terça-feira, 24 de abril de 2007

E os lisboetas (e restantes portugueses) vão deixar??

Jardim do Campo Pequeno
Câmara Municipal de Lisboa quer abater 97 plátanos


"Quando em 15 de Maio de 2006, com pompa e circunstância, se deram início às comemorações da renovação da Praça de Touros do Campo Pequeno, foram esquecidos os jardins envolventes e as árvores neles existentes desde há muitos anos. Seguindo a política economicista que prevalece na cidade de Lisboa, foi dada primazia ao grande capital, em detrimento daquilo que é fundamental para qualquer cidade, os espaços verdes que nos fornecem o ar que respiramos.
Desde 1999, ano do início das obras, que cidadãos em nome individual e associações ambientalistas nomeadamente a Quercus, o Forum Cidadania e a Lisboa Verde, se têm empenhado activamente na defesa daquele espaço, tendo-nos sido na altura garantido que todo o processo, dadas as suas características, ia ser seguido permanentemente por técnicos dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa e que o coberto vegetal da Praça estaria sempre assegurado e garantida a integridade de todas as árvores aí existentes.
Ora, contrariando esta garantia vem, desde Maio de 2006, o Sr. Vereador dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa insistindo na necessidade de abater Plátanos. Ao princípio eram 60 e agora são já “97 grandes plátanos existentes nas alamedas envolventes ao jardim” (Jornal de Notícias de 14 de Abril de 2007).
Como ambientalistas e moradores na cidade de Lisboa não podemos concordar com esta medida, porquanto:

- Acreditamos na capacidade e brio profissional dos técnicos dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa que acompanharam toda a execução dos trabalhos que decorreram no Campo Pequeno e que não iriam permitir que um tão grande número de árvores fosse afectado de forma irremediável;
- Lembramos que no início de Março de 2007 foram transplantados do Bairro Azul para a Praça de Espanha, três Plátanos, árvores da mesma espécie e idade daquelas que se pretendem agora abater. Nesta operação foram certamente seccionadas raízes. No entanto, seguindo o critério mais humano do respeito pela vida, foram preservadas.
- Ainda, se as árvores a abater se encontram “nas alamedas envolventes ao jardim”, não compreendemos como as suas raízes podem ter sido afectadas pelas obras.
Por tudo o exposto não compreendemos a resolução do abate das árvores, que nos parece uma decisão política e como tal não a aceitamos, solicitando:
- Às entidades responsáveis que suspendam a decisão de abate dos plátanos e iniciem os estudos que permitam a sua salvaguarda;
- À população de Lisboa para que una os seus esforços em defesa dos Plátanos do Jardim do Campo Pequeno que são de todos nós e evite, com a sua acção, a concretização de um CRIME ECOLÓGICO."
Lisboa, 16 de Abril de 2007

In site: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=1983 http://www.quercus.pt/scid/webQuercus/

2 comentários:

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Maria,

Esta situação deveria ter uma resolução bem simples, não fora este país uma confusão de burocracias que servem de alibi para as entidades públicas (sustentadas pelos impostos de todos nós) não prestarem contas a ninguém...Bom, adiante...

O que é necessário fazer é obrigar a CML a mostrar publicamente (numa reunião de vereação, da Assembleia Municipal ou directamente à comunicação social) os relatórios técnicos que comprovam que os 97 plátanos estavam efectivamente doentes.
isto é o primeiro...porque no nosso país, derivado da forma como as autarquias tratam o respectivo património arbóreo, é sempre de desconfiar...

Se os plátanos estavam de facto irremediavelmente perdidos (entenda-se, correndo um sério risco de cair) então estes tinham mesmo que ser abatidos...por mais que nos custe, pois uma poda não resolve estes problemas (agravando e estando na origem de muitos deles).

Ao fazer-se toda aquela estrutura subterrânea não me admira que se tenha arrasado o sistema radicular de várias árvores...custa-me a aceitar é que ninguém tenha previsto isso ( e planeado formas de minimizar tal situação); já a multa à empresa pelos danos provocados nos plátanos, parecendo pouco (há coisas que não têm preço) se de facto for paga já será um princípio, num país onde nunca ninguém assume as responsabilidades...

Agora, o primeiro a fazer, volto a reafirmá-lo, é exigir os tais documentos técnicos que provem que as árvores tinham mesmo que ser abatidas...é que mesmo que assim seja é necessário censurar a CML por não ter previsto este desfecho; (e estar atento para que a empresa responsável pelas obras do Campo Pequeno pague a dita indemnização).

P.s.- esta minha opinião baseia-se na boa-fé perante aquela que é a versão da CML...sei que, por ventura, estou a ser ingénuo. Pessoalmete, custa-me muito a crer que fossem afectados 97 plátanos!!

Penso que se chamarem a atenção do vereador Sá Fernandes ele poderá fazer alguma coisa...pelo menos que a tal fundamentação técnica que pretensamente fundamenta essa decisão seja tornada pública.

Não desistam...a causa merece todo o meu apoio!

Maria Lua disse...

Obrigado Pedro pelas excelentes dicas.
Já estou a mexer alguns "cordelinhos", vamos ver se dá algum resultado...
Vamos acreditar!
Se existirem novidades, divulgo no blogue.
Obrigado mais uma vez pela tua atenção.