Já há tempo que queria ir visitar o Centro de Arte Manuel Brito (em Algés), mas só esta semana foi possível e gostei muito.
Deixo algumas imagens e a sugestão de um belo passeio.
O belo Palácio Anjos esperava por nós...
em azul suave, mas tenho a certeza que não reflecte a beleza de outros tempos...
Os exemplares de árvores que rodeiam o Palácio são centenárias e de um porte extraordinário, mas creio que, com as obras de requalificação, muitas terão sido cortadas...
Construído em finais do Séc. XIX, por Polycarpo Pecquet Ferreira Anjos e, mais tarde, adquirido pela Câmara Municipal de Oeiras.
E que já foi tema de tese de mestrado!
A luz invade o espaço interior...
e ainda existem pequenos vestígios da sua nobreza anterior...
"Os anos de 70 foram anos de renovação e de grande desenvolvimento económico. Salazar morreu em 1970 e a primavera marcelista abriu novos horizontes. A repressão abrandou, as guerras coloniais prosseguiam em velocidade de cruzeiro, sem vencedores nem vencidos, trazendo às antigas províncias ultramarinas um desenvolvimento que não tinham tido até então. O mundo político agita-se. Na RFA funda-se o Partido Socialista Português em 1973 e neste mesmo ano surge o semanário Expresso. A necessidade vital de mudança leva ao endurecimento do regime.
Em 25 de Abril de 1974 a revolução sai à rua. Uma nova era vai começar.
(...)Em Portugal nada de muito importante se passa nesta década (em termos de movimentos artísticos). O centro de Arte Moderna da F.C.Gulbenkian só irá inaugurar em 1983. A maioria dos artistas tinha partido para o estrangeiro, muitos com bolsas da FCG, e a arte que praticavam ia acertando o passo com o que se ía fazendo lá fora. As elites começavam a despontar para as artes seguindo o exemplo do coleccionar Jorge de Brito que comprara, em 1970, num leilão, o Retrato de Fernando Pessoa de Almada Negreiros por um preço de tal modo alto que deixou o mundo das artes numa euforia jamais alcançada."
João Hogan (1914-1988) - Sem Título, 1973
Marcelino Vespeira (1925-2002) - Vermelho aberto-grito liberto, 1971
Nikias Skapinakis (1931) - Flores e Frutos, homenagem a Zurbaran, 1973
José Almada Negreiros (1893-1970) - Gato Félix, 1929
Espaços amplos...
para apreciar com tempo...
Henrique Ruivo (1935) - Sem Título, 1973
Eduardo Luiz (1932-1988) - A mulher e o lobo, 1971
René Bértholo (1935-2005) - Bateau à quai il, 1971
Eduardo Nery (1938) - Tensão de opostos, 1972
José Manuel Espiga Pinto (1940) - Sem Título, 1971
Um quadro vivo...
"António Dacosta é considerado unanimemente pelos críticos de arte um dos pintores portugueses mais importantes do século XX. Foi um dos expoentes máximos da pintura surrealista, deixou de pintar durante trinta anos para reaparecer nos anos oitenta com uma obra de tal modo jovem e inovadora que influenciou praticamente todos os novos pintores da década.
(...)Estava cheio de projectos quando em 1990 nos deixou."
Fomos até Belém e vimos alguns participantes da Maratona Carlos Lopes.
2 comentários:
a frase do Dacosta talvez seja muito verdade, mas seja o que for que façamos o momento de ruptura é de facto uma morte anunciada :(
Rute,
que alegria o teu coemntário! Sabes que sou fã das tuas ilustrações (e também proprietária de algumas, lindas, feitas com café...) e tento seguir o teu percurso artístico.
Por agora, irei seguir o teu novo blogue.
Sim, qualquer ruptura é uma morte anunciada, mas são pequenas mortes que nos levam a novos princípios. Enquanto a morte final, tem uma carga mais forte de morte total, pelo menos, a terrena. Uma das coisas que aprendemos quando lidamos com doentes terminais, é que a morte simboliza perda e que quando alguém é "sentenciado com um diagnóstico e prognóstico de doença grave e incurável" as perdas serão muitas (mas mesmo assim existe vida) mas a maior será mesmo e só a morte final (termo propriamente dito).
Obrigado pela visita.
:-)
Enviar um comentário