segunda-feira, 22 de junho de 2009

Parceria vai proteger espécie rara de cágado no Sudoeste Alentejano

"O cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis) não tem a mesma sorte do cágado comum e está classificado como espécie em perigo de extinção no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Para o proteger, a Quercus e a Compal Fresh uniram esforços e vão proteger as lagoas temporárias no Sudoeste Alentejano onde vivem estes animais.
O projecto vai acontecer numa das três áreas mais importantes do país para a espécie – que se distingue pelas estrias amarelas na carapaça -, numa propriedade privada, explicou José Paulo Martins, da Quercus, ao PÚBLICO.
A primeira fase no terreno vai começar com a vedação de quatro lagoas temporárias, ocupando dois hectares, para “evitar o pisoteio do gado” e diminuir a pressão do pastoreio nas áreas contíguas. Este fim-de-semana a Quercus apela a voluntários para ajudarem a colocar vedações em duas das lagoas.Como medida de compensação, o projecto compromete-se a melhorar oito hectares de pastagens em outros locais. O proprietário compromete-se a não mobilizar o solo e a não drenar estas zonas húmidas.
Apesar de não existirem datas definidas, o projecto vai acompanhar a evolução da espécie e as ameaças, acrescentou José Paulo Martins. Entre as mais importantes está a destruição dos habitats, a concorrência das espécies exóticas, a poluição e o pisoteio do gado. Como “pano de fundo” surgem as alterações climáticas que ameaçam fazer desaparecer estas charcas temporárias.
O ambientalista espera que este projecto seja um exemplo para “alargar a conservação das zonas húmidas a outros espaços do mesmo tipo”. “Este tipo de ecossistemas [que albergam várias espécies específicas e raras de flora e invertebrados] ainda está muito pouco protegido”, lamentou.
Segundo José Paulo Martins, “este pode ser um exemplo de parcerias para a conservação, dado que a maioria do território nacional é de privados”.
O cágado-de-carapaça-estriada, uma das duas tartarugas de água doce do país, ocorre em charcas e lagoas temporárias de água doce do Sudoeste Alentejano. O paul de Budens e a ribeira de Aljezur são outros locais importantes para a preservação da espécie. Esta tem um gosto especial por águas paradas e precisa de boa cobertura de vegetação aquática."

Helena Geraldes (17.06.2009)
In site Ecosfera Público

2 comentários:

msg disse...

Muito boa noite,Maria Lua

"Esperemos". Uma espera permanente,sem "novos frutos".Sempre "tudo velho".
Estávamos bem arranjados se a Natureza assim fosse. Renova-se continuamente para se dar.
"Esperemos".
Muito boa saúde,e muito bom trabalho.

Maria Lua disse...

Boa tarde MSG,

esperemos... haja ESPERANÇA!
Muita saúde e coragem também.
Obrigado.
:-)