"Mais tarde descobri que não entrei naquele Café por acaso. Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas mesmo antes dos corpos se verem.
Esses encontros acontecem geralmente quando chegamos a um limite, quando esta nossa mania das “sopas e descanso”, do “tá bem, tudo bem”, da pantufa, da serenidade, da conveniência nos começa a entorpecer o corpo e a alma.
Naquele dia pensei como vamos transformando o amor numa questão prática. Por causa da cama, por causa da casa, por causa da conta da mercearia, porque faz jeito, porque faz sentido.
Naquele dia pensei como já não temos paciência para viver um amor impossível, já não aceitamos amar sem uma razão, já não acreditamos em amores lindos de morrer.
Somos tão estúpidos! Erros crassos que só damos conta quando a Vida nos começa a escapar aos poucos.
Naquele dia percebi como nos enganamos ao pensar que é o tempo que nos envelhece. Envelhecemos quando já esquecemos como se amam os outros.
Naquele dia percebi o quanto é arrepiante e verdadeiro o pensamento de Luiz Fernando Veríssimo: “embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”.
Naquele dia percebi que se vive sem dormir, sem trabalhar, sem carro, sem cigarros. Arranjam-se sempre alternativas, vai-se andando. Mas ninguém vive sem amor.
O amor é a nossa alma, é a nossa ligação aos outros. É esse o perigo. É essa a beleza."
João Pessoa para o blogue Torreão Sul
2 comentários:
Bom Dia, quem te disse que não era para ti...foi feito com todo o meu amor e carinho : )) só para te fazer sorrir
Huuuummmmmmmmmm... que estranho... Mas já falámos!
Beijinhos.
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