sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Campanha “Combater a pobreza através do conhecimento”
Oferecer livros para diminuir a pobreza
Moçambique
As ofertas de manuais técnicos podem ser feitas na casa das Irmãs Concepcionistas, em Lisboa (Rua Carlos Mardel, 25) ou através de contacto prévio por correio electrónico
grupomissaomundo@gmail.com ou pelo telemóvel 91 812 65 23
São precisas mais obras de carácter prático em domínios como a agricultura, pecuária, informática, filosofia e biologia, além de dicionários técnicos.
www.concepcionistas.pt/gmm.html

O Grupo Missão Mundo vai prosseguir em Setembro a campanha “Combater a pobreza através do conhecimento”, destinada ao envio de livros para Moçambique.
A iniciativa, organizada em parceria com a Cáritas da diocese de Lisboa, pretende equipar uma biblioteca a construir em Manjacaze (província de Gaza, no Sul) e outra já existente no Instituto Agro-Pecuário de Nacuxa (zona de Nampula, ao Norte).
“Nessas populações vi uma grande sede de aprender, com humildade. É um povo que está ávido de adquirir conhecimento para sair da situação em que se encontra”, diz Ana Margarida, do Grupo Missão Mundo, que conheceu e trabalhou naquelas comunidades.
Tassy Francisco, religiosa das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres nascida em Moçambique, sublinha que aquelas regiões caracterizam-se por um “ambiente muito pobre, onde a Igreja tenta desenvolver a sua acção missionária, pastoral e social criando estas instituições de cariz educacional”.
Apesar de o país já ter muitas escolas, mesmo no interior, há falta de material para alunos e professores: “Por exemplo, não existe nada para o pré-escolar. Os livros que levamos daqui são sempre adaptados e servem como instrumento que até pode iluminar a criação de manuais próprios para esta faixa etária”, nota a religiosa.
“A nossa experiência de trabalho em Moçambique diz-nos que neste momento é preciso ajudar a formar as crianças e os jovens”, assinala Tassy Francisco, acrescentando que os livros e manuais escolares recebidos na primeira fase da campanha já são suficentes.

Resposta das editoras aquém das expectativas
Se os dois mil volumes oferecidos até agora são satisfatórios em termos quantitativos, o mesmo não se pode dizer da sua variedade, dado que são precisas mais obras de carácter prático em domínios como a agricultura, pecuária, informática, filosofia e biologia, além de dicionários técnicos.
Por isso, a campanha que deveria terminar em 31 de Agosto foi prolongada, aproveitando o facto de a data de embarque do contentor para Moçambique, que também levará 80 computadores, estar agendada para o fim de Setembro.
“Da parte dos particulares a adesão foi muito positiva”, refere Ana Margarida, mas em relação às 60 editoras a quem se pediram livros as respostas ficaram “muito aquém” das expectativas.
“Os manuais práticos na área da agricultura são muito importantes”, salienta a voluntária, acrescentando que a carência de especialistas e a falta de acesso à internet fazem com que este género de bibliografia seja a única hipótese de as populações aumentarem os conhecimentos e a produtividade.

Voluntariado e cidadania
O Grupo Missão Mundo, composto por leigos missionários, foi criado em 2006 com o objectivo de colaborar no trabalho das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, cuja missão visa o desenvolvimento de comunidades carenciadas, nomeadamente nas áreas da saúde e da educação.
Ana Margarida, licenciada em Organização e Gestão e funcionária de um organismo estatal, diz que a compatibilização do voluntariado com a actividade profissional e pessoal faz-se “com esforço, mas sobretudo com dedicação”.
“Estou no grupo desde que ele começou. Antes já desenvolvia um trabalho de voluntariado junto da população sem-abrigo, em Lisboa, e continuo nessa actividade há cerca de sete anos”, assinala.
O tempo que dedica a essa “cidadania” traduz, no seu entender, “uma presença em termos de responsabilidade que tenho nesta sociedade onde estou inserida”.
“Comecei localmente, mais perto da minha área de trabalho, e depois, com a participação no Grupo Missão Mundo e na ida para Moçambique, ganhei a consciência plena de que aquilo que fazemos aqui tem impacto na vida daquelas pessoas. Isso é muito evidente para quem lá está e para quem lá vai”, frisa Ana Margarida.

In Agência Ecclesia

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