quarta-feira, 21 de julho de 2010

Oceanário dá a conhecer anfíbios e destaca papel importante no equilíbrio dos ecossistemas
A partir de 16 Julho 2010
www.oceanario.pt


Os anfíbios provocam admiração ou repulsão, podem ser símbolo de boa sorte ou de maldição, mas são indispensáveis ao equilíbrio da natureza. Uma exposição do Oceanário de Lisboa pretende dar a conhecer esta classe de animais, ameaçada de extinção.
A exposição mostra sapos, rãs, salamandras e tritões, com várias formas e cores, e texturas diferentes. Em Portugal, existem 17 espécies de anfíbios, com diversos estatutos de conservação. Enquanto observam os anfíbios em aquários representando cinco ambientes, como florestas tropicais ou charcos, os visitantes têm oportunidade de ler informações acerca das características destes animais, das regiões do mundo onde vivem, formas de adaptação ao meio e estado de conservação.
Os representantes destas espécies presentes na exposição “Anfíbios. Interessantes por natureza” vieram de vários países, cedidos por entidades que trabalham na sua preservação, como explicou a curadora do Oceanário, Núria Baylina.
A “aproximação” dos cidadãos a animais muitas vezes rejeitados por desconhecimento tem como objectivo transmitir o papel que representam no equilíbrio da natureza, por exemplo, ao controlar pragas. Ao alimentar-se de mosquitos, as rãs limitam a sua proliferação. Por vezes, estas situações têm efeitos na saúde dos seres humanos, como é o caso da malária.
Além de permitir ver perto alguns tipos de anfíbios, a exposição pretende alertar para a necessidade de evitar comportamentos que resultam em agressões a estes animais. O desaparecimento de charcos, a introdução de espécies exóticas, que podem trazer doenças e as alterações climáticas são algumas das ameaças.
Teresa Pina, do departamento de Educação do Oceanário de Lisboa, apontou alguns conselhos aos cidadãos. “Adopte uma família de sapos para o seu quintal. Tenha cuidado com os sapos que atravessam estradas”, uma situação frequente em algumas regiões do país.
Núria Baylina acrescentou que os animais comprados nas lojas não devem ser deixados nos riachos pois podem ser veículos de transmissão de doenças, com “consequências desastrosas” para o ecossistema.
Mudar atitudes quotidianas que podem fazer diferença relativamente às alterações climáticas é uma decisão possível para todos, tanto os que vivem nas cidades, como aqueles que estão fora dos meios urbanos.
Os anfíbios vivem em quase todos os ambientes, mesmo nas tundras (com neve) e no deserto. As excepções vão para os oceanos e as zonas geladas. “Só não existem na Antárctica”, salientou Teresa Pina.
Acerca da importância de preservar a Biodiversidade, que em 2010 tem o seu Ano Internacional, Teresa Pina defendeu que “a preocupação com [a conservação] de animais, plantas e ecossistemas deve ser permanente pois são a garantia do equilíbrio do planeta”.
Das 6674 espécies de anfíbios existentes, 1895 estão ameaçadas de extinção, referiu Teresa Pina, acrescentando que, no entanto, “ainda há muito para descobrir”. Na Península Ibérica, entre as espécies com mais problemas estão o sapo parteiro ibérico (quase ameaçado), a salamandra lusitânica (estado vulnerável), a rã ibérica (quase ameaçada), a salamandra costelas salientes (quase ameaçada) ou o sapo unha negra (quase ameaçado).

In Ecosfera

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