quinta-feira, 1 de março de 2012

Rola-brava - Ave do Ano 2012

SPEA
Avenida João Crisóstomo, n.º 18 - 4.º Dto.
1000-179 Lisboa
Telf.: (+351) 21 322 04 30
Telm: (+351) 91 938 27 22
E-mail: spea@spea.pt
http://www.spea.pt

Ao comprar um pin da rola-brava está a ajudar a campanha

Caracterização
  • Nome científico: Streptopelia turtur
  • Família: Columbidae
  • Caraterísticas: espécie migradora de longa distância, que passa o inverno em África
  • Ocorrência: Europa, Norte de África, Médio Oriente
  • Quando pode ser observada: primavera/verão
  • Habitat: sebes, galerias ripícolas, montados e parques urbanos
  • Alimentação: preferencialmente sementes
  • Distribuição: mais abundante no Norte do que no Sul, sendo particularmente abundante em Trás-os-Montes.
  • Estimativa da população: entre 3,5 e 7,2 milhões de casais desta espécie na Europa
  • Curiosidades: Membro mais pequeno da família dos pombos; Pode de percorrer distâncias superiores a 10.000 km; Estima-se que sejam abatidas anualmente entre 2 e 3 milhões destas aves em toda a Europa, maioritariamente durante a migração pós-nupcial

Razão para ser a Ave do Ano 2012
A rola-brava está em decréscimo acentuado na maior parte dos países europeus. O Esquema Pan-Europeu para a Monitorização de Aves Comuns, que compila informação anualmente em 25 países, revela que as populações europeias desta espécie diminuíram em média 69% entre 1980 e 2009. Isto significa que por cada 100 rolas existentes em 1980, atualmente existem apenas 31. Em Portugal a situação não é diferente. A rola-brava está em decréscimo acentuado, pelo menos desde 2004, de acordo com o Censo de Aves Comuns. Entre 2004 e 2010 as populações nacionais da espécie registaram uma diminuição média de 31%.
As causas para o decréscimo populacional acentuado da rola-brava são provavelmente várias. É uma espécie muito sensível à perda e degradação do habitat de reprodução, devido principalmente à intensificação agrícola e florestal. A destruição de sebes e linhas de água, a simplificação do mosaico agrícola e florestal, as monoculturas e o uso intensivo de fitofármacos são causas principais da degradação do habitat da rola-brava. É também muito vulnerável à caça excessiva. O estado depauperado da maioria das populações de rola-brava torna a pressão cinegética atual insustentável. Os números atuais, pouco precisos, indicam que pelo menos 10% da população é caçada anualmente na Europa. Está também muito dependente do regime de chuvas na região onde inverna em África. Por esta razão as populações invernantes de rola-brava estão também ameaçadas pelas alterações climáticas, em particular pelas secas prolongadas e pelo avanço do deserto na África sub-Sahariana. Atualmente existe uma Plano de Gestão da União Europeia para a Rola-brava, ao abrigo da Diretiva Aves. Este plano prevê medidas essenciais e urgentes como a publicação anual de estatísticas da caça credíveis, o desenvolvimento de um modelo populacional preditivo para calcular o abate anual sustentável, o estudo do sucesso reprodutor e da mortalidade invernal e dos fatores que os afetam. Apesar do Plano de Gestão estar em vigor desde 2006, quase nada foi feito em Portugal.

Objetivos da campanha
Com esta campanha a SPEA pretende obter em primeiro lugar uma moratória na caça à rola-brava em Portugal, por um período não inferior a três anos. Em segundo lugar é importante a implementação do Plano da Gestão para a espécie em Portugal, principalmente o reforço da investigação e do conhecimento que permitirá tomar decisões fundamentadas no futuro no que diz respeito à gestão cinegética desta espécie.
Será importante envolver nesta campanha, as ONGs de ambiente, as confederações de caçadores, os organismos da administração do Estado e as instituições científicas relevantes, para além de todos os outros cidadãos interessados. Porque a proteção da rola-brava interessa a todos. Se perdermos esta espécie, perde o ecossistema, perdem as explorações cinegéticas e perde toda a sociedade.

in SPEA

Sem comentários: