terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

INGenuidades, Fotografia e Engenharia - 1846-2006
Galeria de Exposições Temporárias
Fundação Calouste Gulbenkian
Das 10h00 às 18h00
até 29 de Abril
Entrada a 3 euros

"Água, Terra, Fogo e Ar são os elementos fundadores, o princípio de tudo, ou quase tudo.
Na exposição INGenuidades - Fotografia e Engenharia 1846-2006, que abriu ao público na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, o percurso pode começar aqui, mas também pode começar pelas imagens dos saberes da indústria espacial, no lado oposto da sala. Quem vê é quem decide por onde quer dar os primeiros passos nesta viagem pela fotografia, que presta homenagem às forças da natureza e aos diferentes engenhos que as desbravam, moldam e destroem.
À pergunta fatal sobre a metáfora INGenuidades no título, Calado prefere responder com outras metáforas e evasivas como "as mensagens são várias". Percebe-se que um dos desafios desta exposição passa também por encontrar essa resposta na face de cada uma das 350 imagens que aqui se dão a ver.
Já os propósitos que estão na base desta grande reunião de fotografias saem de imediato. O objectivo é "homenagear a capacidade criadora da Humanidade, recriar a ideia de que, na natureza, nada se perde, nada se cria e tudo se transforma". E aqui entra o engenho do Homem: "A engenharia é um acto de transformação da própria natureza e, tal como as espécies animais e vegetais, as obras de engenharia crescem e morrem ou são destruídas". É a ideia de ciclo e de reciclagem que está presente em toda a exposição.
Ela própria nascida da conjugação de múltiplos saberes da ciência e da técnica, a fotografia tem aqui um duplo papel. Mostra, por um lado, os elementos e as aptidões humanas para transformar o mundo e as coisas. Ensaia, por outro, uma história dos seus usos. A opção é consciente e o curador sublinha a importância de se colocarem lado a lado as mais vulneráveis técnicas do século XIX e as mais sofisticadas impressões a laser.
Ao todo, há sete secções onde os ramos da Engenharia se revelam pelos quatro elementos. O curador conseguiu reunir 160 fotógrafos de 30 nacionalidades. António Júlio Duarte, José Manuel Rodrigues, Paulo Catrica e Paulo Nozolino estão entre o grupo de artistas portugueses. Edward Steichein, Ansel Adams, Bernd e Hilla Becher, Dorothea Lange e Joel Meyrowitz são outros nomes consagrados da fotografia. Em todos Jorge Calado encontrou a expressão que os unia. E com ela formou um percurso para ver o ciclo da vida, do mundo e das coisas."
(Sérgio B. Gomes, Público, 9.02.2007)

In blog: http://blogs.publico.pt/artephotographica/

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