mercado da arte.

Traição ao espírito da rua?
"É pequeno olhar para o graffiti como vandalismo", argumenta Gustavo, "quando temos a Grécia em convulsão ou um navio a poluir quilómetros de oceano nos EUA." E continua: "Temos tantos problemas para nos preocupar por aí. O graffitié apenas pessoas a dizer: "Estamos aí. Queremos contribuir para a mudança. Vamos lá!"
Do lado do graffiti há quem veja a passagem para a galeria como traição ao espírito da rua. Do lado do mercado da arte, apesar da maior aceitação, ainda se olha com alguma desconfiança para estes artistas. "Dos curadores não sinto que exista preconceito", contrapõe Gustavo. "O que interessa é o trabalho em si. Foi isso que nos abriu portas. O estilo. A linguagem. O que transmitimos."
Há realmente uma mudança. Artistas como o misterioso Banksy ou o português Alexandre Farto (mais conhecido por Vhils), que tem ganho visibilidade nos últimos tempos em Londres, são disputados por galerias e museus. "Eles estão de olho em novos artistas que vêm com essa bagagem da arte de rua", diz Gustavo.
"É natural. Isso é ensinado nas universidades hoje. O graffiti tem uma força enorme. Não tem como tapar os olhos e dizer que não existe. Está aí fora, os jovens estão-se manifestando através dele. Não pode ser ignorado. A gente conseguiu uma coisa boa no Brasil, que é tratar o graffiti como forma de expressão artística. Apagaram muitos, mas conseguimos reverter isso, fazendo com que políticos percebessem que é importante preservar também."
Na actualidade, o traço lírico e delicado dos Gémeos circula por todo o lado, mas tudo começou em Cambuci, São Paulo, distrito na região central da cidade brasileira, abrangendo os bairros da Aclimação, Morro da Pólvora e Vila Deodoro, espaços habitacionais da classe média, grandes prédios verticais.
Foi ali que, no final dos anos 80, enquanto se embrenhavam na cultura hip-hop local, Otávio e Gustavo Pandolfo começaram a gastar a semanada em latas de spray para pintar os muros circundantes. Sempre a dois. "Dividimos tudo, desde sempre. Desde a barriga da nossa mãe. Até desenhávamos no mesmo papel quando éramos pequenos. Ainda acontece isso."
Em São Paulo, no meio da desordem urbana, da violência, do trânsito caótico, os seus murais pictóricos criavam um universo paralelo, lúdico, fantasista. "Essa, sim, foi uma transição", afirma Gustavo, "fugir da realidade, fugir de São Paulo."
"Criar esse universo foi a nossa forma de fazer um lugar onde nos pudéssemos sentir mais confortáveis, onde pudéssemos viajar."

Trabalhos inéditos
O objectivo foi completamente conseguido. Simbolicamente e literalmente. A rua está cada vez mais distante. "Mas desde que exista um lugar interessante para fazer coisas a gente faz", diz Gustavo. "É verdade que hoje o nosso trabalho é mais direccionado para a galeria. Mas nunca se sabe. Não pensámos chegar aqui, precisamente porque nunca planeámos nada."
A última vez que estiveram em Lisboa foi em 1999. Na altura, chegaram a colorir uma parede e contactaram com a cena local de graffiti. Agora a primeira impressão é que a cidade está transformada. "Ainda não deu para ver muito, mas deu para perceber, só do caminho do aeroporto para aqui, que há muita coisa. A cidade está mais vibrante. Fomos vendo coisas e percebe-se que aqui as pessoas estão muito activas", reflecte.
Até 19 de Setembro, a exposição do Museu Berardo apresenta uma selecção das obras mais mediáticas da dupla e uma série de trabalhos inéditos que foram produzidos no próprio local. Cada projecto é pensado como instalação, misturando pinturas realizadas directamente sobre paredes, telas e esculturas. "Algumas peças vieram do Brasil, Nova Iorque e Milão", diz Gustavo. "Mas quando chegaram a Lisboa a gente as transformou, adaptando-as ao espaço. Outras foram feitas aqui. Gostamos de olhar o espaço e improvisar."
O improviso é, aliás, característico na maneira como interagem, entre os dois, e com o espaço. "A rua permite jogar com o inesperado. Nunca se sabe o que pode acontecer. A galeria é diferente, mas também improvisamos. Há um espaço em branco onde é possível fazer uma coisa mais concreta, elaborada e equilibrada em termos de instalação, luz, escultura e música.
Ao longo dos anos foram diversificando a sua actividade. As exposições reflectem-no, misto de graffiti, esculturas, objectos, fotografias e design gráfico. Diz quem já os viu criar que improvisam, cada um para seu lado, e no final vislumbra-se uma obra uniforme, que dir-se-ia concebida apenas por um deles.
As suas criações contemplam visões do quotidiano, cenas simples mas sensualmente ricas, evocações dos esquecidos das margens da sociedade ou retratos comoventes de famílias. É um imaginário sonhador e intimista, às vezes burlesco e possuído pela crítica social, aquele que por norma propõem.
Quando interrogamos Gustavo sobre o que os inspira, a resposta surge em rajada: "O nosso trabalho reflecte as vivências, o olhar, os sonhos, as histórias, os relacionamentos familiares, a poesia, a música, a comida, o folclore do Brasil, o silêncio, pessoas que vivem com salários de miséria mas estão sorrindo, tudo isso é filtrado."
É caso para dizer que a arte de rua, durante décadas desvalorizada, já não se move apenas no maior museu a céu aberto do mundo, a rua, mas também nos espaços museológicos que, durante anos, tinham reticências em aceitá-la. Nunca como no contexto actual as técnicas dograffitipareceram tão próximas das dinâmicas regulares da arte contemporânea. Na rua, ou na galeria, o traço pictórico lúdico que Os Gémeos colocam na sua actividade é reconhecido, tem identidade, projectando ideias que tornam a vida mais interpeladora. Se isso não é arte é o quê?

