O Relatório do Eurobarómetro da Comissão Europeia "Fazer a diferença no mundo: os europeus e a ajuda ao desenvolvimento" teve como objectivo avaliar a percepção dos cidadãos europeus sobre a Ajuda ao Desenvolvimento e o futuro da Cooperação para o Desenvolvimento. Os resultados deste inquérito foram lançados na 4ª Reunião Alto Nível sobre a Eficácia da Ajuda em Busan (Coreia do Sul), que teve lugar entre os dias 29 de Novembro e 2 de Dezembro de 2011.
Ao contrário do que se poderia prever, os cidadãos europeus mostram-se cientes sobre qual o seu papel na defesa de uma política de desenvolvimento coerente e eficaz: 84% do total dos inquiridos apoiam a Ajuda ao Desenvolvimento em todo o mundo com o objectivo de auxiliar as pessoas em situação de pobreza.
Em comunicado oficial, o Comissário Europeu responsável pelo Desenvolvimento, Andris Piebalgs, afirma que “os Europeus estão a enviar uma mensagem clara aos políticos da UE e dos países terceiros: mesmo em tempos de crise económica, continuam firmemente empenhados em apoiar os outros a sair da pobreza”. O relatório aponta que 62% dos cidadãos são mesmo a favor de aumentar a Ajuda ao Desenvolvimento, pelo menos para 0,7% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) da UE até 2015, como firmado na Cimeira do Desenvolvimento em 2000.
A resposta dos portugueses a este Eurobarómetro não ficou atrás e parece não ter sido afectada pelo grave cenário de recessão económica que o país atravessa: 62% dos inquiridos reconhece a importância de se apoiarem os países em desenvolvimento, sendo que 26% considera mesmo que isso é de extrema importância. O relatório indica também os jovens como uma das camadas da população que apresenta níveis mais fortes de apoio à política de desenvolvimento, isto apesar de bastante afectados pela actual crise: 9 em cada 10 jovens (entre os 15 e os 24 anos) pensam que é importante ajudar as pessoas pobres.
A Coerência das Políticas para o Desenvolvimento sai reforçada através deste inquérito, com 80% dos inquiridos a defender a ligação do desenvolvimento com outras políticas da UE, como a migração e o comércio.
Num contexto de redução da Ajuda Pública ao Desenvolvimento, estes resultados são extraordinariamente positivos, pois mostram uma Europa feita de pessoas plenamente conscientes do seu papel e responsabilidade na defesa de políticas de ajuda ao desenvolvimento.
Outras conclusões do Eurobarómetro:
- Os países mais “apoiantes” da Ajuda ao Desenvolvimento são Suécia (97%), Chipre (95%), Polónia, Luxemburgo e Alemanha (todos com 92%), e a Finlândia (91%).
- O apoio é mais fraco na Hungria, Bulgária (ambos 75%), Estónia (74%) e Eslovénia (71%).
- Quase metade dos cidadãos da UE (47%) está disposta a pagar mais nas suas compras diárias (ou seja, produtos de comércio justo) quando sabem que isso irá beneficiar as pessoas em países em desenvolvimento. Em Portugal 73% não está disponível para tal.
- Jovens da Europa (entre 15-25 anos) são os maiores apoiantes das políticas de desenvolvimento. 9 Em cada 10 pensam que é importante apoiar as pessoas que vivem em situações de pobreza e 41% referem que é "muito importante" em comparação com 35% das pessoas acima de 40 anos.
- 70% pensam que a África Subsariana é a zona do mundo que mais precisa de apoio na luta contra a pobreza, seguida pelo Médio Oriente e Norte de África (33%)
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