Mondego entra na lista das 200 "zonas mortas"
Eduarda Ferreira
"O rio Mondego está incluído numa lista de zonas aquáticas em que falta o oxigénio e, por isso, são consideradas «zonas mortas», pelo menos durante parte significativa do ano. De 149 sítios com esta classificação em 2004, a lista organizada pelo Programa de Acção Global para a Protecção do Ambiente Marinho de Fontes Localizadas em Terra integra agora cerca de 200.
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) actualiza de dois em dois anos o relatório de uma sua iniciativa que faz o diagnóstico dos meios aquáticos costeiros e marinhos. Na reunião desta última semana, em Pequim, saíu o consenso sobre a actualização dos sítios doentes, cuja lista definitiva só será divulgada em 2007. De qualquer modo, o rio Mondego foi já citado como um dos casos incluídos no último relatório.
Um pouco por todo o mundo estão identificados recursos hídricos que passaram a «zonas mortas». A asfixia dessas águas deve-se a lixo, a descargas de estações de tratamento, à construção de barragens, ao turismo, à indústria e transportes. A agricultura é fonte importante de poluição localizada em terra. Ao enviar para os rios fertilizantes (nomeadamente o nitrogénio e o fósforo) determina a eutrofização das águas, que se caracteriza pelo desenvolvimento descontrolado de algas consumidoras do oxigénio. Tal impede, por exemplo, que espécies piscícolas subsistam nesse meio. Os pontos negros deste mapa das Nações Unidas incluem desde zonas das Caraíbas a fiordes da Noruega, Mar Negro, Austrália, China e Japão. O Mediterrâneo é dos que concentram mais manchas de poluição. Por exemplo, a Leste do Algarve, são visíveis efeitos da actividade turística e da produção agrícola intensiva na Andaluzia, Espanha. Cerca de 80% da poluição do mar e estuários têm origem em terra."
In Jornal de Notícias, 22 Outubro 2006
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