segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Letras

Comunguei um dia de tal intimidade que cada palavra de um era recolhida pelo outro sem deturpação. Acontecia o mesmo com cada silêncio. Não se tratava daquela fusão que no início os amantes conhecem e que é um estado irreal e destruidor. Havia, na amplitude do laço que se criara, algo de musical e estávamos simultaneamente juntos e separados como as asas diáfanas de uma libélula. Por ter conhecido esta plenitude, sei que o amor nada tem a ver com o sentimentalismo que perpassa nas canções, nem tão pouco com a sexualidade de que o mundo faz a principal mercadoria - a que permite vender todas as outras.
O amor é o milagre de sermos ouvidos, mesmo estando em silêncio, e de ouvirmos em troca com igual acuidade a vida em estado puro, tão leve como o ar que sustém as asas das libélulas e se alegra com os seus bailados.

Christian Bobin (n. 1951)

In site Agência Ecclesia

2 comentários:

msg disse...

Muito boa tarde,Maria Lua

Amor,uma palavra.Com quatro letras.
E mais nada,assim à vista, sem lente,sem microscópio.Como deve saber,conseguiu-se,na Suiça,ver,
pela vez primeira,uma molécula. Pode ser que,um dia, se consiga,também, ver o amor.
Para já,há muitos,o que complica.
Qual será o puro,do qual vieram os outros? Encontrado esse,o puro,o sem misturas,o sem equívocos,pode ser que aconteça algum milagre que valha a pena,porque sem misturas,
sem equívocos,definitivo.
Muito boa saúde,Maria Lua.

Maria Lua disse...

Boa noite ou bom dia(?)MSG,

nem sei como ainda não desistiu de comentar no meu blogue, não sei o que se passa mas quase não consigo ter tempo para responder...
Sim, uma palavra, um Mundo, uma eterna vida: AMOR!
Ainda não sabia que se viu uma molécula pela primeira vez, extraordinário!!
Quanto ao Amor puro, é muito difícil de encontrar, mas ele existe!!
Boa semana e obrigado sempre pela visita.
:-)