Pode não se reconhecer na informação, mas segundo o estudo da Allianz, os activos financeiros líquidos por habitante colocam Portugal na 19ª posição à frente da Finlândia
Afinal quem são os cidadãos europeus mais ricos na actualidade? Alemães, suíços, dinamarqueses ou belgas?
Um estudo da seguradora Allianz - Global Wealth Report - apresenta o balanço dos rendimentos financeiros médios por habitante nos diferentes países europeus e reserva surpresas, nomeadamente quanto à posição relativa de Portugal (19 572 euros per capita).
Em 2011, 12 países da União Europeia integravam o top 20 dos mais ricos do mundo, dos quais nove pertencentes à zona euro, entre os quais Portugal.
A Bélgica é a campeã europeia com os seus 68 491 euros por habitante.
Mas Portugal ou a Itália, notoriamente a atravessarem uma grave crise, mantém-se no top 20 apesar de terem registam uma grande redução dos seus activos (-3,3% e 5,4%). Outros países, como a Grécia e a Espanha, estão excluídos deste ranking.
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Suíça, primeira classificada deste ranking de riqueza é seguida pela Bélgica, Holanda, Reino Unido, Dinamarca, Itália, França, Suécia, Áustria, Alemanha, Irlanda, Portugal e Finlândia.
O estudo desfaz a ideia generalizada da liderança de riqueza dos cidadãos alemães que se ficam pelos 38 152 euros per capita contra, por exemplo, os 42 643 dos franceses. Estes viram os seus rendimentos reduzir-se 2,7% entre 2010 e 2011.
Incluindo o resto do mundo, o estudo indica que o Japão e os Estados Unidos ocupam a segunda e a terceira posições, respectivamente com 93 087 euros e 90 417 euros de rendimento por habitante.
Mas enquanto os rendimentos individuais dos norte-americanos cresceram 2% em relação ao ano precedente, o dos japoneses, cujo país foi afectado por catástrofes naturais e pela explosão da central nuclear de Fukushima, manteve-se praticamente inalterado.
O estudo da Allianz considera que globalmente os lares europeus conseguiram ver compensadas as perdas decorrentes da crise financeira, apesar do valor dos activos ter abrandado em 2010 até aos 3,5%, o total de activos eram 4,7% mais valiosos no final de 2010 do que antes da crise em 2007.
O ano foi particularmente positivo para os escandinavos, cujos activos cresceram mais do que as taxas de crescimento da região. Os lares suecos lideraram o crescimento do valor dos seus activos com mais 10.6%, seguidos pela Dinamarca (+10.5%), Finlândia (+8.2%) e Noruega (+6.6%). Em termos de activos per capita, os dinamarqueses conseguiram facilmente manter o seu estatuto como os segundos mais ricos da Europa, com activos pessoais de 107 mil euros em média. O único país que ultrapassou a Dinamarca foi a Suíça que, em 2009, gozava o estatuto de lider mundial no rendimento per capita com 207 400 euros.
O estudo da Allianz sublinha que, por outro lado, os proprietários privados de habitação em alguns países ainda não conseguiram inverter as perdas sofridas na vaga da crise financeira.
“Dadas as diferenças económicas no seio da zona euro, não é surpresa que esses países estejam, sem excepção, locaCuriosamente, situam-se todos na periferia europeia, destaca a análise.
Por outro lado, considera que a crise das dívidas soberanas deixou as suas marcas profundas nas carteiras dos proprietários privados e dá como exemplo o caso dos gregos que foram os mais duramente atingidos, acumulando perdas de 3,9% em 2011.
“Isto significa que os rendimentos particulares dos gregos caíram em 2010 15.9%, abaixo do nível prévio à crise”, conclui.
Mas não foi apenas a Grécia a ser afectada pelas consequências da pior crise após 1929.
Os espanhóis e irlandeses vão ter de penar muito para voltarem aos níveis de 2007. No final de 2010, os activos financeiros dos espanhóis estavam 7,2% abaixo do nível anterior à crise, enquanto que o dos irlandeses caiu 2,8%.
Em termos de activos per capita, os proprietários de habitação nos países membros do sul da Europa encontram-se bem abaixo dos 66 470 euros em activos do topo da UE, e da média de 48 500 euros do grupo.
O estudo refere que o único país da periferia que registou um ligeiro crescimento neste período (2010/2011) foi Portugal, com uma subida de 1,1,%”.
Sérgio Soares
in jornal I
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