Roazes do Sado. Esperar pela extinção?
"Num cenário em que o efectivo populacional dos golfinhos-roazes do Sado apresenta uma curva com declínio particularmente acentuado nos últimos anos, o estuário continua fortemente poluído, embarcações rápidas e motos de água cruzam zonas sensíveis sem qualquer cuidado, o novo cais dos ferries está a ser construído numa zona importante para a alimentação dos golfinhos (apesar do parecer negativo da Comissão de Avaliação de Impacte Ambiental), a Reserva Natural do Estuário do Sado, depois de mais de 20 anos, só agora terá Plano de Ordenamento aprovado e em que não existe ainda nenhum Plano de Conservação para esta população de golfinhos, o Secretário de Estado do Ambiente diz que o Estado português está a fazer tudo para preservar esta comunidade.
Entre 1986 e 2001 esta população de golfinhos reduziu o seu número de 40 para 34 indivíduos e só nos últimos 6 anos perdeu mais 7 elementos, existindo actualmente apenas 27 golfinhos. Devido à elevada mortalidade dos jovens golfinhos a população está já envelhecida em cerca de 70% tornando cada vez mais difícil estancar a redução drástica do tamanho da população.Se isto é estar a fazer tudo então não vale a pena ter grandes expectativas em relação às instituições públicas responsáveis pela conservação da Natureza em Portugal."
Hélder Spínola
Presidente da Direcção Nacional da Quercus
In site: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?articleID=2094&categoryID=567
A Quercus e o Projecto Delfim alertam para o perigo de extinção dos golfinhos-roazes do Sado
"O estuário do rio Sado e a zona costeira adjacente constituem o habitat natural da única população sedentária de golfinhos-roazes (Tursiops truncatus) em Portugal continental, e um dos maiores mamíferos selvagens da nossa fauna. Os estudos de monitorização realizados pelo Projecto Delfim, em parceria com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, revelam uma população presentemente constituída por 27 indivíduos, uma redução de 50 % em menos de 30 anos.
A investigação realizada aponta para uma baixa taxa de sobrevivência dos juvenis, indicando que a população se encontra em perigo de extinção a médio prazo. Pensa-se que o declínio da população resulta deste anormal aumento da mortalidade das crias, que poderá dever-se à toxicidade do leite materno causada pelos contaminantes presentes no ambiente, que por sua vez reduzem a resistência imunitária das crias, processo agora provavelmente agravado pela baixa variabilidade genética existente na população. Apesar disso, quatro crias nascidas nos últimos dois anos, ainda permitem alguma esperança, que no entanto só fará sentido se as autoridades assumirem uma postura de empenho na reabilitação do estuário e na protecção especial desta população, o que não se tem verificado."
In site: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?articleID=2096&categoryID=567
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