terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ONU apela à adopção mundial de lâmpadas de baixo consumo

Pôr de lado as lâmpadas incandescentes e optar por lâmpadas de baixo consumo é o repto lançado pelas Nações Unidas na cimeira climática de Cancún a todos os países, para poupar dinheiro e combater o aquecimento global.
Cerca de 40 países, incluindo a União Europeia, já têm programas para abandonar as lâmpadas incandescentes, revela um relatório apresentado ontem à margem da cimeira de Cancún pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua).
Produzir electricidade para a iluminação, muitas vezes a partir da queima de combustíveis fósseis, causa oito por cento das emissões mundiais de gases com efeito de estufa (GEE), estima o Pnua. Mudar para lâmpadas mais eficientes iria reduzir em dois por cento a procura por iluminação.
As lâmpadas incandescentes produzem 95 por cento de calor e apenas cinco por cento de luz; as fluorescentes produzem uma iluminação equivalente mas usam menos 75 por cento da energia. Além disso duram até dez vezes mais do que as incandescentes.
O relatório “100 Country Lighting Assessment” passou a pente fino 100 países e concluiu que, por exemplo, a Indonésia poderia poupar mil milhões de dólares (765 milhões de euros) por ano e reduzir as suas emissões de GEE em oito milhões de toneladas, o equivalente a retirar das estradas dois milhões de automóveis. O Brasil, que deverá ter legislação específica em meados de 2012, poderia poupar dois mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) por ano, o México 900 milhões (689 milhões de euros) – e reduzir cinco milhões de toneladas de CO2 por ano -, a Ucrânia 210 milhões (160 milhões de euros) e a África do Sul 280 milhões (214 milhões de euros).
Mas “os reais benefícios económicos poderiam ser ainda maiores”, disse Achim Steiner, director-executivo do Pnua, em comunicado. “A mudança para lâmpadas de baixo consumo na Indonésia, por exemplo, iria evitar a necessidade de construir, em média, 3,5 centrais a carvão, que iriam custar 2,5 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros)”.
Este relatório – realizado pelo Pnua e pelas empresas Osram e Philips - faz parte da iniciativa En.lighten, financiada pelo GEF (Fundo Global para o Ambiente) em parceria com o Pnua. O objectivo é “acelerar a transformação do mercado das tecnologias de iluminação, à escala mundial”, explicou Monique Barbut, do GEF.
A iniciativa pretende reunir especialistas de mais de 30 países desenvolvidos e em desenvolvimento e de vários sectores para definirem um calendário para o fim faseado da iluminação ineficiente. O Pnua espera que este trabalho esteja concluído em meados de 2011.

In Ecosfera

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