In Ipsilon

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Madeira é a primeira zona da Europa livre de transgénicos
Excepção concedida por Bruxelas passou despercebida. Comissão Europeia rejeita polémica, mas medida pode abrir precedente

A Madeira é a primeira região da Europa que Bruxelas autorizou a impedir o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM). Uma decisão inédita, mas não tomada preto no branco: a Comissão Europeia (CE) deixou expirar o prazo, a 4 de Maio, para chumbar o pedido do Governo Regional da Madeira, que manifestou receio que o cultivo de transgénicos ponha em risco a biodiversidade e a laurissilva, reconhecida pela UNESCO como Património Mundial desde 1999.
A notícia foi dada pelo jornal norte- -americano "The New York Times", que associou o silêncio de Bruxelas a um mal-estar no seio da União Europeia pelo facto de abrir um precedente polémico, já que outras regiões europeias podem exigir o mesmo que a Madeira. "Foi uma decisão política da CE. A nossa posição sobre os transgénicos evoluiu", explicou ao i o porta-voz do comissário europeu para a Saúde e Protecção dos Consumidores, John Dalli. Em Julho, a CE "vai apresentar uma proposta para que a decisão de cultivo de OGM seja tomada pelos estados-membros" e, deste modo, "pôr fim à situação de bloqueio causada pelas diferentes posições", confirmou Frédéric Vincent.
Dos 27 países, apenas cinco, incluindo Portugal, autorizam o cultivo de transgénicos. Para contornar as regras comunitárias, estados como a França, a Áustria e a Grécia submeteram moratórias à CE. Sobre eventuais novos pedidos, Vincent rejeita polémicas: "Todos os estados sabem que a CE relançou o debate e haverá um novo texto até ao Verão. A excepção concedida à Madeira abriu um novo debate, não causou mal-estar".
Na Madeira, a medida também passou despercebida, sem declarações oficiais, nem festejos do governo de Alberto João Jardim. O i tentou contactar o secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, sem sucesso. Para o madeirense e dirigente nacional da Quercus, Hélder Spínola, "o governo regional pode estar à espera de mais certezas do ponto de vista formal e burocrático da CE". Esta posição favorável "pode ser uma mais-valia para garantir que os produtos biológicos madeirenses não são contaminados por OGM, considera o ambientalista. Spínola diz que a abertura de um precedente é inevitável: "Existem muitas zonas interessadas em serem livres de transgénicos. Por isso é que a CE não quis fazer publicidade."
Para Margarida Silva, da Plataforma Transgénicos Fora, "os municípios portugueses deviam aproveitar esta janela de oportunidade para pressionar o governo". Cerca de 30 câmaras portuguesas declaram-se zonas livres, mas sem força legal. Para a bióloga, Bruxelas quis "mostrar boa-fé", mas no fundo espera que "os países contra os OGM permitam mais facilmente importações de transgénicos na Europa", atendendo às expectativas dos EUA. Segundo o "The New York Times", a Autoridade de Segurança Alimentar Europeia recomendou que as pretensões portuguesas fossem ignoradas por não existirem evidências científicas sobre riscos para a saúde animal, humana ou ambiental.
Em Março, Bruxelas autorizou o cultivo da batata geneticamente modificada da empresa alemã BASF e a comercialização de três variedades de milho transgénico do grupo Monsanto.

In Jornal I

domingo, 30 de maio de 2010

As imagens da semana

No passado dia 18 Maio, não poderia faltar às comemorações realizadas no âmbito do Dia Internacional dos Museus. Apesar do pouco tempo, fui, com a minha amiga Astrid, visitar e conhecer o Museu de Arte Popular (onde ambas nunca tínhamos entrado).
Adorei o amplo espaço, com muita luz, e a forma simples da linha arquitectónica, e fiquei desejosa de visitar o museu completo.
E, com muita sorte, ainda tivemos direito a participar no lanche (com rebuçados de Portalegre, suspiros, caldo verde, sopa de tomate, peixinhos da horta, bacalhau cozido, entre outras tantas iguarias, tipicamente portuguesas e muita bebida!) e podemos ficar, tranquilamente, sentadas no salão após a hora oficial do encerramento. Um fim de dia magnífico!
E Viva o Museu de Arte Popular e todos os que acreditaram e lutaram pelo seu não encerramento!
Boa semana.