Organização Mundial de Saúde inclui gases no grupo 1, o mais perigoso
Depois de uma semana de debate, os especialistas reunidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) concluíram que os gases que emitem os tubos de escape dos veículos a gasóleo (ou diesel) devem ser classificados como cancerígenos.
A Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC) é o organismo da OMS responsável por classificar os diferentes compostos e processos (como o tabaco ou as radiações solares) em função das suas probabilidades de provocar cancro no ser humano.
Dentro da sua classificação, a IARC acaba de incluir os fumos de combustão dos motores a diesel no grupo 1, o que inclui todos os elementos acerca dos quais foi possível demonstrar cientificamente que podem provocar tumores. Em 2009 tinham já subido para esta categoria o tabaco, o arsénico e as lâmpadas de bronzeamento.
Segundo o comunicado de imprensa emitido pela IARC, os gases emitidos pelos veículos a diesel estão associados ao aumento do risco de cancro do pulmão. Quanto aos gases emitidos pelos motores a gasolina, os especialistas dizem que são 'potencialmente cancerígenos', pertencendo ao grupo 2A. Desde 1988 que os gases do diesel estavam nesta mesma categoria de menos risco.
No entanto, em 1998, um painel de especialistas recomendou uma revisão prioritária desta classificação, tendo em conta as novos dados que alertavam para os seus riscos. Esses dados resultaram de investigações realizadas com trabalhadores altamente expostos ao fumo do trânsito.
Tendo em conta as conclusões, o IARC considera que existem evidências suficientes sobre a cancerigenicidade dos gases, principalmente no que diz respeito a tumores nos pulmões e, embora com menos impacto, ao cancro da bexiga.
A OMS defende que as autoridades devem tomar todas as medidas possíveis para reduzir a exposição da população a estes fumos. A IARC reconhece que está já a ser realizado trabalho do ponto de vista técnico para fabricar diesel menos contaminante (com menos conteúdo de sulfureto) e motores capazes de uma combustão mais eficiente. Ainda assim, admite que ainda é cedo para perceber se estas mudanças terão algum impacto positivo a médio prazo.
in Ciência Hoje
Sem comentários:
Enviar um comentário