quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Informações para ser dador de medula óssea

CEDACE - Centro de Histocompatibilidade do Sul - Ministério da Saúde
Centro coordenador da LUSOTRANSPLANTE
Alameda das Linhas de Torres, 117
1769-001 Lisboa
(dentro da cerca do Hospital Pulido Valente)
Tel. +351 21 7504100
Fax. +351 21 7504101
Horário de funcionamento:
Segunda a quinta-feira das 8h às 16h00
Sexta-feira das 8h às 15h00
www.chsul.pt

"O que é a medula óssea?
A medula óssea é um tecido de consistência mole que preenche o interior dos ossos longos e as cavidades esponjosas de ossos, como por exemplo os da bacia. É nesse tecido que existem células progenitoras, ou seja, com capacidade para se diferenciarem e dar origem a qualquer célula do sangue periférico, as chamadas stem cell dos autores ingleses ou células progenitoras / estaminais em português. Estas células renovam-se constantemente mantendo um número relativamente constante em qualquer momento.
Apesar de genericamente se falar de transplantação de medula óssea, de facto o que se faz é uma reinfusão ou transfusão no doente de células progenitoras retiradas da medula do dador.
Estas células saudáveis vão substituir as células doentes e são responsáveis pela formação de novas células saudáveis.
Contudo, para que o transplante tenha sucesso, as células saudáveis devem ser o mais possível compatíveis com as células do doente.
Existem dois processos de colheita de células para transplantação de medula:
Colheita a partir da Medula Óssea: Células progenitoras colhidas do interior dos ossos pélvicos. Requer geralmente anestesia geral e uma breve hospitalização.
Células de células Progenitoras Periféricas: Colheita feita no sangue periférico, através de um processo chamado aférese, em que o dador tem de tomar previamente um medicamento que é um factor de crescimento que vai fazer aumentar a produção de células progenitoras no sangue.
Além destes dois métodos, existe, ainda, outra fonte de células progenitoras que são as células do cordão umbilical. Neste caso, após consentimento prévio da mãe, quando o bebé nasce são colhidas do cordão umbilical. O cordão umbilical tem uma percentagem muito elevada de células progenitoras mas como a quantidade geralmente é pequena, são utilizadas, sobretudo, na transplantação de crianças.
Qual a probabilidade de encontrar um dador compatível?
Considerando todas estas abordagens, aproximadamente 80% de todos os doentes têm, pelo menos, um potencial dador compatível.
Esta percentagem subiu significativamente (em 1991 era 41%) depois do esforço que foi feito mundialmente no recrutamento de dadores.
No entanto, é preciso notar que nem todos os doentes para os quais foi identificado um dador idêntico chegam à fase do transplante.
Pode um dador desistir do processo após saber que é compatível com um doente?
Um potencial dador com compatibilidade com um doente que necessite de transplante de medula pode por diversas razões retirar-se do processo. Como voluntário o dador não tem nenhuma obrigação legal. As decisões individuais serão sempre respeitadas.
Contudo, uma decisão tardia relativamente à desistência pode ter riscos muito graves para o doente. Uma mudança de atitude no final do processo pode ser fatal para um doente que aguarda pelo transplante de medula.
É perfeitamente natural que apareçam duvidas e hesitações ou mesmo recusas quando um dador é contactado mas logo que ponderados todos os prós e contras, deverá tomar uma decisão e saber que, se for alterada tardiamente, irá afectar não só o próprio mas também o doente.
Quem paga o processo da doação?
Todos os procedimentos médicos que envolvem a doação são cobertos pelo subsistema de saúde do doente, bem como as viagens e outros custos não médicos.
Os únicos custos que poderão vir a ser imputados ao dador são os referentes ao tempo que necessita despender no processo de doação.
Só se pode dar medula uma vez?
