quarta-feira, 28 de março de 2007

A história de uma fotografia

Kevin Carter, Sudão, 1 de Março de 1993 (© CORBIS/Sygma)

"O abutre espera pacientemente o momento para atacar o corpo em agonia de uma criança sudanesa. O fotógrafo, também predador, espera um momento certo para o disparo que garanta o maior dramatismo, o maior impacto à imagem.
Esperam.
Esperam ambos.
No impasse, o fotógrafo desiste, capta a espera do outro e vai-se embora.
Esta fotografia valeu ao sul-africano Kevin Carter um prémio Pulitzer em 1994. Desde que foi publicada na capa do New York Times, transformou-se no seu maior pesadelo. Para onde quer que se voltasse soava a pergunta: “e depois, o que é que fizeste para ajudar a criança?”. Carter não fez nada e essa decisão acabou por lhe toldar a lucidez e levá-lo ao suicídio, no mesmo ano em que foi galardoado.
Kevin Carter começou a carreira como fotojornalista em 1984 no The Johannesburg Star. Retratou o apartheid a partir dos locais mais violentos e perigosos dos arredores da capital sul-africana. Desde a libertação de Mandela, em 1990, até à paz e democracia, em 1994, testemunhou a demência assassina que se instalou em bairros como o Soweto, Tokoza e Katlehong, a lado de outros três fotojornalistas, a saber Ken Oosterbroek, Greg Marinovich e João Silva, um grupo que ficou conhecido por “Bang Bang Club”.
John Carlin, jornalista inglês destacado pelo The Independent para cobrir o conflito sul-africano, traça no El Pais o percurso de Carter e explica como, nestes cenários, se perde a compaixão."
O site oficial do filme: http://kevincarterfilm.com/index.html
A entrevista com Dan Krauss pode ser lida em:
http://www.hbo.com/docs/programs/kevincarter/interview.html

In blog: http://blogs.publico.pt/artephotographica/

2 comentários:

Anónimo disse...

A RESPEITO DE KEVIN CARTER, VER YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=zKIt_qSHNE8

Maria Lua disse...

Obrigado Cristina.
:-)