Queria muito ir ver a Exposição Máscara Ibérica, a decorrer na belíssima Estação do Rossio, e como estava em exibição até dia 2 Setembro, esta semana seria obrigatório.
O preço de entrada foi 2,50 euros (revertendo 0,50 cêntimos a favor da Associação Abraço e da Associação de Apoio aos Deficientes) e cada bilhete dava direito a escolher entre um café ou um cálice de vinho de Porto.
Apesar do magnífico espaço e de algumas peças interessantes, o conteúdo era demasiado pobre e com graves faltas de informação. Em contrapartida, um enorme stand/loja de produtos regionais para venda... Lamento, mas paguei entrada para ver uma exposição não para fazer compras!
Mau, muito mau. A organização tinha obrigação de fazer muito melhor, tendo em conta tratar-se de um tema extremamente interessante e com uma tradição riquissíma. E dispor de um local espantoso e muito central.
Valeu o vinho do Porto (muito bom!) e as poucas magníficas máscaras que conseguimos observar e que as fotografias tentam ilustrar.
Sobre cada máscara, cada fato, cada região, as tradições...
"Ao mesmo tempo que estes espantalhos sem deus nem lei dão asas aos impulsos mais burlescos e, muitas vezes, a traiçoeiros desejos de vingança, açoitando as vítimas em lugares recatados ou irrompendo pelas casas das pessoas e aí fazendo os ajustes de contas, em registo mais prazenteiro decorrem peditórios dos rapazes para o pagamento da comadre e das raparigas para o pagamento do compadre"
"Os bonecos antropomórficos feitos de palha e vestidos com roupas velhas, que representam o inimigo, serão queimados no dia de Entrudo, depois da leitura dos respectivos testamentos, cuja redacção está já a ser preparada em reuniões secretas no palheiros e noutros esconderijos."
O Entrudo em Varge e Baçal - Bragança
Para mim, esta era a máscara mais impressionante de todas...
E terminamos com o Entrudo do Nordeste Transmontano.
Seguimos para a segunda exposição: Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea, com entrada gratuita até final do mês de Setembro.
O edifício do Centro Cultural de Belém é uma verdadeira peça de arte que admiro imenso...
E o seu despojamento para receber unicamente a Colecção Berardo, tornou-o mais visível, claro, amplo, belo e extremamente poético.
Despertou-me a atenção a sinalização das casas de banho: todos diferentes, todos iguais: mulheres gordas, baixas, novas, de cabelo curto, cabelo comprido, de saia, de vestido, ombros largos, cintura fina, cintura grossa, enfim, Mulheres!
Homens e mulheres com diferentes cadeiras e corpos, mas Homens e Mulheres!
Finalizamos o dia na fila para comprar e comer o famoso Pastel de Belém.
Gostei muito da opção, da nova equipa responsável por esse espaço, de abrir as janelas, aproveitando a luz natural que este deslumbrante edifício recebe e transmite, para iluminar todas as peças de arte expostas e as peças de arte que se movimentam - os seres humanos!
É humanamente impossível resistir a esta tentação quando vamos a Belém!
2 comentários:
Em relação à exposição das máscaras tive a mm sensação de que faltava mais alguma coisa alí.
Também poderiam ter investigado a existência de vídeos particulares(q devem existir com toda a certeza)e que teriam causado mais interesse no público(especialmente mais jovem)se tivessem sido utilizados; nem q para isso prescindíssemos do café ou do porto.Fica-nos o desejo de voltar a ver a mm exposição noutros moldes,no mesmo espaço, num futuro mais ou menos próximo(numa quadra carnavalesca).
Estou plenamente de acordo consigo, Sr. Anónimo!
Obrigado pela visita e partilha.
;)
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