Não, a medula é um tecido que se regenera rapidamente, pelo que é possível fazer mais do que uma dádiva.
Porquê ser dador?
A transplantação de medula óssea é uma prática terapêutica reconhecida, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais.
Estas doenças são muito variadas e podem ocorrer quer em adultos quer em crianças. As mais frequentemente citadas são as leucemias, outras há como a aplasia medular (diminuição importante ou ausência na medula óssea das 3 linhas celulares que dão origem aos eritrócitos, leucócitos e plaquetas do sangue periférico), ou ainda algumas imunodeficiências primárias que se manifestam pouco tempo após o nascimento.
Para estas situações, muitas vezes a única esperança de vida é a transplantação de medula óssea com um dador idêntico.
Tal como já foi referido, uma das condições absolutas para o sucesso da transplantação de medula é a compatibilidade tecidular entre dador e receptor. Assim, é preciso transplantar o doente com uma medula óssea tão idêntica quanto possível no que respeita aos marcadores ou antigénios HLA (antigénios de leucócitos humanos).
A pesquisa de um dador compatível orienta-se primeiro para os irmãos do doente mas as famílias numerosas são cada vez mais raras e além disso apenas 1 doente em cada 4 encontra um dador idêntico entre os irmãos, isto é, que tenha herdado as mesmas características tecidulares paternas e maternas.
Por isso, em muitos casos, a única esperança de cura é encontrada em dadores voluntários compatíveis com o doente.
Como ser dador?
Se a sua idade está compreendida entre 18 e 45 anos, se tem boa saúde e gostava de ser dador voluntário de medula, basta que transmita ao CEDACE ou aos Centros de Dadores a sua vontade.
Vai-lhe ser pedido o nome e a morada e irá receber um folheto informativo do processo e um pequeno questionário clínico que deverá preencher e devolver. Esse questionário vai ser depois avaliado por um médico e caso não haja nenhuma contra-indicação vai ser chamado para fazer uns testes que especificamente são os seguintes:
Tipagem HLA_AB DR
Marcadores virais: HbsAg, Anti-HCV, Anti-HIV 1, 2
Estes dados serão guardados numa base informática nacional e internacional e serão usados sempre que um doente nacional ou internacional seja proposto para transplantação de medula óssea.
As várias etapas até à doação
Se o doente não tiver um dador familiar compatível é iniciada uma pesquisa aos registos de dadores. Assim que é identificado um potencial dador compatível, este é informado e, caso aceite, vai prosseguir o processo.
Nessa altura o dador vai ser chamado para fazer testes adicionais de compatibilidade, bem como uma nova avaliação para doenças virais que possa ter tido no espaço de tempo entre a inscrição e a chamada. É este o passo a que chamamos a activação do dador.
Se a avaliação de todos os resultados laboratoriais continuar a considerar o potencial dador como o mais indicado, este vai ser submetido a um exame médico completo e no qual onde pode ainda esclarecer quaisquer dúvidas que tenha sobre o processo de dádiva.
Nesta fase o dador deve estar absolutamente certo da sua decisão de fazer a doação e é-lhe então pedido para assinar um impresso de consentimento informado. A partir desse momento o doente começará a fazer a preparação para a dádiva de células de medula."

In site: http://www.chsul.pt/

2 comentários:

Anónimo disse...

Recolha para medula óssea

As instalações da Creche da Misericórdia de Vila Nova de Gaia abrem portas dia 16-12-2007, das 8h30 às 17h00, para receber potenciais dadores de medula óssea.
Esta iniciativa pretende conseguir um dador compatível para uma jovem de 29 anos.
Por favor, participem e passem a palavra.
Para mais informações consultem o site www.chnorte.min-saude.pt (Fonte: jornal Destak)

Maria Lua disse...

Olá Joka,

Obrigado pela partilha e esperemos que haja muita adesão de pessoas para recolha de sangue para potenciais dadores. Só dessa forma, será possível salvar muitas vidas.
Obrigado.