terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sei Miguel

Prelúdio e Cruz de Sala
Trompete pocket - Sei Miguel
Trombone alto - Fala Mariam
Guitarra elétrica - Pedro Gomes
Percussão - César Burago
4 de Fevereiro 2012, 22h
Culturgest Porto
5€ (preço único) / M12
Informações e reservas: 22 209 81 16 (Porto); 21 790 51 55 (Lisboa); culturgest.bilheteira@cgd.pt
http://www.myspace.com/seimiguel

Extraordinário músico português, Sei Miguel (n. 1961) tem vindo desde há praticamente três décadas a trilhar novos e cruciais caminhos no que trata à história do jazz, da composição e daquilo que significa frasear (escrito e inverbalizável) onde residem as coisas como elas são.
Sediado em Lisboa desde o final dos anos 70, produziu mais de uma dezena de discos, uma quantidade impressionante de peças e tocou inúmeros concertos, liderando formações que têm vindo a incluir vários músicos de grande importância na realidade musical mais relevante e desafiante do nosso país.
O seu trabalho é invulgarmente rigoroso e concentrado em questões de forma, métrica, dinâmica, amplitude e silêncio anotados no seu próprio sistema de escrita, que intersetam o seu “ofício jazzístico” com o mundo da composição moderna e contemporânea, de onde extrai aprendizagens que lhe são de grande utilidade para composição em scores / pautas.
Para esta atuação na Culturgest, Sei Miguel irá apresentar Prelúdio e Cruz de Sala, peça que conta com a participação do seu Unit Core, constituído pelo próprio Sei Miguel, e pelos seus músicos mais chegados.
Esta peça utiliza, como o título o indica, a forma da cruz, que, nas palavras do artista, “sempre foi uma obsessão”. Miguel fala que essa forma “implica que se assuma misticamente isso”. A primeira apresentação ao vivo de um trabalho do artista escrito em cruz ocorreu em agosto de 2011 no Museu do Chiado, ocasião essa onde a cruz foi trabalhada de maneira “topográfica e horizontal”, e especificamente desenhada para o Jardim de Esculturas dessa instituição.
Para esta segunda parte do trabalho, aqui em estreia, Sei Miguel partiu de um prelúdio que provém de uma secção de uma peça para octeto datada de 2002, compondo “uma oração circular, moeda mística passiva”. A titular cruz de sala “está verticalmente suspensa. Ela começa e termina em chamas. Toda ela é constituída por fraseado pseudo-litúrgico. É a cruz cristã, um poço xamânico, uma macumba para afastar os maus lisboetas, executada em ascensão”.

Filho Único
in Culturgest

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