Feliz Natal
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
David Mourão-Ferreira (1927-1996)
4 comentários:
Muito boa tarde,Maria Lua
"Do cais onde nasci via-se perto o rio."
Também do mesmo prédio vi eu o mesmo rio,ainda que com outras águas.
Também eu,representando muitos,me perdi na terra.
Seria uma grande sorte não acontecer assim,tantos são os caminhos,os atalhos,os escolhos.
Muito bom NATAL,Maria Lua.
Feliz Natal, MSG!
E obrigado por tudo.
:-)
Muito boa noite,Maria Lua
Pronsi?!Deve ter sido partida de algum virus brincalhão,talvez
de um outro mundo.Coisas que acontecem,vá-se lá saber como.
Muitas prendas,em especial,uma muito boa saúde.
Boa noite, MSG,
pois, deve ter sido algum vírus (como, em outro comentário estava o mesmo, na segunda vez, já perguntei...).
Obrigado e Bom Domingo!
:-)
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