quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Águia-pesqueira volta a sobrevoar céu português

Projecto da CIBIO e do ICNB reintroduz espécie extinta em Portugal desde 2002


Fotografia retirada do Ciência Hoje

Em 2002 a águia-pesqueira (Pandion haliaetus) extinguiu-se como reprodutora em território português. Passados quase dez anos do seu desaparecimento, a CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e ICNB – Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade juntam esforços para reintroduzir a ave em Portugal. O local escolhido é o Alqueva.
No passado mês de Julho chegaram as primeiras dez águias, metade vindas da Suécia e a outra metade da Finlândia. A EDP é instituição financiadora dos primeiros cinco anos do projecto. Foram também estabelecidas parcerias com a Sociedade Alentejana de Investimento e Promoção, proprietária do terreno onde se situa a base do projecto, com a TAP e com a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva.
Na primeira fase do projecto, as aves permaneceram instaladas em gaiolas, sendo monitorizadas à distância de forma a preservarem o seu comportamento natural. Em Agosto foram libertadas na barragem do Alqueva.
Está já em curso a colocação de ninhos artificiais nas ilhas da albufeira do rio. Pretende-se assim criar condições para a nidificação das aves libertadas naquela região após dois anos passados nas áreas de dispersão, geralmente na África Ocidental (Senegâmbia, Guiné-Bissau).

Segunda tentativa
Esta é a segunda tentativa de resgatar esta ave. Já em 1999, perante a eminente extinção espécie em Portugal, foi elaborado um projecto de recuperação que previa a transferência de jovens aves de outras populações e sua libertação neste território.
O projecto contou com o apoio de especialistas de todo o mundo e chegaram a ser visitados países com potenciais populações dadoras – Córsega, Escócia, Cabo Verde – e restaurado um edifício situado na Torre de Aspa, no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, para servir de base.
Estas acções foram suportadas financeiramente pelo então ICN – Instituto para a Conservação da Natureza. Apesar do extenso trabalho desenvolvido, o projecto acabou por não ter seguimento por lhe ter sido retirado o apoio institucional do Estado.

in Ciência Hoje

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