Brócolos ajudam a recuperar de doenças pulmonares
Estudo americano publicado na "Science Translational Medicine"
Investigadores americanos descobriram que o sulforafano, uma substância presente nos brócolos e em outros vegetais crucíferos, como a couve-flor ou a couve de Bruxelas, tem capacidade para eliminar as bactérias responsáveis pelas doenças pulmonares, prevenindo ou reduzindo as infecções que frequentemente afectam os pacientes que têm estas doenças ou os fumadores.
De acordo com um artigo ontem publicado na revista "Science Translational Medicine", quando os pulmões são saudáveis, conseguem "expelir" os resíduos ou bactérias que chegam ao sistema respiratório juntamente com o oxigênio. No entanto, este sistema de "auto-limpeza" é disfuncional nos fumadores e pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), uma grave patologia respiratória que se manifesta, sobretudo, através da bronquite crónica e do enfisema pulmonar.
A equipa de Shyam Biswal, médico da Universidade Johns Hopkins, analisou os macrófagos (células do sistema imunitário) pulmonares de pacientes com DPOC, assim como os de ratos expostos ao fumo de tabaco. Verificou então que o tratamento com sulforafano estimula a activação de uma via de sinalização celular denominada Nrf2, tanto em células humanas dos pulmões com DPOC, como nas dos pulmões dos ratos expostos ao fumo, pelo que se recupera a capacidade dos macrófagos pulmonares para eliminarem as bactérias dos pulmões, dando-se uma melhoria dos doentes.
"As nossas descobertas sugerem que os macrófagos dos pulmões dos pacientes com DPOC têm uma falha num processo chamado fagocitose, que consiste na destruição de bactérias ou agentes nocivos para o organismo", disse Biswal, acrescentando que "a activação da via Nrf2 induzida pelo sulforafano restaurou a capacidade dos macrófagos pulmonares para se unirem e combaterem as bactérias".
Robert Wise, outro co-autor da investigação, acredita que "o estudo poderá ajudar a explicar a relação entre a alimentação e a doença pulmonar e aumenta o potencial de novos enfoques para o tratamento desta doença frequentemente devastadora".
in Ciência Hoje
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