O ano que agora se inicia vai ser uma raridade para os astrónomos. Ao longo destes 12 meses, os amantes da astronomia vão poder observar dois asteróides e dois cometas, alguns dos quais tão próximos da Terra que serão visíveis até pelos amadores. A primeira "visita" do espaço acontece já esta semana, com a passagem do asteróide 99942 Apophis.
Batizada em homenagem ao deus egípcio do mal e da escuridão, esta "rocha cósmica" com cerca de 270 metros de diâmetro que vai "visitar" a Terra a 9 de Janeiro causou, no passado, dores de cabeça a muitos especialistas, já que, caso atingisse o nosso planeta, a sua massa conseguiria libertar tanta energia quanto 25 mil bombas de Hiroshima.
Em 2004, quando foi avistado pela primeira vez, o Apophis fez tremer os astrónomos, cujos cálculos indicavam a existência de uma probabilidade de 2,7% de o asteróide atingir a Terra em 2029.
Entretanto, o risco de catástrofe foi descartado mas, segundo a NASA, "ainda há um pequeno risco de impacto" a 13 de Abril de 2036, com uma probabilidade de menos de um para 250 mil.
No dia da passagem do asteróide, a cerca de 14,5 milhões de quilómetros do planeta azul, a agência espacial norte-americana vai, portanto, direcionar para ele os seus radares, tentando enriquecer as anteriores observações, reduzir ainda mais a margem de erro nos seus cálculos e, quem sabe, eliminar de vez qualquer risco de impacto.
A 15 de Fevereiro será a vez do asteróide 2012 DA14, menor que o Apophis, com 57 metros de diâmetro. De acordo com Mark Bailey, diretor do Observatório Armagh, na Irlanda do Norte, "vai ser o voo rasante de um asteróide mais próximo que alguma vez foi previsto".
O 2012 DA14 vai mover-se muito perto da Terra, a apenas 34.500 quilómetros de altitude, o que significa que vai passar na órbita dos satélites geoestacionários. "Vai passar tão perto que até mesmo os astrónomos podem observá-lo, talvez até mesmo com binóculos simples", antevê Bailey.
Cometa ISON não passava pela Terra há 10 milhões de anos
Ainda no primeiro semestre do ano, os fãs da astronomia poderão também observar a passagem de um cometa. O 2011 L4, viajante solitário composto por gelo e poeira que, como os seus "familiares" se formou quando o sistema solar nasceu e gira à volta do sol, vai visitar o planeta já em Março.
Quando se aproximam da nossa estrela, o calor elevado leva-os a libertar gases e um rasto de poeira que se reflete na luz do sol, fenómeno ao qual chamamos "cauda" dos cometas.
Este cometa, também apelidado Panstarrs, nome do telescópio instalado na Universidade do Havai, que o detetou em 2011, deverá atingir o seu ponto mais brilhante entre 8 e 12 de Março, segundo informações adiantadas pelo especialista norte-americano em cometas Gary Kronk.
Os astrónomos acreditam, porém, que será o cometa ISON (International Scientific Optical Network) a obter maior sucesso junto do público. Este cometa, que chegará apenas na segunda metade do ano, que passará perto da Terra no final de Novembro, vai ser visível a olho nu, logo depois do pôr-do-sol, e a sua observação poderá prolongar-se por vários meses.
"O ISON é tão raro que a sua última viagem à volta do planeta ocorreu há pelo menos 10 milhões de anos", afirma Mark Bailey. "Este é um 'novo cometa' que provém da região do sistema solar a que chamamos nuvem de Oort, que se estende muito além das órbitas dos planetas e que marca a fronteira do sistema solar", conclui.
in Boas Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário